Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Dulce: Oi!

Anahi: Oi!

Dulce: Sua mãe pediu pra te trazer esse sanduíche já que você não jantou.

 Ela se sentou do lado de Anahi a entregando.

 Anahi: Não quero, to sem fome! (desanimada)

Dulce: Vai, pode comer sem medo, não ta envenenado!

 Anahi não conteve o pequeno riso.

 Anahi: Não é por isso, mas não to mesmo com vontade alguma de comer.

 Dulce a reparava estava com o rosto abatido e os olhos um pouco inchados pelo choro.

 Dulce: Cara, você ta horrível, parece que um caminhão passou por cima de você!

 Anahi outra vez sorriu um sorriso triste, mas sorriu.

 Anahi: Quer me consolar ou acabar comigo de vez?

Dulce: Te fazer sorrir, mesmo sendo assim, de uma forma meio tosca!

Anahi: E eu não sei porque ainda acho graça.

Dulce: Mas então, come vai!

Anahi: Não quero! (fazendo careta)

Dulce: Ta é com medo de comer, mas vamos fazer assim, pra provar que não ta envenenado eu como com você, metade pra cada uma pode ser?

Anahi: Não quero, pode comer tudo, não quero mesmo.

Dulce: Olha, vou te avisar uma coisa, eu não vou sair daqui enquanto não comer um pedaço desse sanduíche comigo, então vai ter que me aturar aqui e acho que não querer isso né?

 Anahi sorriu mais uma vez.

 Anahi: Não vai me deixar em paz enquanto não comer né?

Dulce: Não! E você sabe que quando é pra te perturbar e irritar é comigo mesmo.

Anahi: Ta bom então, tudo pra ficar livre de você!

 Elas se olharam sorrindo.

 Dulce: Boa menina! O problema agora é partir o pão sem uma faca.

Anahi: Ah, é só partir com as mãos mesmo!

 Ela pegou o pão o partindo, fazendo uma pequena bagunça no sanduíche.

 Dulce: Isso ai ta virando um sanduíche mexido! (rindo)

Anahi: Nossa, o tomate saiu todo! (rindo)

Dulce: Olha o alface indo junto, pera ai, deixa eu te ajudar!

 Elas partiam e rindo, destruindo o sanduíche todo. 

 Dulce: Pera ai, você ta segurando errado, segura assim que é melhor.

 Ela colocou suas mãos sobre as de Anahi, a mesma parou de mexer as mãos sentindo o toque quente das mãos macias de Dulce sobre as suas, as conduzindo. Dulce segurava as mãos dela com delicadeza, e adorando senti-las nas suas daquela forma, agora já não riam mais e se olhavam, ficaram pro alguns segundos assim, as respirações já começando a pesar. Então Anahi tirou suas mãos das dela devagar.

 Anahi: Acho que leva mais jeito do que eu! (sem graça)

Dulce: Com certeza, destruiu tudo! 

 Dulce começou a rir para descontrair e Anahi riu junto. Depois ela ajeitou as partes do sanduíche e começaram a comer e conversar.

 Dulce: E então, sábado é seu aniversário né?

Anahi: Isso! A mamãe vai fazer uma festa, eu não queria muito, mas acabei aceitando, mas aceitei só por ter sido um dos pedidos do meu pai antes dele falecer.

Dulce: Acho que fez bem em aceitar a festa, se é um pedido que seu pai te fez, é por ele.

Anahi: Mas eu não tenho animo pra festa nem nada nessa semana da morte dele.

Dulce: Mas pensa nele, no quanto ele ta feliz por você poder comemorar essa data, ele quer te ver feliz Any, acho que não pode dar presente melhor a ele, seja lá onde ele estiver.

Anahi: É, todo mundo fala isso! Por isso aceitei.

Dulce: Pode ter certeza que ele deve ta muito orgulhoso de você, vai fazer 18 anos, ta se tornando uma mulher, e tenho certeza que ta se tornando a mulher que ele gostaria que se tonasse, e uma mulher muito linda!

