Fanfic: Outro lado do amor | Tema: drama adolescente

Claro que a Júlia estava certa, e o nosso jogo terminou bem tarde, quando notei que as meninas tinham parado de cantar...Acabei logo o jogo. Quando cheguei na sala, a Júlia tava dormindo no sofá e as meninas tinham aprontado bastante com a coitada. Tinha chantilly por todo rosto dela e a Priscila, claro, estava filmando tudo.
- Vocês não prestam mesmo.- Disse assustando todas, que não tinham notado minha presença.
- Ah, que merda, ele vai estragar a surpresa.- Amanda ficou desapontada, queria a cena dela acordando sem entender nada. Mas eu limpei o rosto dela, que logo em seguida acordou assustada.
- O que você ta fazendo?
- Te limpando, as meninas passaram chantilly em você.
- Seu namorado é muito estraga prazeres.- Resmungou a Priscila.- Perdeu toda a graça.
- Vocês tão ferradas, vou fazer muito pior com vocês.- Ela disse com aquela cara de pirralha irritada e ganhou meu beijinho.- Você já acabou seu jogo?
- Já.
- Então vamos subir, eu to querendo ir pra cama, urgente.
- Eita que vai ter coito com direito a chantilly.- Sara sempre com as melhores piadas, só que não. A Júlia, com muita paciência e elegância, metou logo o dedo do meio na cara dela.
Chegamos no quarto e a Júlia ainda não tinha dito nada, claramente ela estava irritada. Espero que ela tenha dormido o tempo todo, e não tenha notado o tempo que fiquei jogando. Ela foi direto pro banheiro e ficou um tempão lá, achei estranho e fui ver o que ela tava fazendo já que a porta tava aberta. Ela tava tomando banho, tirei minha roupa e fui pro banho com ela.
- To bolada contigo, nem vem com graça.- Ela virou de costas, provando que sabia muito bem o tempo que fiquei jogando.
- Desculpa, eu não notei o tempo passando, juro.
- Você nunca nota. Deixa eu tomar meu banho, to cheia de chantilly no corpo, meu cabelo ta melequento.
- Júlia, para com isso, pelo amor de Deus. A gente não vai discutir por causa de jogo, me arruma um motivo bom pra discutir, esse ta feio.
- To cansada, você sabe. Fiquei com a Duda doente a noite toda, não dormi nada. E eu tava te esperando pra isso, não gosto de dormir sozinha, ainda mais se não conheço a casa...
- Eu sei, vem cá.- Ela me abraçou e nos beijamos.- Você quer ir pra cama ou vai ser aqui mesmo?
- Você que não presta.- Ela me deu um tapa no ombro.- Não vale nada.
- To esperando a resposta.- Ela me olhou com aquele sorriso safado.
A casa da Priscila, ficava na Ilha da Piedade. Pela manhã a gente foi pra um novo passeio de lancha, dessa vez pra Ilha Grande, lagoa azul. Íamos passar em outras ilhas se desse tempo, eles disseram que a gente ia gostar muito do lugar e talvez não ia dar tempo de ver o resto. Com 365 ilhas pra ir, eu realmente acho complicado dar tempo, mas pra mim uma já tava de bom tamanho, de tão bonita que era aquela praia.
- Uau.- Foi o que todo mundo disse quando chegou, apenas isso porque palavras faltavam diante daquele lugar. Era lindo até demais.
- Gente, vem todo mundo tirar foto.- Gritou a Priscila que já tava preparando o celular. Depois da foto todo mundo desceu da lancha, querendo aproveitar cada segundo daquilo.
- Bota a riri pra tocar aí tio, coloca um "bitch better have my money" que é tudo nosso.- A Sara maluca ficava gritando pro cara da lancha, como se ele entendesse o que ela falava.
- Amiga, acho bem complicado viu, melhor você subir lá.- Ela seguiu a dica da Amanda e já colocou a música da rihanna pra tocar, depois a louca começou a dançar e as meninas ficaram loucas gritando.
- Quer dizer que essa é a sua namorada?- Perguntei pro Bruno.
- Rapaz, ela mesma.- Nós rimos.- Desce daí mozinho, você vai cair.
- Vocês dois tão muito certinhos.- Ela gritou, olhando com cara feia pra gente e por fim desceu.
A gente ficou um bom tempo nessa ilha e depois fomos pra Ilha Comprida. Só os meninos que nadaram, pra ficar dando mortais e coisas do tipo. As meninas ficaram na lancha dançando, comendo e tirando foto. Eu, claro, fui proibido de ir dar mortal. A Priscila ia dar uma festa na casa mais tarde, então a gente não demorou muito. Logo voltamos e todas ficaram ocupadas com as coisas da festa. Como se as pessoas que vieram pra organizar, não estivessem fazendo isso. Mas mulher tem que fazer tudo do jeito dela, então tiveram todo o trabalho. Assim que deu 22:00 começou a chegar o pessoal, não era muita gente que vinha, segundo a Priscila. Mas pelo andar da carruagem, era sim.
