Fanfic: S i x t e e n | Tema: Personagens Originais

Abracei minhas pernas e fiquei pensando sozinha na areia. Depois de um tempo, levantei e segui para a casa de praia. Ao chegar fui direito para o quarto tomar um banho. Fiquei com a cabeça na água por algum tempo embaixo do chuveiro, depois que sai, hidratei minha pele, coloquei um vestidinho floral curto com um par de chinelos. Deixei meus cabelos naturais mesmo.

— Ahh. — Suspirei ao deitar minha cabeça no travesseiro. Fechei os olhos e quando menos esperei, cochilei.

Acordei só com meu estomago roncando, levantei preguiçosa coçando os olhos e fui em direção à cozinha.

— Estávamos preocupados! — Thereza me abraçou. — Não te vimos entrar.

— Eu estava dormindo. — Sorri com a cara amassada. — E agora estou com fome, acho que vou pedir uma pizza.

Thomas entrou na casa naquele instante. Olhou minha cara amassada, revirou os olhos e saiu de novo. Pedi as pizzas e fui até a varanda ver Thommy.

— Oi. — Sorri ao chegar ao seu lado. Thomas me olhou de rabo de olho, tragou seu cigarro e respondeu:

— E aí.

— Você vai acabar se matando... — Apontei para o cigarro.

— Vai falar isso a cada vez que me ver com o cigarro na boca? — Ele riu.

— Me preocupo contigo.

— Não se preocupe comigo, se preocupe com você.

— Mas eu me preocupo comigo. — Eu ri.

— Ah claro. E ficar se iludindo com o Jacob é uma forma bem singela de se preocupar com você mesma né?

Ai.

— Thomas...

— Thomas não, Anna. Quer se iludir, ótimo. Se iluda, mas se você se machucar não me procure porque eu vou te dar costas, valeu? Cansei de tentar abrir teus olhos.

Thomas tragou a ultima vez e jogou seu cigarro na areia me deixando sozinha na varanda.

— Droga. — Suspirei e abaixei minha cabeça para pensar.

Quando a levantei, vi Jake e Nina dando um passeio romântico ao por do sol. Acho que Thomas estava certo... Eu jamais ficaria com Jake. Meu peito apertou. Por mais que aquela fosse a verdade, a verdade doía. Pra falar a verdade, verdades sempre doem pra alguém e para mim estava doendo demais.

A pizza chegou, paguei e entrei com tudo. Comemos na sala mesmo, ficamos um tempo acordados e enfim fomos dormir.

O restante da semana passou depressa e quando vimos já era hora de voltar para casa.

— Por nós temos de ir? — Thereza perguntou reclamando.

— Por que sim! Hahaha. — Respondi ao abraçá-la de ladinho.

Phellipe estava de carro então voltamos com ele mesmo. Fui dormindo a viagem inteira e só acordei ao chegarmos perto da minha casa.

— Acorda bela adormecida. — Thomas jogou meu moletom na minha cara.

— Ogro. — Sorri e sai do carro pegando minhas coisas.

Thomas era meu vizinho. Ele me ajudou a carregar as coisas até a porta da minha casa.  Demos tchau para o casalsinho e Thomas veio me abraçar.

— Até que não foi tão ruim. — Ele sorriu.

— É... — Sorri de volta. — Vou entrar. Estou cansada. — Sorri sem graça.

— Tudo bem... — Thomas veio para me beijar, mas eu virei o rosto (sem querer) e acabamos nos beijando. Me afastei sem graça e sem conseguir encará-lo.

— É... Desculpa.

Thomas não respondeu. Veio ao meu encontro, segurou meu rosto com carinho e me beijou de surpresa. Tentei não corresponder, mas ele me envolveu de uma forma tão carinhosa que eu tive que corresponder. Thomas beijava bem... Bem até demais. Ao término do beijo ele encostou sua testa na minha e ainda de olhos fechados sussurrou:

— Desculpa. Não sei o que deu em mim.

— Tu... Tudo bem. — Sussurrei de volta.

Thomas beijou minha testa, pegou sua prancha e sua mala e foi para sua casa. Respirei forte... Que loucura! Peguei minhas coisas e entrei em casa e já fui recebida com muito carinho.

