Fanfic: DOCE VINGANÇA DE AMOR - ADAPTADA (FINALIZADA) | Tema: PONNY, Mentiras, Intrigas, Drama, Romance

Dali a pouco, sem maquiagem e com os cabelos mal pen­teados, ela saiu e parou junto à porta. Alfonso estava deitado de costas, de olhos fechados, o peito musculoso subindo e des­cendo num ritmo cadenciado. De algum modo, o magnífico corpo bronzeado parecia indefeso, e ela sentiu amor, tão intenso que mal podia respirar.

— Venha para a cama, Gio. Sei que está aí parada — disse Alfonso, suavemente, sem abrir os olhos.

— Como sabia que eu estava ali? — Ela se aproximou da cama.

— Você é a minha metade. — Ele abriu os olhos e a fitou. O brilho dourado continuava lá. Apreciou seu corpo esguio e o rosto lavado. — Eu sabia que você era bonita, mas, sem a maquiagem, é maravilhosa demais para se expressar em pa­lavras. Venha aqui. — Estendeu a mão.

Confiante, Gio aceitou o convite. Ele a puxou para junto de si e beijou sem pressa, usando a língua para explorá-la. Devagar, reiniciaram a dança do amor.

Gio acordou com o telefone. Pensou em atender, mas viu que não iria longe, com o braço musculoso de Alfonso prendendo-a pela cintura. Após um segundo de desorientação, lem­brou-se de onde estava.

— Alfonso, o telefone — anunciou, desvencilhando-se do braço que a mobilizava, rezando para ver o mesmo amor no olhar dele. Nervosa, prendeu a respiração.

— Gio. — Ele disse seu nome suavemente, a voz grave e rouca de sono, prendendo-a de novo com o braço. Então, abriu os olhos e sorriu ao vê-la. — Então, não foi um sonho.

Ela sentiu o medo dissipar-se.

— Não, nem o telefone — observou ela, sorrindo. Ele a beijou rapidamente, apoiou-se no criado-mudo e atendeu ao chamado.

Gio deitou-se e o observou com os olhos semicerrados.

Alfonso era esplêndido. Ficou tentada a se beliscar para ter certeza de que a noite anterior acontecera realmente. Ele a amava, queria que ficassem juntos e pedira para que ela de­sistisse da carreira de modelo. Ela concordara, pois ia parar de qualquer forma; no entanto, antes que pudesse explicar, Alfonso a abraçara e fizeram amor mais uma vez. Bem, tinham tempo. Nada importava naquela manhã, exceto seus sentimen­tos um pelo outro. Alfonso ficou sério ao telefone. De cenho franzido, de repente parecia mais velho e mais rude. Sem saber por quê, ela se arrepiou de medo.

Ele bateu o telefone no gancho e girou as pernas para a lateral da cama.

— O que foi? — indagou ela, pousando as mãos em seus ombros. Ele se voltou, como se acabasse de perceber sua presença.

Alfonso forçou um sorriso.

— Desculpe-me, querida, mas tenho que ir ao autódromo e não sei quanto tempo ficarei lá. — Estudou-lhe o semblante e afastou uma mecha de cabelos da testa. — Minha aniversa­riante. São só seis e meia, volte a dormir. Vou deixar uma chave na mesa da cozinha e um cartão com o endereço. — Ele se inclinou e a beijou na testa, a pele áspera de barba por fazer arranhando a pele delicada. — Se eu voltar logo, vou ver o desfile, o seu último desfile — prometeu. — Se não, telefono para o seu hotel e encontro-me com você lá. Mas, se eu não telefonar até as cinco horas, arrume suas malas e venha para cá. — Com isso, foi para o banheiro.

Gio puxou o lençol de cetim até o queixo e suspirou sonhadora. Em poucos minutos, adormeceu novamente. Não viu Alfonso sair do banheiro e sorrir-lhe ternamente, mas es­tremeceu quando sentiu um leve roçar nos lábios e, em seu sonho, imaginou uma voz masculina dizendo "eu te amo".

Agora, diante do próprio reflexo no espelho do banheiro, Gio sorria. Parecia diferente, mais conhecedora. Os lábios intumescidos denunciavam o que andara fazendo... mas não se importava! Estava apaixonada.

— Alfonso! — Queria gritar o nome do amado para o mundo ouvir. Em vez disso, foi para a cozinha. Tinha tempo para uma xícara de café antes de pegar um táxi para o hotel.

Ouviu a porta abrir-se e correu para a sala. Alfonso voltara.

Gio abriu a boca para falar e estacou. Era um estranho... Tinha altura mediana e cabelos encaracolados pretos. Ele disse algo em espanhol que parecia um palavrão.

— O que faz aqui? — indagou ela, percebendo de repente a situação perigosa.

— Meu inglês não é muito bom, mas sou Sebastian Guarda — apresentou-se ele. — Eu moro aqui.

— Não pode ser, este é o apartamento de Alfonso.

— Ah, Alfonso. Alfonso divide o apartamento comigo na se­mana no Grand Prix. Onde ele está? Ainda na cama enquanto você faz o café, hum?

— Não, ele foi trabalhar — respondeu ela, arrependendo-se em seguida.

— Trabalhar! — Sebastian riu. — Acho que é uma desculpa tão boa quanto qualquer outra. Ouça, mocinha, estou cansado, viajei durante horas, quero um café e um bom sono. Alfonso e eu geralmente dividimos tudo... Mas, neste caso, você parece tão cansada quanto eu. Assim, por que simplesmente não vai embora?

— Isso é ultrajante e eu não acredito em você. Alfonso me ama. Ele... ele quer que eu fique — afirmou, gaguejante.

— Ele disse isso?

— Sim, vai se encontrar comigo quando acabar o trabalho no autódromo. — Mas uma vozinha interna sussurrou-lhe: O que você sabe sobre Alfonso? — Ei, você é o homem no porta-retrato do aparador.

— Sim, e Alfonso Herrera não trabalha, não da forma que eu e você consideramos. — Sebastian Guarda ergueu o sobrolho, irônico. — Ele patrocina uma equipe de Fórmula Um, um hobby de homem extremamente rico. Ele tem um banco e casas em Sevilha, Madri e Buenos Aires, além de uma fazenda de grande extensão.