Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Elas riram. Anahi olhou no relógio e já estava tarde.

Anahi: Ta tarde acho melhor a gente entrar.

Dulce: Vamos então, amanhã tem facul.

Elas se levantaram ao mesmo tempo e acabaram esbarrando o corpo no outro sem querer, Anahi se desequilibrou um pouco e Dulce a segurou com uma mão em volta da sua cintura e a outra na mesma.

Dulce: Cuidado!

Anahi tinha as mãos nos ombros de Dulce, agora em pé seus corpos estavam próximos o suficiente para sentirem o calor uma da outra, ficaram se olhando sem silencio, os rostos também bem próximos, ficaram se olhando nos olhos. Dulce desceu os olhos olhando os lábios carnudos e rosados de Anahi, lindos, macios e convidativos a um beijo, beijo que ela conhecia muito bem, foi o suficiente para sentir um frio na barriga e o calor percorrer seu corpo, sua respiração já pesava e a de Anahi ia no mesmo ritmo que a sua, agora ela também olhava os lábios delicados da ruiva, rosados como o seu, ao lembrar de como eram saborosos sentiu o corpo mole, enfeitiçada pela vontade de beijá-la naquele momento, sem perceberem seus lábios estavam se aproximando, suas respirações já se misturavam, quando ouviram  Marichelo chamando.

Marichelo: Filha, onde você está?

Rapidamente elas se separaram disfarçando, temendo que Marichelo as visse daquele jeito.

Anahi: To aqui mãe, perto das flores brancas.

Marichelo deu mais alguns passos e as encontrou.

Marichelo: Eu acho melhor vocês entrarem, já ta tarde e acordam cedo amanhã, Daniel pediu que você entrasse Dulce. 

 Dulce não disse nada, apenas odiando ela ter aparecido na hora errada. Além de ter aparecido ali para pedir para elas entrarem porque estava mesmo tarde, também queria se certificar de que estava tudo bem entre elas, como as duas brigavam muito e se desentendiam fácil, achou melhor ficar de olho. Mas ao ver que estavam bem, ficou feliz, parecia que finalmente se entendiam.

 Em minutos já estavam em casa. Na sala Dulce saiu indo a cozinha deixar o prato e copo lá, enquanto Anahi ficou na sala com sua mãe e Daniel. Quando Dulce voltou da cozinha os quatro foram para seus quartos, no corredor Marichelo e Daniel deram boa noite, e entraram no quarto felizes pelas duas estarem conversando na boa.

 Ficaram apenas as duas no corredor, cada uma na porta do seu quarto.

 Anahi: Bom, boa noite Dulce!

Dulce: Boa noite Anahi!

 Elas se olhavam sem saber como se despedirem além do boa noite, meio sem jeito, parecendo que não queria dar boa noite ainda, mas era preciso, precisavam ir dormir, pois acordavam cedo no outro dia e estava tarde.

 Elas abriram as portas do quarto e antes de entrarem ainda ficaram se olhando do mesmo jeito.

 Anahi: Bom, vou indo então, boa noite!

Dulce: Boa noite!

 Elas entraram e antes de fecharem as portas, Anahi chamou Dulce.

 Anahi: Dulce!

Dulce: Oi! (se virando para ela)

Anahi: Obrigada pelo sanduíche, tava um pouco sem sal, mas tava bom! (sorriu)

Dulce: Sem sal é? (sorrindo)

Anahi: Isso! (ela deu um pequeno riso) to brincando, tava ótimo, tava só te pirraçando, pra não perder o costume.

Dulce: Depois eu que provoco né? (rindo)

Anahi: Aprendi com você!

 Elas voltaram a rir.

 Anahi: Mas falando sério, obrigada pelo fim de noite, por ter me feito rir, eu tava precisando!

Dulce: Foi nada, depois do que eu te falei lá na sala mais cedo, era o mínimo que eu podia fazer.

 Elas se olharam por uns segundos e se despediram de vez, deram boa noite e entraram no quarto. Dulce assim que fechou a porta, sorria boba, foi escovar os dentes sem tirar o sorriso do lábios e se sentindo melhor e menos culpada pelo que havia a dito e gostou de fazer ela sorrir, de cuidar dela, se sentiu bem em estar com ela sem brigas. Anahi assim que fechou a porta também sorria, mas apesar de gostar do jeito que foi tratada por ela, achava que Dulce estava a tratando bem daquela forma por culpa, remorso e pena. Mas a verdade é que nem mesmo Dulce, percebeu que fazia isso não só por culpa e remorso, mas também porque se sentia feliz em estar bem com ela.

Quarta-feira chegou, e passou tranquila assim como quinta e sexta. Nesses três dias Anahi e Dulce não se falaram mais como na terça-feira. Nada além de bom dia, boa tarde, boa noite e um oi aqui e outro ali. Depois daquela conversa elas não sabiam como se comportarem uma com a outra, Dulce cumpriu o prometido de que não iria incomodá-la, e não sabia como chegar em Anahi para conversar, até porque aquilo era novo para ambas, viviam brigando o tempo todo e agora que as coisas ficaram tranquilas, não sabiam como fazer. Dulce não sabia como chegar nela, não tinham assuntos em comum, pois nunca conversavam, e como Anahi não tomou atitude para conversar com ela, preferiu ficar na sua.

 Já Anahi assim como ela não sabia como agir, ou conversar com ela. Também não queria que Dulce conversasse com ela e a tratasse bem só por pena e culpa. Na verdade achava que Dulce só conversou com ela naquela terça-feira a tratando bem como uma forma de se desculpar pelo que havia dito, então nos próximos dias era natural as coisas voltarem ao normal como sempre foram, como Dulce não tomou iniciativa de conversar com ela como naquele dia, pensou que ela não quisesse papo, afinal, mesmo elas terem se dado bem por um dia, não podia esquecer que Dulce não gostava muito dela. E assim seguiram até sábado, dia do aniversário de Anahi.