— PETER, SEU PESTINHA! — Gritei ao quase ser acertada por uma bola de futebol que Peter havia chutado em minha direção.

— Ah! Cala essa boca sua despeitada.

Olhei-o profundamente. Ele havia entendido... Eu o mataria. Sai correndo em sua direção enquanto ele fugia de mim, mas antes que eu chegasse perto de agarrar aquele pescoçinho minha mãe puxou meu braço de uma vez.

— Ei querida, que saudade. — Ela me abraçou.

— Oi mãe.

— Anna Gahmarri! Como você ousa me abandonar? — Emma, minha irmã mais velha, veio ao meu encontro.

— Oi pra você também Em.

— Toma um banho, come alguma coisa e vamos lá à loja pra você experimentar seu vestido.

— Dá um tempo Em...

— Dá um tempo? Faltam duas semanas para o meu casamento e você quer “tempo”?

— Ta bom Em. Só para de histeria. Vou tomar um banho e a gente vai lá, tá?

(...)

— Emma, não tem um vestidinho que por acaso faria o milagre de me deixar com uns seios beeeem grandes? — Perguntei ao gesticular o tamanho que eu desejava que os mesmos tivessem.

— Não Anna. — Em riu. — Você está linda.

— Não estou não, mas tudo bem. E aí, quando os “Cruise” chegam?

— Na sexta à tarde, daí vamos todos ao Holand jantar.

— Holand? Hum... Papai está podendo. — Gargalhei.

— Sempre pode querida. — Ela riu também.

— Pronto. A barra está marcada, pode ir tirar o vestido querida... E venha fazer a ultima prova semana que vem, ok? — A costureira, disse e se retirou.

— Como você os conseguiu? — Perguntei ao apontar o dedo para os seios.

— Hahahaha. Na hora certa, eles chegam... — Em disse ao me ajudar a tirar o vestido. — Estou com fome, quer jantar?

— Hum... Italiano? — Perguntei.

— Seria ótimo.

 Emma sorriu para mim e saiu do provador para que eu terminasse de me vestir. Quando terminei fomos a um restaurante italiano do centro da cidade. Conversamos sobre muitas coisas. Em e eu éramos bem unidas, ainda bem. Já bastava Peter me odiar.

— Conta sobre o fim das suas férias! Faltam duas semanas pro seu aniversário né?

— Ah Em, foi legal... Aham.

— Já sabe o que pedir de aniversário?

— Ah... Ainda não. To pensando. — Sorri.

— O que você está me escondendo? — Em olhou-me sugestiva e eu olhei-a intrigada. — Aconteceu algo e você está me escondendo.

— Ah... Não sei. — Sorri boba. — Nada demais. Jake Ryan estava lá na praia, fui a uma festa dele... Thommy me beijou, APRENDI A SURFAR! Acredita nisso? Surfar é tão delicioso...

— Perai, repete.

— Aprendi a surfar! — Falei com os olhos brilhando.

— Thomas te beijou? Sério? — Em gargalhou. — Sempre achei que vocês namorariam.

— Epa... Perai o beijo aconteceu por acaso, não por vontade nossa.

— Ah, claro. — Em disse debochada.

Revirei meus olhos e sorri. Continuamos a conversar e depois fomos para casa. Quando chegamos Thomas, Thereza e Phellipe estavam na frente da casa de Thomas conversando.

— Anna! — Thereza acenou para mim.

— Diz pra mamãe que estou aqui fora conversando com meus amigos? — Perguntei.

— Digo sim. — Em sorriu e entrou em casa.

— E aí. — Eu disse.

— Onde você estava? — Thereza perguntou.

— Provando meu vestido do casamento da Em. — Sorri olhando para todos, mas quando meus olhos pousaram sobre os de Thomas... abaixei minha cabeça no mesmo instante.

— Ah é. O casamento vai ser daqui a duas semanas, né? — Thereza perguntou.

— Aham! — Respondi corando, pois eu havia percebido o olhar intenso de Thomas sobre mim. — Acho que vou entrar...

— Entra não... — Thomas disse.

— Estou com... fome. — Respondi rápido.

— Ótimo! Estávamos indo comer uma pizza.