Fanfic: DOCE VINGANÇA DE AMOR - ADAPTADA (FINALIZADA) | Tema: PONNY, Mentiras, Intrigas, Drama, Romance

— Meu avô estava furioso porque tio Alfonso saiu para ver a amante. Foi assim que ele a chamou — denunciou Jamie.

Ann deu um soco de brincadeira no noivo.

— É melhor você não ter puxado ao seu tio ou eu o estrangulo.

Annie conhecia o sentimento, pois também estrangularia Alfonso com prazer. Agora, diante do jovem casal apaixonado, con­cluiu que tomara a decisão correta.

Após o café, Annie despediu-se e subiu para sua suíte ator­mentada por uma dor de cabeça. Fora um dia daqueles... Para Alfonso, devia estar tudo bem. Provavelmente, jogava-se nos braços da amante àquela altura...

Vestindo um pijama curto branco, ficou andando em círculos pelo quarto amplo, ansiosa demais para dormir. Sentia-se como um pássaro numa gaiola de ouro. Supunha que, tecnicamente, devesse fazer companhia ao casal de pombinhos; afinal, era a dama de companhia. Que piada! Alfonso inventara aquela his­tória para convencê-la a vir para a Espanha.

Detendo-se à janela, olhou para o pátio e viu um carro esportivo chegando. Alfonso voltara cedo de sua entrevista com a amante. Ao saltar, ele olhou direto para onde ela estava, como se sentisse sua presença. Ela recuou rapidamente, não sem antes perceber que ele estava sem o paletó do smoking e a gravata.

Não era assim tão cedo, tinha que admitir. Afinal, quanto tempo se levava para fazer amor? Ele saíra havia duas horas. Tentou se convencer de que era um alívio ele ter essa amante. Assim, uma vez cumprido o objetivo da farsa, poderia retomar sua carreira. Pelo que pudera avaliar do estado de dom Pablo, ele não duraria mais do que três meses. Devia pensar positi­vamente. Casando-se com Alfonso, faria três pessoas felizes: Ann, Jamie e dom Pablo. Que mal haveria? Podia encarar como um longo período de férias na Espanha. E nem teria que dormir com Alfonso... Fechou os olhos

e conseguiu conciliar o sono, mas passou a noite agitada, perseguida por imagens eró­ticas de Alfonso.

Na manhã seguinte, dirigiu-se pelo som das vozes e chegou à copa. Alfonso sorriu ao vê-la.

— Bom dia, Anahi, você está deslumbrante hoje. — Apre­ciou-a com aquele olhar masculino e atrevido. Ela estava de vestido vermelho de algodão estampado, com alças estreitas e saia curta, e sandálias. Fazia calor demais para se usar qual­quer outra roupa.

Obviamente, Alfonso já iniciara a falta corte a ela.

— Ora, obrigada, Alfonso.

— O prazer é meu. Só lamento não poder passar a manhã com você. — Voltou-se para Ann e Jamie. — E vocês também, claro. — Sugiro que os três explorem a cidade, mas estejam de volta à uma hora. Vamos para a fazenda depois do almoço.

Por isso, Annie estava ali, derretendo ao sol do meio-dia, completamente perdida. Sevilha era uma cidade fascinante, a parte antiga uma rede caótica de ruas estreitas, nas quais Jamie e Ann desapareceram. Onde estariam? Foi caminhando sem direção, até que viu uma mulher solitária numa das me­sinhas externas de um café e resolveu fazer o mesmo. Sentou-se numa cadeira de plástico não muito limpa e pediu um café e um copo de água.

Olhou ao redor e viu que as ruas ficavam ainda mais es­treitas, a aparência decadente. Um estranho parou e lhe dirigiu a palavra. Sorriu, sem imaginar o que ele falava. Então, quando ele lhe agarrou o braço, levantou-se e o dispensou. Era hora de ir embora e nem esperaria o garçom. Aproximou-se do caixa para pagar a conta e abriu a bolsa.

Como podia ser tão burra? Tinha umas poucas libras, tudo em moedas, mas nenhuma peseta. Tentou pagar com o cartão de crédito, mas o proprietário não

aceitou. Tentou pedir para que ele esperasse enquanto ela procurava um caixa automático, mas ele não permitiu que ela deixasse o café. O proprietário falava em espanhol e ela só reconheceu a palavra "polícia". A situação se complicava.

Detestava fazer aquilo; porém, desesperada, mencionou Alfonso Herrera, dom Pablo e pediu para dar um telefonema. O proprietário olhou-a da cabeça aos pés e repetiu:

— Alfonso Herrera?

— Dra. Anahi Giovanna Portilla. — Ela suspirou de alívio quando ele pegou o telefone.

Seguiu-se uma rápida conversa em espanhol e, minutos depois, a atitude do homem mudou. Sorrindo, passou-lhe o telefone.

— Que diabo está fazendo aí, Anahi? — grunhiu Alfonso na outra ponta da linha. — E onde estão Ann e Jamie?

— Eu me perdi deles.

— Mas... Você não pode sair sozinha daí. Sente-se e espere por mim. Não se mexa, nem fale com mais ninguém. O pro­prietário vai providenciar o que você quiser. Entendeu?

— Está bem — concordou Annie. Não tinha escolha.

— Agora, coloque o proprietário na linha.

Um minuto depois, o proprietário a conduziu novamente à mesinha e até limpou a cadeira. Uma garrafa de vinho e um copo extremamente limpo surgiram num passe de mágica. Ao servi-la, o proprietário sentou-se para lhe fazer companhia, para seu horror. Sentia-se sob guarda.

Suspirou de alívio quando Alfonso chegou, dez minutos de­pois, estacionando o carro irregularmente. Já sorria, mas, ao ver a expressão dele, estremeceu.

— Anahi — rosnou ele. Relutante, ela ergueu o olhar. Nem saberia descrever a expressão dele. "Furioso" seria pouco...