Fanfics Brasil - °ღ°Nada Será como antes°ღ°[terminada]

Fanfic: °ღ°Nada Será como antes°ღ°[terminada]


Capítulo: 5? Capítulo

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CAPÍTULO VI


Depois de uma noite insone, Chris decidira correr pelo Central Park em um horário em que pessoas normais estavam na cama. Ele próprio preparara o café e agora tentava engoli-lo ao sol da manhã, no terraço da cobertura.


A corrida surtira o efeito desejado e o café, por pior que fosse, também o ajudava a coordenar os pensamentos.


Com expressão grave, ele caminhou pelo terraço, as mãos nos bolsos do short, os olhos perdidos no horizonte.


Na noite anterior, fugira do quarto de Dulce como se estivesse fugindo de um pesadelo. Dali fora diretamente para a biblioteca, onde se servira de uma boa dose de brandy. A bebida descera pela sua garganta como fogo, comprovando que mesmo uma raridade de cinqüenta anos tinha gosto de bebida barata quando tomada da forma errada.


Mas o brandy também surtira seu efeito, clareando sua mente e trazendo-o de volta à terra firme. Quando subiu para o quarto, Chris sabia que já era hora de parar de fingir.


Tinha que admitir que não era o homem adequado para tutelar aquela gata selvagem. Teria que desistir de sua responsabilidade, sem olhar para trás.


Voltou para sua cadeira no terraço e pegou a xícara de café. Fuja enquanto é tempo!, ele refletiu.


Tomou outro gole de café e estremeceu, pensando no que quase acontecera na noite anterior.


O que diabos passara por sua cabeça? Jamais em sua vida desejara uma mulher que não o desejasse.


Mas ele vira o desejo naqueles olhos cor de violeta quando a tocara.


Ok, talvez ela ficasse ligada com aquele tipo de avanço sexual.


Mas não ele, droga! Ele jamais se descontrolara, nem em sexo nem em nada!


No entanto, quase perdera seu rígido autocontrole na noite anterior. E com quem? Com uma mulher de quem nem ao mesmo gostava, uma mulher que qualquer homem poderia possuir.


Era uma loucura, mas tinha que terminar. Assim que chegasse a hora, ligaria para Sam Abraham, um de seus sócios, para tomar as devidas providências.


Sam seria o tutor ideal. Era idoso o suficiente para ser sábio, era um tipo agradável e tinha netas com a idade de Dulce. Se Sam concordasse em aceitar a tutela, o tribunal também concordaria.


Ele suspirou, tentando dominar a sensação de derrota. Lembrou-se do dia em que Jack e Poncho riram da tarefa que coubera ao irmão mais velho. Naquele dia, tudo parecera tão simples!


Num impulso, Chris colocou a xícara sobre a mesa e buscou o telefone. Ele discou, esperou e finalmente uma voz resmungou algo parecido com "alô".


— Poncho?


— Sim. Quem está falando?


Chris riu, sentou-se e estendeu as pernas. Já estava se sentindo melhor.


— Isto é forma de saudar seu mano velho?


Poncho resmungou ao telefone:


— Chris?


Seguiu-se um bocejo e um profundo suspiro.


— Chris, seu filho da mãe, faz idéia de que horas são?


— Claro. — Chris consultou o relógio. — Passam dois minutos das sete horas e... — Ele piscou. — Maldição!


— E justamente isto o que evitei dizer — Poncho respondeu em meio a um bocejo.


— Cara, desculpe-me! Esqueci-me da diferença de fuso horário. Que horas são aí? Quatro horas da madrugada?


— Ahã. — A voz de Poncho agora era mais forte. — Consegui me deitar apenas há duas horas.


Chris sorriu.


— Grandes festas, hein?


Depois de uma pausa, Poncho respondeu:


— Não, exatamente.


— Ei, cara, se está trabalhando até de madrugada...


— Chris, por que ligou?


Poncho foi ríspido, mas quem poderia culpá-lo? Chris balançou a cabeça. Perdera até mesmo a noção do tempo!


— Juro por Deus, Chris, se é alguma coisa que você e Jack estão tramando...


— Não, não é nenhuma armação. — Chris respirou fundo. — Sei que parece loucura, mas estava sentado aqui pensando e...


Repentinamente, ele entendeu exatamente por que telefonara.


— Poncho? Lembra-se do que disse uma vez, sobre como conquistar uma posição no mercado?


