Fanfic: Outro lado do amor | Tema: drama adolescente

Passamos o começo da semana inteiro trocando mensagem, e antes de dormir sempre ligavámos um para o outro, até que um de nós pegava no sono. Ela tinha aulas de música três vezes por semana: Segunda, quarta e sábado. Na segunda eu tive que levar minha mãe no médico, então não nos encontramos. Quarta ela teve que sair com os tios, mas marcamos de sair na sexta, e agora eu estava me perguntando mil coisas sobre hoje. Todas elas vieram a partir do beijo que ela me deu.
- Posso saber pra onde você vai? Já trocou de blusa umas mil vezes...- Minha mãe apareceu na porta do quarto.
- Eu marquei de sair com uma amiga...
- Amiga...Entendo. Essa está ótima, vá com ela.
- Ok...Você comeu?
- Sim senhor, comi tudinho. E você?
- Eu vou jantar fora.
- Grande noite.- Ela saiu cantarolando isso pelo corredor até entrar no seu quarto. Eu então mandei uma mensagem pra Júlia avisando que estava indo.
A Sara abriu a porta, avisando que a Júlia estava lá em cima e já ia descer. Então sentei junto com a Duda e fiquei brincando com ela.
- Aproveitando que a Ju não está por perto...Queria conversar com você.
- Pode falar...
- Não me leva a mal tá? Mas eu queria ter certeza de que você ta querendo algo de verdade com ela, porque essa menina já passou por muitas coisas nos últimos anos, eu não quero ver mais uma lágrima saindo dela. Então trate de ser verdadeiro com ela, respeitar e acima de tudo não brincar com os sentimentos da Júlia. Porque se você ousar fazer isso...Eu te juro, que vou atrás de você até no inferno!
- Calma aí...Eu não vou fazer nada de errado, fica tranquila. Já fui sincero quando ela me perguntou sobre isso. Eu não quero brincar com a Júlia, eu quero ela de verdade.
- Eu acho bom mesmo...- Ela olhou em direção a escada e abriu um sorriso enorme. Olhei pra trás e me deparei com uma versão da Júlia que me deixou de queixo caído. Quando você acha que não tem como melhorar...Melhora e muito. Ela estava completamente linda, com seus cabelos soltos e cacheados. Passou um pouco de maquiagem nos olhos e usava um batom clarinho. Um vestido que parecia ter sido feito especialmente pra ela, de tão bem que ficou no seu corpo.
- Uau.- Foi a única coisa que eu consegui dizer e ela sorriu envergonhada.
- Obrigada por ficar com a Duda, amiga. To te devendo essa eternamente.- Ela deu um beijo na Sara e abriu a porta pra saírmos.
- Seus tios saíram?
- É, eles tiveram que ir numa festa da empresa, algo assim...Ainda bem que a Sara me salvou, senão não iria poder sair com você hoje.
- Que a Sara seja abençoada infinitamente então.- Ela riu enquanto eu abria a porta do carro pra ela, ta aí outra coisa que eu nunca fiz antes...A não ser pra pessoas que precisavam de ajuda pra isso.
- Onde você vai me levar?
- Você vai ver, deixa de curiosidade.
- Ah não.- Ela riu e tirou da bolsa um cd e já foi colocando no rádio do carro.- Fiz pra você, com músicas das boas, não essas porcarias que tocam por aí.
- Ah é? Você fez um cd pra mim? Hm.
- Que foi?- Ela perguntou rindo.
- Nada...- Fiz cara de sonso e ela me empurrou. Logo chegamos onde eu queria, era um restaurante bem pouco frequentado pelos jovens, então seria ótimo pra gente. Sem riscos de encontrarmos pessoas do colégio...Dei um pesquisada sobre os restaurantes e ele me pareceu o melhor. Tinha um cara tocando piano, e uma mulher cantava alguma música calma da qual não fazia ideia.- Você gostou daqui? Se quiser podemos procurar um outro.