- Oi vida, só consegui parar agora, desculpa.- Ela veio me dando um beijo.
- Vou precisar muito mais que um beijo, to esse tempo todo ouvindo um papo super chato. Aquele cara de casaco azul, passou uma hora me contando sobre os lances dele, chato pra caramba.
- Oh meu dengo, vem cá.- Ela me beijou mais uma vez.- To tão feliz, de ta contigo aqui.
- Eu também, to muito feliz.
- Então você pode aguentar esse cara chato mais um pouco?- Já fiz cara feia, porque não dava. Minha namorada sumindo a cada segundo, era chato.
- Não, não dá. Chega de ficar longe de mim, Júlia.
- Então vem comigo, tenho que cantar.- Ela deu aquele sorriso de quando ela tava nervosa. E devia ta muito mesmo, porque até onde eu sabia, ela não ia cantar.
- Como assim?
- As meninas armaram pra mim, tão fazendo chantagem e tudo mais. Tenho que ir.
- Eu vou ficar bem na sua frente, já sabe né?
- Ok. Vou cantar olhando pro cara mais bonito da festa...O de casaco azul, claro.- Ela deu aquela gargalhada gostosa, que me impede de ficar com raiva de qualquer coisa. Lhe dei um beijo e ela foi até o violão e começou a cantar Sugar.
- Linda, maravilhosa, gostosa...- Ficou gritando a Sara, enquanto ela tentava se concentrar na música. Eu não sabia se ria da Sara em seu momento lésbico com a minha mulher, ou se ficava vidrado na minha mulher. Escolhi a segunda opção.
A Júlia teve que ficar um bom tempo cantando, até que o dj assumiu o lugar dela e aí sim começou as loucuras. Porque todo mundo já tava louco e pronto pra aprontar todas. As meninas começaram a dançar um funk uma com a outra, o que era...Meu senhor, vou nem comentar. O Bruno tapou os olhos e ficou falando um monte de merda que não prestei atenção. A Júlia me olhou rindo e ficou me chamando enquanto dançava. Eu fiz que não, mas ela continuou até eu levantar. Foi aí que eu quase chorei diante de tanta tentação, a menina tava dançando daquele jeito, provocando mais que tudo. E ficava rindo da minha cara, dei uma puxada nela e fiquei encarando enquanto ela ria.
- Vão procurar um quarto vocês dois.- Disse a Sara passando por nós.
- Ela tem toda razão, pro quarto já!
- Vamos aproveitar a festa, amor.- Ela disse rindo e eu não pensei duas vezes, já puxei ela pro quarto.
A gente subiu e não tinha ninguém no andar de cima, mas a Júlia fez questão de tapar a boca no travesseiro, com medo que a ouvissem. Depois de um certo tempo, do nada, a porta se abriu fazendo a gente dar um pulo de susto. Por acaso, quem abriu a porta foi justamente o cara de casaco azul. A Júlia deu a maior gargalhada.
- Foi mal cara.- Ele disse fechando a porta e a Ju continuou rindo feito uma louca.
- Lembrou de tudo, menos da porta.- Disse jogando o travesseiro nela, que continuou rindo.
- Tanta gente na festa, olha quem me aparece nesse quarto.- Eu já tava sentado, bolado com o imprevisto.- Volta aqui.- Ela entrelaçou as pernas em mim, me puxando de volta pra ela.
- Você hoje ta demais mocinha, vou te prender nesse quarto a noite toda.- Ela mordeu os lábios e riu. Depois foi pra cima de mim e chegou mais perto me beijando no pescoço.
- Eu vou adorar.- Ela sussurou no meu ouvido.
Quando a gente resolveu descer, todo mundo estava num estado muito além do "louco". A Sara e a Amanda estavam dançando no centro da sala e os meninos aplaudindo. Claro que eles não notaram que outros caras observavam toda a dança delas. Já estavam tão bem, que nem notavam esses detalhes. A Júlia apareceu com uma bebida sabe lá Deus de onde, peguei dela e trouxe outra, vai que...
- Olha pra mim.- Ela segurou minha cabeça.- Relaxa, vida.
- Você já me deixou bem relaxado, fica de boa aí com as bebidas que eu te der. Não vai pegando sem saber de onde veio.- Ela revirou os olhos e subiu onde as meninas estavam dançando e ficou lá toda maluca com elas. Fiquei sentado com os meninos, olhando as loucas dançando e ignorando o fato de ter outros caras fazendo o mesmo.
- Será que a gente pode subir mais um pouquinho?- Disse a Júlia sentando no meu colo.
- Não amor, a gente vai ficar aqui, com suas amigas.
- Por favor.- Ela ficou falando no meu ouvido, e beijando meu pescoço.
- Ju, olha olha pra mim...Agora não, se você parar de beber a gente sobe depois.- Dei um beijo na sua testa e ela se deitou em mim.