 Elas ficaram se olhando por um momento.

 Anahi: Me acha linda? 

Dulce: Eu não acho, você é!

 Anahi se surpreendeu com as palavras e sinceridade dela, e não conseguiu evitar o friozinho na barriga quando ouviu.

Anahi: Você me detesta Dulce!

Dulce: Mas isso não me torna cega (rindo) detestar é uma coisa, agora ver as coisas como são é outra!

Anahi: O que a culpa e remorso não fazem né?

Dulce: Como assim?

Anahi: Ta me elogiando, me tratando bem e falando essas coisas porque ta se sentindo culpada pelo que disse e por pena também.

Dulce: Nem vou tentar convencer do contrário, não vai acreditar em mim mesmo né?

Anahi: Não, nunca foi com a minha cara Dulce.

Dulce: E se acha isso tudo, e vamos concordar que nem você vai com minha cara, porque então ta aqui conversando comigo desse jeito? Porque também ta me tratando bem, e depois do que eu te disse, era pra nem ta falando comigo.

Anahi: Não sei Dulce, eu realmente não sei, acho que é porque ta me fazendo rir, nesses dias é difícil alguém arrancar um sorriso assim de mim. 

Dulce: Sente muito a falta dele né?

Anahi: Demais, meu pai foi um grande homem e grande pai, ele se foi cedo demais, a gente ainda tinha tanto pra viver juntos, e ele se foi assim e nem vai poder conhecer os netos dele.

Dulce: Netos?

Anahi: É, era um dos sonhos dele, ele queria muito um neto, no mínimo um né, porque ele queria mais que um, pra herdar tudo isso aqui, pra levar a nossa geração adiante. Seguir a tradição da família, porque essas terras aqui e as do pai do Poncho, tio Fausto que fica aqui do lado, são passadas de geração para geração a anos.

Dulce: A quanto tempo mais ou menos?

Anahi: O meu bisavô deixou pro meu avô, que foi filho único, ai ele deixou pro meu pai e pro tio Fausto pai do Poncho, porque no caso eram os dois únicos herdeiros, e agora eu, Manu e Poncho herdaremos tudo.

Dulce: No caso, Poncho vai ficar com a fazenda do pai dele e você e sua irmã a Manu, vão herdar essa fazenda, não é isso?

 Anahi: Isso! E pra levar adiante, os netos que meu pai e o tio Fausto tanto sonham. Inclusive antes de morrer papai me lembrou disso, fazendo o pedido de eu e a Manu dar netos a ele para herdar isso tudo aqui.

Dulce: E você quer isso também, seguir essa tradição?

Anahi: Claro, também é meu sonho ter um filho, aliás, filhos, quero dois. A Manu eu não sei como vai ser, desde que o papai morreu nunca mais ela voltou aqui, ela não aguentou ficar aqui sem ele, então acho que não volta mais, claro que os filhos dela vão ter direito a tudo, mas não vão ser criados aqui se ela não voltar, então não sei se vão gostar de campo.

Dulce: E ela não pretende voltar mais?

Anahi: Ela diz que não consegue, faz 3 anos que papai se foi e ela ainda não voltou aqui, ela diz que tem vontade mas não sabe se tem coragem de enfrentar isso.

Dulce: Imagino como deve ser difícil pra ela!

Anahi: Ela não suportou viver aqui sem ele, longe ela também sofre muito, mas aqui ela se sente pior ainda. Afinal, tudo lembra ele, eu também achei que não suportaria, mas não podia deixar a mamãe aqui sozinha, a fazenda tinha que ser levada adiante, isso aqui era a vida dele, não podíamos deixar tudo desmoronar e ele pediu que a gente não abandonasse aqui.

Dulce: E você quer seguir essa tradição por sua família, ou porque também é um desejo seu?