— Você me liga a essa hora da madrugada para me falar sobre o mercado de ações?


Chris não pôde deixar de rir.


— Não. É que você certa vez disse algo que não me sai da cabeça: que só os ingênuos ou os malucos de carteirinha não sabiam quando era a hora de admitir as perdas e sair do jogo.


— E daí? — Poncho gargalhou. — Meus clientes pagam fortunas por esse tipo de conselho.


— E um bom conselho, não é? Quer dizer, não se pode chamar um homem de covarde se ele sai do jogo no momento adequado...


Depois de alguns minutos de silêncio, Poncho se manifestou:


— Ouça, Chris, o que está havendo? Está com problemas financeiros?


Não. É que... lembra-se da tarefa que me sobrou, a da tutelagem?


— Da garota de doze anos? Claro!


— O problema é que ela não tem doze anos.


— É mais nova?


— Mais velha. Muito mais velha. E... — Chris hesitou. — Ela já não é mais nenhuma garota. É uma mulher e...


— E — completou Poncho — está fazendo de você gato e sapato. Chris soltou uma breve gargalhada.


— Esta é uma maneira muito simples de descrever a situação.


Cherchez la femme!


Como?


— Eu disse...


— Eu sei o que disse: ache a mulher. Mas o que isto tem a ver com...


— Onde há problemas, há uma mulher, pode apostar. — Poncho soltou a respiração. — Cara, faça um favor a si mesmo. Passe a gatinha para outra pessoa.


— É isso aí, já pensei nisto. Mas já me comprometi e...


— Lembra-se? Admita suas perdas. — Poncho soltou uma gostosa gargalhada. — É um conselho tão bom que eu mesmo devo segui-lo.


— Está falando a respeito daquela produtora de filmes?


— Na mosca — respondeu Poncho. — Do que mais poderia estar falando? Ouça, mano velho, tenho um encontro no café da manhã com um bando de tubarões da Costa Oeste. Como tenho que estar com uma aparência decente, preciso dormir pelo menos mais duas horas. Chris sorriu.


— Entendi o recado.


— Chris? Falei sério sobre admitir as perdas. Saia enquanto puder.


— Obrigado pelo conselho. Trate de se cuidar, está me ouvindo?


— E isso aí. O mesmo vale para você.


Chris desligou o telefone e recostou-se na cadeira. Quando eram mais jovens, era sempre ele que aconselhava os irmãos. No entanto, sentia-se melhor após falar com Poncho. Na verdade, telefonaria para Sam Abraham naquele exato momento e...


O telefone tocou e ele atendeu, sorrindo.


— Ouça, Poncho — ele disse —, não precisa se preocupar. Farei o que disse.


Mas não era Poncho ao telefone, era Pablo Lyle e, no momento em que Chris desligou o telefone, percebeu que o conselho do irmão chegara um dia atrasado.


Dulce também passara uma noite insone, porém com um resultado positivo.


Em algum momento entre a madrugada e o nascer do sol, finalmente chegara à única solução possível: teria que deixar Chris e aquela cobertura; nada que ele dissesse ou fizesse poderia impedi-la.


Não adiantava debater-se sobre o que acontecera na noite anterior. Como repreender-se por não ter batido em Chris ou gritado pela governanta, se estas providências nem sequer haviam passado por sua cabeça?


Esta era a verdade fria e humilhante: derretera-se nos braços de Chris e o beijara com uma paixão que ela própria estranhara.


Ele provavelmente tentara seduzi-la apenas para provar que poderia fazê-lo.


Como o desprezava!, ela pensou, fechando a porta de seu quarto e dirigindo-se às escadas. Como o desprezava, como...


— Você já despertou.


A voz fria a assustou. Dulce parou no meio da escada, a mão segurando a balaustrada.


Chris encontrava-se ao pé da escada, contemplando-a com um olhar neutro, um olhar que não combinava com o short, a camiseta e o tênis que ele estava usando.


É um alívio perceber que é tão observador, Chris. — Ela tentou se mostrar confiante, mas algo na aparência de Chris a fez estremecer por dentro. — Sim, já despertei e preciso falar com você.


Os olhos de Chris inspecionaram Dulce completamente. Ela estava usando jeans desbotado e suéter lilás que acentuava a cor de seus olhos. No rosto, não havia nenhum sinal de maquiagem.


Se não estivesse com o humor tão sombrio, Chris teria rido. O que Poncho diria se visse aquela femme fatale? Ela parecia tão perigosa como um ramo de flores recém-colhidas... mas justamente aí residia o perigo.


