Fanfic: DOCE VINGANÇA DE AMOR - ADAPTADA (FINALIZADA) | Tema: PONNY, Mentiras, Intrigas, Drama, Romance

CAPÍTULO VII

Em dois passos, Alfonso estacava a seu lado, o olhar reluzente de ódio, um músculo latejante no rosto.

— Que raios você pensa que está fazendo? — vociferou.

— Eu... — Foi o máximo que Annie conseguiu dizer.

— Cale-se! — Ignorando-a completamente, ele falou com o proprietário, passou um maço de dinheiro com displicência e só então se dignou olhar para ela novamente. — Você está bem? — indagou, ríspido, observando-a de forma clínica.

Ela deu de ombros.

— Ótima, só que me perdi e quase derreti com o calor.

— Tem sorte de ter acontecido apenas isso. — Alfonso agar­rou-a pelo braço, obrigando-a a se levantar. — Vamos.

Annie lançou um sorriso agradecido ao proprietário, mas por dentro tremia. Alfonso olhava-a de cima, como uma águia pre­parando-se para matar, o semblante rígido e o olhar gélido.

O carro dele estava atrapalhando o trânsito e, em meio às broncas e buzinadas dos outros motoristas, ela se acomodou no assento do passageiro. Alfonso bateu a porta com violência, tomou o volante, ligou o motor e arrancou dali.

Ela olhou de soslaio para Alfonso, pensando em algo para dizer. Pelo colarinho aberto da camisa dele, surpreendeu-se ao notar uma cicatriz partindo do maxilar e descendo pelo pescoço. Nunca a vira antes e então percebeu que, apesar do calor, nunca o vira de camiseta durante todo o final de semana.

— Como conseguiu essa cicatriz? — perguntou, sem pensar.

— Raios! — A voz de Alfonso parecia explosiva na cápsula do carro. — Você gosta de viver perigosamente — rosnou, mal contendo a raiva. — Você sabe muito bem e, se valoriza a vida, vai ficar calada até chegarmos em casa.

Sabia? Não fazia a mínima idéia. Ela só perguntara para romper o silêncio nervoso que se estabelecera.

— Desculpe-me pela indiscrição — murmurou Annie, ciente dos dedos dele brancos ao volante indicando que estava muito tenso.

Seguiram em silêncio sepulcral pelas ruas estreitas. Annie sentia os nervos esticados como cordas de violino ao ponto de rompimento. Ele estacionou no pátio e mais uma vez ela foi conduzida escada acima até o saguão refrescante.

— Ouça. — Annie estacou no meio do corredor. Estava can­sada de ser tratada como uma estudante teimosa. — Não foi culpa minha eu ter que telefonar por não ter dinheiro espanhol. Se não tivesse me arrastado para a Espanha com tão pouco planejamento...

Ele lhe agarrou o braço e a encarou friamente.

— No meu escritório — ordenou, com os dentes cerrados. Num minuto, ela se via numa sala cheia de estantes com livros. Ele fechou e trancou a porta.

— Então, eu me perdi, não foi um grande transtorno. — Ela não via gravidade no episódio, mas Alfonso continuava segurando-a pelo braço.

Ele a fez se voltar.

— Estava perdida na área de prostituição — esclareceu ele. — Ou você encontrou o seu lugar? — A voz era grave e perigosa e ela ainda ponderava sobre aquela informação. — O que acon­teceu? O homem que se aproximou não a agradou?

— Como sabe que alguém falou comigo? — indagou ela, para desviar um pouco a raiva dele.

— O proprietário teve prazer em me contar e exigiu que eu pagasse o tempo que você ficou utilizando o bar dele — esclareceu Alfonso, com cinismo.

Annie empalideceu.

— Você pagou. Era mesmo uma área de... — Atônita, fitou-o, procurando em meio à expressão irada algum sinal de que era brincadeira. — Não, você deve estar enganado. Eu escolhi aque­le café porque já havia uma moça sentada lá, assim... — Deteve, impressionada com a própria estupidez. — Você quer dizer...

— Engoliu em seco.

— Exatamente, a moça esperava um freguês. Uma porcen­tagem dos ganhos dela vai para o proprietário, por permitir que ela use a mesa, e o mesmo se aplicava a você.

— Oh! — Annie não pôde evitar e começou a rir. — Quer dizer que ele achou que eu estava na praça? — resumiu, com uma boa risada. O grande Alfonso Herrera pagando pelo tempo de uso de uma mesa de prostituta era hilariante. Não admirava ele estar furioso.

— Você acha engraçado, não é? — desdenhou ele. — Duvido que acharia se o tal homem não aceitasse "não" como resposta.

— Num movimento ágil, segurou-a pela cintura, puxou-a e a beijou. — O que você faria? — murmurou, contra seus lábios; porém, quando ela abriu a boca para protestar, calou-a com outro beijo.

Ele procedeu sem gentileza, introduzindo a língua no interior úmido de sua boca, com resultados devastadores. Annie sentia as batidas do próprio coração reverberando nos ouvidos, lutando contra a demanda sexual de Alfonso. Ele segurou-a pelos qua­dris, pressionando-a contra seu corpo, deixando-a ciente da força de seu desejo. Com a outra mão, ele atacou o corpete do vestido, baixou uma alça e acariciou-lhe o seio, provocando o mamilo com o polegar.