Fanfic: Outro lado do amor | Tema: drama adolescente

Já fazia quase dois meses que eu tava com a Júlia, ela sempre frequentava minha casa, e eu também ia muitas vezes na dela. Tinha amizade com as pessoas que eram próximas dela e ela do mesmo jeito com as minhas. Eu vinha pensando muito nisso, em como esse tempo foi bom pra mim e como me mudou. Antes eu adorava curtir com meus amigos, ir pra festas e tudo mais. E agora eu tava sossegado, curtindo um tempo com as pessoas que eu amava e era isso que me deixava tão feliz. Foi então que pensei, já estava na hora de levar essa relação com a Júlia num ponto ainda mais sério. Decidi pedir a Júlia em namoro, nesse final de semana. E ia precisar de muita ajuda, então chamei a Sara e o Bruno pra me ajudar.
- Eu preciso muito de ajuda, não tenho ideia do que fazer...Tem que ser algo especial, que ela se lembre pra sempre.- Eu disse meio nervoso só de pensar nisso.
- Ih cara, você ta bem menininha, respira aí e vai com calma.- O Bruno tava rindo com o meu nervosismo.- Vamos deixar esse plano na mão da Sara, porque ela com toda certeza vai saber o que fazer.
- Você tem toda razão meu amor, eu sou a pessoa certa. Já que a pessoa que iremos surpreender, no caso, é a minha melhor amiga. Eu tive uma ideia, mas vocês precisam trabalhar bastante nisso, então levantem a bunda desse sofá e mãos à obra!
O plano era o seguinte: A Sara ia enrolar a Júlia num salão de beleza, equando o Bruno e eu íamos preparando as coisas. Nosso primeiro beijo, beijo mesmo, foi no mirante. Então bolamos um super pedido de namoro lá. A escada ia ficar repleta de pétalas de rosa branca, e quando ela chegasse lá, ia me encontrar dentro de um coração feito de velas. O problema seria o horário de fazer isso, então escolhemos fazer a surpresa num domingo, um pouco mais tarde, pra não ter perigo do mirante ficar lotado. Passei a semana inteira nervoso, procurando velas e reservando as rosas. Fora que tinha o principal, eu ia ter um violão e ia soltar a voz numa música que ela ama. Tudo pela Júlia.
- Oi amor.- Ela entrou no carro me dando aquele beijo que já me acalmou, era hoje o grande dia e a única pessoa que me deixa tranquilo não podia me ajudar tanto assim...- A Sara mandou mesangem dizendo que o Bruno já deixou ela no salão, você sabe onde fica?
- Sei sim, ele falou comigo mais cedo.- Opa, era difícil esconder as coisas.- Tava meio atrapalhado pra achar a rua.- Ela riu, ufa.
- O carro ta com um cheirinho tão bom, de flores...Colocou aqueles perfumes no carro?
- Aham, minha mãe comprou um desses.- Parecia que ela ia advinhar a qualquer momento, então tratei de chegar o mais rápido possível nesse salão.- Bom dia das meninas pra você, se divirta bastante.- Dei um beijo rápido e assim que ela entrou dei início ao plano com o Bruno.
Primeiro a gente foi pegar as coisas, colocamos tudo no carro e fomos direto pro mirante, elas não iam demorar muito no salão, então a gente não podia demorar tanto assim. A Sara mandava mensagem a cada segundo, dizendo pra não esquecer disso e daquilo. O Bruno me ajudou a subir com tudo, e fazer o melhor coração de todos os pedidos do mundo (bom, quase chegamos lá). Eu fiquei tentando cantar, pra ficar bonito na hora, mas o Bruno me tirava toda concentração com aquele olhar dele. Mas até que não tava tão ruim assim, com o violão eu sabia me dar muito bem, a voz nem tanto, mas não era algo que ia quebrar todos os vidros ao redor. Arrumamos tudo, e agora era a hora do Bruno ir buscar as meninas. Já tava meio que combinado de nos encontrarmos todos lá, ele ia dizer que eu fui resolver algo pra minha mãe, e encontrava com eles em seguida. Fiquei cerca de 40 minutos esperando, os 40 minutos mais agoniantes de todos. Até que vi de longe eles se aproximando, ela estava na frente, como de combinado. Fiquei meio escondido porque não queria perder nenhuma reação dela.
- Gente, ta tendo alguma festa aqui, tem certeza que podemos subir?- Ouvi ela perguntar pra eles, e eles a mandaram subir mesmo assim, então eu corri pro meu lugar. E já preparei o violão, meu coração nunca bateu tão rápido.
Ela apareceu finalmente, então comecei a tocar e ela ficou parada na ponta da escada sem reação, quando comecei a cantar ela colocou a mão tampando a boca. Era sua música preferida do Ed Sheeran, Thinking Out Loud. A Sara ficou meio que empurrando ela pra perto, até que eu dei um sorriso e não consegui mais parar de sorrir, ela ficou rindo e finalmente entrou no coração. Só conseguia cantar olhando pra garota que eu queria pro resto da minha vida, podia parecer idiota pensar isso, até precipitado demais, mas era o que eu sentia e desejava. Ela continuava sorrindo e seus olhos estavam completamente marejados, ela tava segurando muito o choro. De repente um grupo pequeno de jovens subiram e mesmo assim eu tentei não levar em conta que estranhos estavam parados vendo toda a cena. Continuei cantando e ignorando todos, prestando atenção apenas na garota sorridente que me olhava sem ligar pra nada. Quando terminei de cantar a Júlia continuou sem acreditar e olhando em volta, o coração, as pessoas.
- Amor, eu vou tentar dizer tudo que eu vim planejando te falar a semana inteira.- Ela riu.- Bom, daqui a alguns dias a gente vai completar dois meses, e eu nunca me senti tão bem ao lado de alguém, ninguém mexeu comigo desse jeito. Ninguém nunca entrou na minha vida e mudou tudo, me deixou numa versão tão melhorada, eu nunca senti vontade de me tornar uma pessoa melhor pra ninguém. E com você eu sinto isso, sinto que você merece o melhor de tudo, e bem...Por isso as rosas, as velas e o violão. Pra te dizer que eu te amo, que eu quero te amar cada dia mais. E tudo isso, pra te perguntar se você aceita ser a minha namorada?- Eu me ajoelhei e mostrei a caxinha com o anel que ela ficou desejando na vitrine durante dias. Ela não conseguiu segurar as lágrimas e me puxou pra um beijo.
- Eu aceito, eu aceito ser a sua namorada.- Ela disse meio chorando, meio rindo. E me beijou novamente, dessa vez com direito a aplausos, assobios e uma melhor amiga chorando e gritando "lindos".- Eu te amo.- Ela disse baixinho no meu ouvido, me fazendo o cara mais feliz e idiota do mundo. Era a primeira vez eu ela me falava isso.