- Não, aqui está ótimo.- Ela sorriu.- Você já pode relaxar.
- Eu to relaxado.- Claro que eu não estava, mas admitir seria um pouco demais.
- Ok...Vamos pedir comida italiana então?
A comida era realmente muito boa, e a mulher agora estava cantando The A Team, uma música que eu conhecia muito bem, a versão dela era muito boa. A Júlia ficou admirando isso e comentando cada nota que ela dava, ou como o pianista era bom no que fazia...Ela ficava uma graça falando daquele jeito.
- O que foi? Porque você ta me olhando com essa cara?- Ela perguntou rindo.
- Você fica ainda mais bonita falando assim...
- Para com isso, morro de vergonha.- Ela escondeu o rosto.
- Vamos sair daqui.- Chamei o garçom pedindo a conta.
- Já? A gente mal chegou.- Ela riu.
- Quero ficar sozinho com você, sem esse bando de gente em volta.
- Isso me parece perigoso demais.- Ela riu mais ainda.- Mas tudo bem, onde você quer me levar dessa vez?
- Vou te deixar na curiosidade de novo.- Paguei a conta e fomos novamente para o carro. Dessa vez a levei pro mirante, poucas pessoas estavam lá.
- Nossa, esse lugar é incrível!
- Você nunca veio aqui?
- Não, eu não saio muito...Nada além de restaurantes.- Nós rimos. Procuramos um lugar pra sentar, longe dos outros, tinha comprado uns doces e os trouxe comigo.
- Vamos lá, preciso saber mais de você...Por exemplo, comida preferida?
- Hm, essa pergunta é complicada, eu gosto de tudo!
- Diz uma que te deixa muito feliz.- Ela riu.
- Ai...Acho que vou do clássico, lasanha.
- Lasanha é clássico, outra...
- Comida chinesa, eu adoro.
- Boa...E banda preferida?
- Você ta fazendo perguntas muito ruins pra mim, não sei dizer uma banda só. Deixa eu te perguntar agora! Vejamos...O que te deixa feliz de verdade? Uma coisa simples...
- Nesse momento...seu sorriso. E isso soou bem brega, eu sei.
- Bobo...O que me deixa feliz, nesse momento, é esquecer de tudo de ruim e estar aqui com você, sem nada que nos atrapalhe.- Ela me olhou séria e eu que estava sorrindo parei, esse era o momento certo pra fazer o que eu já queria a muito tempo. Então fiz, a puxei e lentamente a beijei. Não conseguimos fazer mais nada além de sorrir um para o outro e nos beijar novamente. O Leandro de uma semana atrás nunca iria se imaginar ali, daquele jeito, tão...Apaixonado? Bancando o idiota? Sei lá.
- Era a Sara?- Perguntei quando ela terminou de falar no telefone.
- Sim, meus tios chegaram. Acho melhor a gente ir logo, não gosto de chegar tarde em casa. Eles são bem legais, mas não gosto de abusar sabe?
- Sei, vamos nessa então.- Fomos ouvindo o cd que ela tinha feito, as músicas eram realmente boas, algumas eu não conhecia e essas eram as melhores.- Chegamos.
- É, chegamos.- Ela estava meio sonolenta e segurava minha mão.- Não quero entrar.
- Tudo bem, não entre.- Nós rimos.- Vem cá.- Lhe dei um beijo.
- Você não está ajudando nem um pouco, eu preciso ir.- Desci do carro e a deixei na porta de casa.- Amanhã a gente pode ser ver...
- Claro que vamos nos ver.- A envolvi junto ao meu corpo e lhe beijei novamente.- Boa noite e obrigada pela maravilhosa noite que me proporcionou hoje senhorita.- Ela gargalhou quando falei com uma voz diferente.
- Porque você é tão bobo hein?- Ela me deu um beijo rápido.- Até amanhã então.- E entrou logo em seguida.