Anahi: Porque também é um desejo meu, meu sonho dar esse neto ao papai. É meu sonho desde sempre me casar, ter uma família, e essas coisas que toda garota romântica como eu sonha, esses netos são o sonho de toda a família.

Dulce ao ouvir ela dizer desse seu sonho, de se casar e ter filhos, uma família, é claro que ela se referia ter isso com um homem, por ela ser hétero. Por conta disso sentiu um certo incomodo, mas não sabia porque.

 Anahi: Vai me dizer que não sonha em casar? Ter filhos, ter sua família.

Dulce: Por que não, sabia?

Anahi: Como não? Todo mundo quer ter sua família Dulce, se casar um dia. É porque você é bi? Quero dizer, não sabe se vai casar com homem ou mulher? Essas coisas e tal?

Dulce: Não (sorriu) não tem nada a ver com isso, é que eu não tenho uma ideia de casamento muito boa como você.

Anahi: Pelos seus pais?

Dulce: Isso! Pra mim esse negócio de casamento, compromisso, apaixonar, amar só faz a gente sofrer.

Anahi: Nunca se apaixonou?

Dulce: De verdade não, ainda mais depois do fim do casamento do meu pai e da minha mãe, nem quis e nem quero. O casamento ia bem, ai do nada tudo acabou e minha mãe sofreu demais, enfiou a cabeça no trabalho pra esquecer a dor e acabou sem tempo pra mim, se ausentou como mãe, o papai foi embora e se ausentou também, do que adianta amar, dar valor, se entregar se no final é isso o que você ganha, sofrimento, porque foi isso que o papai deu a ela, e sem contar que reflete nos filhos, sofri e sofro demais por isso. 

Anahi: Dulce, não pode ter essa ideia do amor e casamento por causa dos seus pais, cada relacionamento é diferente, não acontece com todos.

 Dulce ficou se lembrando do quanto sua mãe sofreu pelo fim do casamento, e como ela achava que seu pai havia a traído com a mãe de Anahi, a raiva começou a tomar conta da sua mente, trazendo sentimentos de raiva. Sua raiva de Marichelo era cada vez maior sempre que lembrava de tudo, e consequentemente ela sentia raiva de Anahi também, pro ser da família e achar que são todos iguais, que sua vida toda mudou por conta da separação dos seus pais e do namoro e casamento dele com Marichelo. Mas como havia prometido a si mesma que não incomodaria Anahi por aqueles dias, e se lembrou dos olhos azuis dela magoados a olhando na sala quando disse sobre o pai dela, foi o suficiente par desarma-la. Ela então fechou os olhos afastando todos os pensamentos ruins, pois não queria brigar com Anahi, não aqueles dias. Ela não percebia, mas aos poucos estava começando a separar as coisas, independente do seu pai ter traído ou não sua mãe com Marichelo, Anahi não tinha culpa de nada.

 Anahi: Dulce, ta tudo bem?

Dulce: Ta sim! Bom, vamos mudar de assunto, é melhor. Bebe o suco vai.

Anahi: Bebe você vai.

Dulce: Mas que teimosa, não ta envenenado também. 

 Elas sorriram se olhando.

 Anahi: Vai saber né!

 Dulce bebeu a metade do suco e entregou o copo a ela, Anahi tomou todo o resto.

 Dulce: Ta vendo? Não ta envenenado, e fui eu que fiz tudo.

Anahi: Sério? Bom, pelo menos você comeu e bebeu também, prova que não ta envenenado.

Parece que enfim elas estao começando a se dar bem né? e Ai o que acharam da atitude da Dulce ao pedir desculpas a Anahi por tudo que falou.

Sobre mim estou melhorando, nao estou 100% ainda mas irei postando conforme der, nao prometo datas que irei postar mas vão acompanhando conforme eu tiver tempo e conseguir irei postar. Obrigado a todos por desejar minha recuperação aos poucos to ficando bem :)