Fanfic: Outro lado do amor | Tema: drama adolescente

Quase uma semana depois minha mãe recebeu alta, teria que fazer algumas consultas de acompanhamento e ir ao psicólogo. O médico me falou que ela estava num quadro delicado, que poderia vir a virar uma depressão, então eu devia ficar de olho pra que ela não faltasse as consultas. A trouxe pra casa e nossa vizinha estava nos esperando, as duas já começaram a colocar os assuntos em dia.
- Oh mãe, o Bruno ta querendo sair comigo e com a Júlia...Ele ta afim de uma amiga dela, aí você já sabe né.- Ela riu.- Tudo bem se eu for?
- Claro filho, a Vânia vai ficar aqui comigo.- Fui buscar a Júlia, ela e a Sara estavam me esperando.
- Oi bonitão.- Disse a Sara entrando no carro, a Júlia riu e me deu um beijo.
- Oi.- Segurei ela e lhe dei outro beijo.- Tava com saudade.
- Ah não, anda logo com esse carro, sem melação na minha frente.
- Daqui a pouco você vai ficar se agarrando com o Bruno, daí quero ver falar...- A Júlia disse e recebeu um tapa da Sara.- Onde que ele tá?
- Ele marcou no boliche.- Disse saindo com o carro e indo no local marcado. O boliche era o lugar que todos iam, a qualquer hora que você fosse, ia encontrar alguém conhecido. Por ironia do destino a Fernanda estava lá, bem ao lado da nossa mesa. Logo pensei que a Júlia fosse ficar com aquela cara de novo, mas me enganei, ela nem sequer ligou. A gente começou a jogar, casal contra casal, eles estavam ganhando da gente e a Júlia era bem competitiva.
- Chupa!- Gritou a Sara.- Eu acabei de descobrir meu dom, ganhar de vocês.
- Nossa amiga, você consegue ser tão engraçada.- Ela fez careta pra Sara, parecia uma criança emburrada.
- Vem cá marrentinha.- Eu a puxei pra perto.- Formamos uma ótima dupla de perdedores.
- Você acha mesmo?- Ela perguntou rindo.- Eu vou pegar um refrigerante pra mim, quer um também?
- Pode ser, quer que eu vá contigo?
- Não precisa não.- Ela me deu um beijo e foi na lanchonete.
- Vocês dois combinam perfeitamente viu.- Eu disse enquanto perdia mais uma partida e eles comemoravam feito dois idiotas.
- Na próxima a gente facilita pra vocês.- Bruno disse passando na minha frente e me fazendo desviar o olhar pra lanchonete. A Júlia estava lá, se pendurando no balcão pra pedir os refrigerantes, eu ri disso. Mas o que veio em seguida não me fez rir nem um pouco, um cara de cabelos claros e com uma roupa que mostrava bem seus músculos, que chegou bem ao lado dela. Até que ela o notou, ele abriu um sorriso e a Júlia se jogou nos braços dele. Pode dizer que eu estava com ciúmes dela, ou com raiva, seja lá o que for...Não sei como definir numa palavra o que eu senti quando vi um cara daqueles abraçando a minha garota. Pior de tudo, não consegui me segurar e fui até eles. Não cheguei lá berrando ou perguntando o que ele queria com ela.
- Vim ver se você precisava de ajuda.- Foi isso que eu disse, meio idiota e ainda fez o cara me olhar como se eu fosse o estranho da história.
- Na verdade eu estava sim com um problema pra pegar os refrigerantes, mas o Victor me ajudou a chamar atenção da atendente.- Os dois riram me fazendo parecer ainda mais idiota, foi então que ela notou o idiota alí.- Ah, esse é o Léo. Léo, esse é o Victor, da aula de música.
- Tudo bem?- Perguntei e ele fez que sim, os refrigerantes chegaram.
- Te vejo amanhã então.- Ela o abraçou novamente, me fazendo sentir aquilo de novo. Andamos de volta a mesa, o Bruno e a Sara já estavam se agarrando.- Ta tudo bem?- Ela perguntou depois de alguns minutos de silêncio. Fiz que sim e dei uma mordida no meu hambúguer, não queria parecer mais idiota ainda.
Voltamos a jogar, ganhamos duas vezes, mas algo me diz que eles realmente facilitaram. E eu não sei como acertei algo, acho que mirei a bola imaginando a cena daquele tal de Victor abraçando a Júlia. Ela tava toda animada gannhando e me olhando toda sorridente, mesmo que eu estivesse aborrecido...Aquele rostinho sorridente me desviava do motivo. Não demorou muito pra todos cansarem e fomos pra mesa comer. E adivinhem só, o Bruno e Sara já estavam se agarrando.
- O que você tem? Ta estranho...-Disse a Júlia me olhando diferente. Será que isso de ter ciúmes dá tão na cara assim?
- Eu não tenho nada, to de boa.- Ela fez uma careta e deu de ombros.- Pelo visto a sua amiga não vai voltar pra casa com a gente né...
- Pois é.- Ela riu.- Você quer ir embora?
- Acho melhor, não quero deixar minha mãe sozinha por muito tempo, uma hora dessas a Vânia já foi pra casa.
- Você tem razão, vamos indo então.- Nos levantamos mas eles nem sequer notaram, então com muita educação eu tossi, umas duzentas vezes, até os dois pararem o beijo. E assim no despedimos deles e fomos até o estacionamento.- Te vejo amanhã?
- Claro que sim.- Dei um beijo de despedida e voltei pra casa, claro que fui dormi pensando na cena do boliche.