 Anahi havia acabado de acordar e estava fazendo hora na cama para se levantar, seria um grande dia, tomava coragem para dar início a esse dia e logo se lembrou do seu pai, só faltaria ele. Ao pensar nele ouviu batidas em sua porta, logo a viu se abrindo e como se não pudesse acreditar no que via, Dulce entrava com uma bandeja de café da manhã nas mãos e em seguida fechou a porta com o pé. Ela se sentou surpresa e encabulada, chegou a pensar se não tava sonhando, porque Dulce fazendo aquilo não parecia real.

 Dulce devagar foi até a cama e colocou a bandeja para ela poder tomar seu café da manhã ali.

 Dulce: Bom dia caipira!

 Elas riram.

 Anahi: Bom dia sua chata!

 Elas ficaram em silencio se olhando depois de rirem novamente.

 Dulce: Trouxe o café da manhã pra você!

 Anahi olhava a bandeia, tinha biscoitos, uma torrada, pão, leite, café, suco de laranja, e um mamão e tinha duas rosas, uma vermelha e a outra branca. Era exatamente tudo o que ela gostava e costumava comer em seu café da manhã. Na verdade ela não comia muito no café da manhã, mas Dulce procurou reunir tudo o que ela gostava e assim escolheria o que seria aquela manhã.

 Anahi: Caramba, quanta coisa hein!

Dulce: É, acho que você ainda não sabe isso sobre mim, mas sou exagerada as vezes. Na verdade tem mais coisas que sei que você gosta, mas a bandeja é pequena e não ia caber tudo, já deu trabalho meter isso tudo ai. (rindo) Assim fica variado pra você escolher.

Anahi: E como sabe que gosto disso tudo? Já sei, mamãe fez e pediu a você que trouxesse, acertei?

Dulce: Não! Na verdade sua mãe saiu com o papai. Eu fiz tudo e tomo café da manhã todos os dias com você esqueceu? 

Anahi: Ah então repara no que eu como?

Dulce: Isso não vem ao caso ok? (sorriu) E aproveita seu café da manhã.

Anahi: E as rosas? É pra eu comer também? (rindo)

Dulce: Boba! A rosa branca é tipo uma bandeira de paz, sacou? Paz por esses dias. (sorriu)

Anahi pegou as rosas as cheirando.

 Anahi: E a vermelha?

 Dulce não sabia o que responder, nem ela mesma sabia porque deu rosas a ela, a branca ela sabia mas a vermelha não.

 Dulce: Bem, a vermelha .. er .. a vermelha representa eu! (mostrando o cabelo) 

 Anahi riu.

 Anahi: Essa foi à coisa mais idiota que eu já ouvi sabia? Isso não soou nada romântico pra quem ganhou uma rosa.

Dulce: Eu sei, foi ridículo mesmo! (rindo)

Anahi: Se bem que ela pode representar você mesmo, porque ficou da cor dela quando te perguntei o que ela significava.

 Dulce parou de sorrir meio tímida e Anahi achou fofa a carinha que ela fez.

 Dulce: E a outra é você, branquela!

 Elas riram.

 Anahi: Não sou branquela ta? To só no bronze! 

Dulce: Mas não deixa de ser branquela, e toma esse café logo vai.

 Anahi sorriu.

 Anahi: To cheia de fome!

Dulce: Bom, vou deixar você tomando seu café.

 Ela se aproximou um pouco de Anahi e pegou a rosa vermelha da mão dela.

 Dulce: Falando sério agora, essa rosa é pelo seu aniversário, queria te dar mais dela, um monte, mas ai seu jardim ia ficar sem rosas e sua mãe ia me matar. (elas riram) Feliz aniversário Any, parabéns e que seu dia hoje seja maravilhoso e que o aproveite bem, prometo colaborar para que nada o estrague, e olha que eu infernizo seus dias, eu sei! (sorriu)

 Anahi sorriu, Dulce aproximou seu rosto do dela devagar e deu um beijo na bochecha dela um pouquinho demorado colando os lábios ali, pôde sentir o cheirinho dela adorando. Anahi sentia os lábios delicados e macios dela em sua pele e fechou os olhos sentido. Depois Dulce se afastou se levantando.

 Dulce: Aproveita mesmo o seu dia!

Anahi: Obrigada Dulce, vou aproveitar sim!

 Elas ficaram se olhando.

 Anahi: Obrigado pelo café da manhã, pela gentileza e pelas rosas, são lindas!

Dulce: Foi nada! Ah e se contar pra alguém que te trouxe café da manhã na cama eu te mato!

 Elas sorriram uma pra outra e Dulce saiu do quarto. Anahi olhou a bandeja sorrindo e depois as rosas, pensou porque Dulce não era sempre assim, doce e meiga. Mas embora estivesse adorando esse tratamento vindo dela, ainda achava que era tudo por culpa e remorso. 

 Ela tomou o café saboreando e depois foi tomar seu banho. Após terminar vestiu uma roupa, como fazia muito calor optou por um shortinho jeans e uma blusinha xadrez colada ao corpo de manga curta, penteou os cabelos os deixando soltos e desceu.

 Lá em baixo na sala encontrou sua mãe e Daniel entrando na sala.

 Marichelo: Já acordou meu amor?

Anahi: Sim mamãe! (sorrindo)

Marichelo: Vem cá vem!

 Ela abriu os braços indo de encontro a filha e se abraçaram apertado.