Fanfic: DOCE VINGANÇA DE AMOR - ADAPTADA (FINALIZADA) | Tema: PONNY, Mentiras, Intrigas, Drama, Romance

— O restaurante não fica longe — comentou ele pousando o braço nos ombros dela enquanto caminhavam entre os transeuntes.

A decoração do restaurante era elegante e cara, notou Anahi, seguindo o maître à sua mesa. Os demais clientes também pareciam ricos, tão bem vestidos. Sentiu-se diminuída no ves­tido verde simples.

— E a mulher mais linda aqui — assegurou Alfonso, lendo seus pensamentos. — Relaxe. Devo pedir por você?

— Sim, por favor. — Ela aceitou o elogio e decidiu desfrutar o momento.

Após a refeição regada a vinho da melhor qualidade, che­garam ao cafezinho.

— Então, diga-me, Anahi, quando decidiu ser médica e ir para a escola de medicina?

O assunto era tão inesperado que Anahi respondeu sem pensar.

— Meus pais eram médicos e eu sempre quis seguir os passos deles. Entrei na universidade em setembro, quando ti­nha dezenove... anos. — Calou-se, pois o passado era um as­sunto proibido.

— Então, quando nos conhecemos, você já sabia que iria para a universidade no outono. Não tinha intenção de continuar como modelo.

— Não... Quero dizer, sim. — Annie constrangia-se com o sorriso dele. — Eu já tinha conseguido vaga na universidade, mas tranquei a matrícula por um ano para trabalhar como modelo. Mas pensei que não devíamos mencionar o passado... instrução sua.

Alfonso levantou-se, colocou dinheiro na mesa e lhe puxou a cadeira.

— Tem razão, mas estava curioso. Esqueça-se disso e vamos fazer umas compras.

Após cinco dias de sol, mar e sexo, Anahi sentou-se diante do espelho para fazer uma maquiagem caprichada. Usava um vestido preto de estilista famoso, uma das muitas peças que Alfonso insistira para que comprasse. De pé, afastou-se para se ver de corpo inteiro e gostou do efeito sofisticado. Então, foi para o terraço.

— Você está pronta — concluiu Alfonso, dando as costas ao corrimão.

— Estou. — Ela se arrepiou ao vê-lo tão elegante, de smoking feito sob medida.

— Você parece pronta para jantar — provocou ele.

— Nem pense — advertiu ela. — Levei um tempão para me arrumar e você não vai me amassar outra vez.

Alfonso riu.

— Você só pensa nisso, mulher! Eu só queria lhe dar isto... — Tirou uma caixa de veludo do bolso e a abriu. Era um colar de diamantes e esmeraldas magnífico. Postou-se atrás dela e colocou a jóia em seu pescoço.

— Para mim? — Trêmula, Anahi tocou nas gemas. Como prendera os cabelos num coque alto, a obra de arte destacava-se ainda mais. — É lindo. Mas deve ter custado uma fortuna.

Ele sorriu.

— E você é linda também, Anahi. Este é meu presente de casamento. Portanto, não venha me falar da pobreza no Terceiro Mundo. Não temos tempo.

A festa aconteceria na vila particular de um dos clientes mais ricos do banco Valdespino. Assim que chegaram à cidade, receberam dezenas de convites, escritos e orais. Mas Alfonso comprometera-se apenas com esse e, no dia seguinte, voltariam para a fazenda.

Era um evento elegante, com cerca de cem convidados, igua­rias e música. Anahi logo percebeu que era o centro dos comen­tários na qualidade de nova esposa de Alfonso Herrera.

O anfitrião aproximou-se.

— Importa-se, Anahi? Preciso roubar seu marido por um segundo. Minha esposa lhe fará companhia.

A anfitriã até tentou conversar com Anahi, mas como uma não falava o idioma da outra, a conversa arrastou-se com di­ficuldade até que alguém as separou. Annie suspirou aliviada e passou a circular entre os convidados.

— Vejam quem está aqui! — exclamou um homem, mais baixo do que ela, mas bonito e simpático. — Quer dançar?

Annie ia recusar, mas então o reconheceu.

— Sebastian.

— Eu mesmo. — Ele a tomou pela cintura e conduziu à pista de dança. — Lamento profundamente, minha linda se­nhora, mas não me lembro do seu nome.

Anahi percebeu que ele não a reconhecera.

— Anahi. Dra. Anahi Giovanna.

— Ah, sim! Eu me lembro de você agora, como pude me esquecer?

— Ele apertou o toque na cintura. — Então, Anahi, diga-me o que andou fazendo desde que nos vimos pela última vez.

Que mentiroso! Ele não a reconhecia.

— Bem, vamos ver... — improvisou ela, afastando-se um pouco. — Eu me casei na semana passada.

— Estou desolado... você devia ter esperado por mim. Mas, pelo menos, deixe-me beijar a noiva. — Antes que ela adivi­nhasse sua intenção, ele plantou um beijo sonoro em seu rosto.

— Quem é o sortudo. Diga-me e eu o aniquilarei.

— Sebastian, você não se lembra de mim. Gio, há dez anos — Ela lhe refrescou a memória. — Agora sou...

Anahi não acabou a frase. Foi puxada contra um corpo forte, ergueu a cabeça e viu Alfonso muito zangado.

— Agora, minha esposa. Sebastian. — Alfonso não olhava para Anahi, concentrado que estava no outro homem.

— Meus parabéns, velho amigo. Espero que sejam felizes. Só lamento ter perdido o casamento.

— Bem, achei que não valia a pena você voltar de Buenos Aires sem completar o trabalho. Na verdade, não o esperava tão cedo. Como foi? — A conversa continuou em espanhol.

Sebastian ainda devia trabalhar para Alfonso, pensou ela, e eles obviamente eram os melhores amigos, já que ignoravam-na completamente. Pôs a mão sobre a de Alfonso em sua cintura. Ele entrelaçou os dedos e levou sua mão aos lábios.

— Despeça-se de Sebastian, Anahi, querida. Nós estamos de saída.

Annie olhou para Alfonso e não conseguiu decifrar nada de sua expressão.