Fanfic: Outro lado do amor | Tema: drama adolescente

Quando pegamos a estrada, tentando voltar pra casa, nos deparamos com um lindo engarrafamento. Era tanto carro que já tava me dando dor de cabeça antecipada. A Júlia já foi logo tratando de colocar uma música, porque íamos precisar bastante.
- Vou logo mandar uma mensagem pra minha tia, eu ia ficar com a Duda quando chegasse, mas pelo visto a gente não vai chegar nem tão cedo.
- Aproveita e avisa pra minha mãe, senão ela fica preocupada.- Se bem conheço minha mãe, ela ia ficar pensando um monte de coisa.- Minha coluna ainda ta bugada.
- Toma outro comprimido, amor.- Ela ficou procurando na bolsa. Segundo a teoria da Ju, alguém devia ter machucado minha coluna, tava sentindo uma dor chata pra caramba.
- Quer que eu vá dirigindo, cara?
- Pior que eu quero, ta piorando essa dor.- Eu e a Júlia trocamos de lugar com eles e ela fez questão de ir me dando massagem. Claro que eu fui de boa.
- Ta melhorando?
- Se eu disser que sim, você vai parar essa massagem?- Ela riu.
- Bicho folgado.- Sara sempre dando palpite, nada passava despercebido pra ela.
- Você vai deixar ela falar assim de mim?- Perguntei com a melhor cara de pobre coitado.
- Ele é meu neném, amiga. Deixa eu cuidar dele, que ele ta com dor.- Ela parou a massagem pra dar beijos.
Depois do que pareceu uma eternidade, chegamos em casa. Tava deixando a Júlia em casa e fui obrigado a ficar lá, porque a Duda estava com saudades. Liguei pra minha mãe avisando que ia dormir com a Júlia e ela ficou tranquila que já estavamos em casa, parece que teve algum acidente. A gente ficou brincando com a Duda, com o que sobrou das nossas forças e quando ela cansou a colocamos pra dormir.
- Eu não sei você, mas eu to morta.- Ela se jogou na cama e eu fiz o mesmo.
- A gente já pode dormir ou temos que esperar seus tios pra anunciar a minha presença?
- Você já é de casa.- Ela disse baixinho, quase caindo no sono.
- Mas não sou de cama.- Ela riu.
- Você é de cama, com toda certeza.
- E você tem uma mente bem safada. Boa noite, vida.
- Boa noite.- Ela me abraçou e me deu beijo. Não deu dois segundos e já estavamos dormindo.
Acordei com a Duda pulando na cama e gritando algo que eu bem tentei entender. A Júlia estava resmugando e a sua tia apareceu na porta do quarto. O que fez a gente levantar na hora.
- Oi tia, bom dia.- Ela falou bem sem graça.
- Bom dia, Ju. Olha, a Duda vai ficar em casa hoje, se você puder ficar com ela...
- Posso sim, não vou fazer nada hoje, só estudar.
- Ótimo.- Ela disse indo pelo corredor.- Seria bom você vestir alguma coisa, Leandro. Bom dia pra você também.
- Bom dia, dona Leila.- Gritei e depois nós rimos enquanto a Duda continuava a pular.- Tenho que ir pra casa.
- Não.- Ela subiu em cima de mim.- Você não vai pra lugar algum.
- Eu não posso ficar toda hora com você, tenho que passar na casa das outras mulheres da minha vida.- Ela abriu a boca e depois fez cara de brava.- Ok, da outra mulher da minha vida. São apenas duas, mas tudo bem.
- Acho bom mesmo, seu safado!
- O que você quer fazer mais tarde?
- Não sei...Du, quer sair hoje?- Ela fez que sim.- Pra onde você quer ir?
- Eu quero shopping Ju, nos brinquedos.
- Que tal?- Ela me perguntou e eu dei de ombros.- Por mim tudo bem.
- Então a gente pode ir, talvez um cinema?
- Combinado.- Ela me deu um beijo e eu fui pra casa.
Tive que contar sobre cada detalhe de Angra quando cheguei em casa, claro que não dei todos os detalhes, só os que minha mãe poderia saber. Até porque a maioria ia assustar a coitada. Ela ficou toda animada contando das vezes que esteve lá, quando era mais nova. Tirei as roupas que tinha levado, e coloquei pra lavar. Depois fui tomar um banho, e procurar uma roupa limpa pra sair. Minha mãe não quis ir com a gente, porque tinha uma festa pra ir, o que era ótimo. Quando cheguei na casa da Júlia, ela tava toda perdida, andando de um lado pro outro, procurando tudo que tinha perdido.
- Ei! Calma.- Tive que segurar a Ju, pra ela relaxar.- Respira e pensa onde você deixou tudo. Calma.
- Desculpa.- Ela foi novamente pro andar de cima e quando voltou já estava com tudo que precisava. Então fomos assistir o filme de comédia romântica que ela escolheu, ela tava toda estranha, não tava rindo nas partes que deveria.
- O que aconteceu?- Ela me olhou confusa.- Você nem parece que ta aqui com a gente, ta toda distante.
- Não aconteceu nada, só to meio cansada, muito na verdade.- Ela forçou um sorriso e pegou o sundae que pediu. Então fomos jogar onde a Duda tanto queria.
- Irmã, olha só o que a gente ganhou!- A Duda veio toda alegre segurando um urso e a Júlia lhe deu um sorriso, mas ainda não era o sorriso da Júlia.
- Que lindo seu urso, só não deixa o Boo de lado.- A menina riu e ela a abraçou. Enquanto eu e a Duda íamos em outros brinquedos, ela ficava de longe nos olhando. Viajando, olhando como se não fizesse parte daquilo. Já estava ficando preocupada, será que era algum tipo de trauma, ainda do que houve com o Victor?
- Você quer voltar?
- Acho que sim, a Du tem que acordar cedo, é melhor a gente voltar mesmo.
- Tudo bem, então vamos lá.
O caminho inteiro ela não disse nada, eu também não fiz mais perguntas, tinha que dar o tempo que ela precisava. Chegamos na casa dela, ela tirou a Duda do carro e quando chegamos na porta ela se virou pra me dar um beijo.
- Você vai querer carona amanhã?
- Não, eu vou com uma amiga minha, ela ofereceu carona.- Estranho. Muito estranho.
- Então te ligo pra gente se encontrar...- Ela forçou outro sorriso e eu voltei pra casa sem entender nada. Falei com o Bruno sobre isso, mas ele não me ajudou muito. Ficou falando que devia ser tpm, ou efeito de muita bebida. Só me restava esperar, ficar em cima não ia dar em nada, ou podia dar em coisa ruim e eu não estava afim de pagar pra ver.