Fanfic: DOCE VINGANÇA DE AMOR - ADAPTADA (FINALIZADA) | Tema: PONNY, Mentiras, Intrigas, Drama, Romance

Annie voltou-se.

— Espere... — Resignou-se, pois o jovem casal já corria para a porta. — Não vim para ser a dama de companhia dela? — resmungou.

Alfonso aumentou a pressão em seu braço.

— Oh, tenho certeza de que posso encontrar alguma ocupação para você — murmurou, conduzindo-a pela escada. No primeiro andar, percorreram um corredor com vários retratos de antepas­sados. Passaram por duas portas e estacaram diante da terceira.

— Marta reservou a suíte do canto para você. Espero que goste.

— Ele abriu a porta e a introduziu no aposento.

— Uau! — exclamou Annie. Nunca vira nada igual. Uma cama circular enorme, dourada, com dossel, imperava no centro do ambiente, as cortinas de seda pesada amarradas com fitas azuis. Quatro janelas em arco ocupavam duas paredes, com vistas da paisagem externa. Um lado dava para os telhados antigos das casas vizinhas e tinha a torre Giralda ao fundo. Do outro, via-se o rio. Os móveis eram todos em azul e dourado. Uma escrivaninha antiga ocupava o vão entre duas janelas, havia um sofá de estrutura em madeira e estofamento em cetim, com cadeira combinando, e uma mesa baixa igualmente bonita completava a saleta.

Vagarosamente, ela se voltou. Alfonso estava ao lado da cama enorme.

— A cama veio do harém de um xeque. Gostou? — indagou ele, casualmente, mas havia aquele brilho dourado no olhar.

— Gostei. Como é possível não gostar! — exclamou Annie, fascinada com cada detalhe. — Já vi famílias inteiras morando em tendas do tamanho desta cama.

Alfonso riu.

— Ali fica o banheiro e o closet, que dá em outra saleta, a qual também pode ser acessada pelo corredor. — Alfonso foi até a porta e a abriu. Annie voltou a se espantar.

De uma das paredes recobertas com mármore branco, desta­cava-se uma porta dourada que devia levar ao closet, concluiu Rose. O banheiro tinha um chuveiro duplo, um bidê, mas o ponto alto era uma banheira circular enorme em mármore branco.

— Decadente é a palavra que vem à mente — comentou ela, ao voltar para o quarto.

Bem atrás dela, Alfonso pousou as mãos a mão em seus ombros. Annie tentou se desvencilhar, mas ele a fez se voltar.

— Combina com você, um ambiente decadente para uma dama decadente... Gio.

Por um segundo, ela pensou ter ouvido mal. Então, encarou-o e empalideceu. Ele sabia... sempre soubera que ela era Gio.

— A única pessoa decadente aqui é você — rebateu, irada. — Além de melodramático. Se me reconheceu, porque não disse? — Recuou para se livrar dele, mas só conseguiu porque ele permitiu.

— Eu podia lhe fazer a mesma pergunta — replicou Alfonso, cínico. — Mas eu sei a resposta, li no seu rosto quando Teresa nos apresentou. Você empalideceu e ficou horrorizada. — Fi­tou-a. — Qual foi o problema, ficou com medo que eu revelasse que a médica dedicada já foi garota de programa?

Annie não disse nada, estava tensa demais para falar.

— Eu estava observando pela janela quando você chegou, lá na fazenda de Teresa. Seus cabelos quase me enganaram, mas os anos foram gentis com você. Se mudou foi para melhor. Está mais bonita, mais voluptuosa — avaliou ele, ousado.

— Quer dizer que estou gorda — disparou ela.

— Não. — Alfonso apalpou-lhe um seio, enviando estímulos sexuais.

— Mantenha as suas mãos longe de mim! — Ela o repeliu e a situação ficou tensa.

Alfonso riu brando.

— Tão defensiva. — Ele olhou para o seio e viu o mamilo enrijecido contra a malha fina. — Como sabemos, eu poderia deixá-la excitada num minuto. Assim que lhe dei uma amostra do que é o sexo, você pulou na cama com o primeiro homem que apareceu. Você não se controla...

Ela ficou transtornada com o comentário injusto e er­gueu a mão.

— Por que você...

Ele lhe agarrou o pulso.

— Não, minha querida, não vou aparecer no jantar com a sua marca no rosto, uma já é o bastante. Mas você e eu pre­cisamos conversar.

Devagar e dolorosamente, ela se controlou.

— Se você quer conversar, converse. Mas, pessoalmente, não acho que tenhamos algo a dizer um para o outro. Nós nos conhecemos há muito tempo e seguimos adiante — resumiu.

— Como você disse, foi há muito tempo e o passado é passado. O presente é que me preocupa.

— O que você quer? — indagou ela, sentindo a boca seca. Ele sorriu, cruel. Annie tentou se defender com a mão livre,

mas era tarde demais. Alfonso tomou seus lábios com raiva, com brutalidade. Ele não perdera a habilidade. Annie gemeu baixinho e viu-se tragada num mar de sensualidade que lhe tirava toda a resistência.

Sentindo a vitória, Alfonso afastou-se. Como seu corpo podia traí-la tão facilmente?

— Acho que é melhor você ir... — murmurou ela, recusan­do-se a encará-lo.

— O que eu quero? — indagou ele. — Você sabe... Aquilo que todo homem que olha para você quer. Mas eu quero um pouco mais.

— Você é desprezível e eu o odeio — declarou Annie, abalada.