— Escutou o que eu disse? Precisamos conversar.


— Concordo. — Ele deu as costas e atravessou a sala. Ao chegar ao terraço, voltou-se na direção dela. — Tomei uma decisão.


— Eu também. — Ela o fitou sem piscar. — Ou você desiste de ser meu tutor ou eu mesma entrarei em contato com Lyle para exigir que alguém o substitua.


Ele retesou os lábios.


— Não faça ameaças, Dulce. Não gosto nada disto.


— Não ligo a mínima para o que você gosta ou não! Acabei de lhe dizer algo e...


— Já providenciei tudo.


Ela tentou não se mostrar surpresa, mas foi impossível.


— O que está querendo dizer com isto?


— Decidi pedir a um de meus sócios que me substitua. Sam é curador de vários de nossos clientes e...


— Sam?


— Samuel Abraham. É um profissional muito competente, com mais de sessenta anos. — Ele sorriu maliciosamente. — Garanto que, se você avançar o sinal com ele, como avançou comigo, Sam irá enxotá-la de seu escritório.


— Como eu avancei com você? — Dulce estreitou os olhos. — Foi essa mentira que contou a Lyle?


Chris suspirou e encostou-se à mureta.


— Disse apenas que temos um problema de compatibilidade.


— Um problema de compatibilidade. — Dulce torceu o canto da boca. — É uma maneira interessante de descrever o seu comportamento.


Meu comportamento? Não, querida, não farei o papel de vilão na sua história. Ontem à noite, você teve participação igual naquele jogo.


— Mentira! Jamais desejei...


— Jamais? Devo abraçá-la novamente para conferir quem está mentindo?


Dulce sentiu o coração acelerar, mas sua voz manteve-se firme.


— Esta é uma conversa inútil, considerando que terminamos de concordar em dar um jeito nesta situação.


Depois de um momento, Chris meneou a cabeça, confirmando.


— Tem razão. Só o que falta é elaborar os detalhes... e tratar de um problema que acabou de surgir.


Em um canto do cérebro de Dulce acendeu-se um sinal de alerta.


— Problema?


Chris fitou-a fixamente. Depois deu-lhe as costas e ficou a contemplar o parque.


— Acabei de falar com Pablo Lyle.


— Isso você já disse. Contou que vai desistir de ser meu tutor?


— Para falar a verdade, não tive chance de contar. Sabia que seu tio tinha uma propriedade em Palm Beach?


Dulce crispou as sobrancelhas.


— O que a casa de inverno de meu tio tem a ver com isso? Chris voltou-se para ela.


— A casa de Gastão, uma mansão, eu suponho, fica à beira-mar.


— Ouça, Chris, você está sendo muito informativo, mas francamente...


— Mas francamente não está interessada em nada que não lhe diga respeito. — Chris a fulminou com outro de seus sorrisos gélidos. — Bem, mas isto lhe diz respeito, afinal os bens de Gastão agora pertencem a você.


— E então?


— Uma terrível tempestade alcançou Palm Beach durante a noite. Não foi um furacão, mas o vento e a chuva fizeram bons estragos.


— Se quer me dizer algo, pare de dar voltas.


Chris prosseguiu:


— O ponto principal é que a casa ficou bastante avariada. Lyle acabou de receber um telefonema da equipe de segurança que patrulha o lugar.


— E?...


— Parece que uma palmeira demoliu uma das salas... e um iate de quarenta e dois pés está estacionado em seu gramado.


— Que pena!


— O lugar está de pernas para o ar. Há areia e vidro por toda a parte da casa. E também pode haver danos estruturais.


— Então?


— Então, há uma série de providências que precisam ser tomadas, o mais rápido possível.


Dulce deu de ombros.


— Bem, vamos deixar que o pessoal da segurança tome conta de tudo. Eles poderão contratar gente para fazer a limpeza, para os consertos necessários e...


— O pessoal da segurança é responsável apenas pela segurança, Dulce.


— Bem, então peça a Lyle que contrate um serviço de limpeza ou... Por que está balançando a cabeça, Chris?


— Lyle está fora do circuito. O testamento já foi lido, o que significa que a propriedade agora está sob sua responsabilidade. E minha.


Dulce sentiu um súbito desconforto.


— Não vou com você, Chris.


— Alguém responsável precisa inspecionar a casa, verificar os danos, determinar o que precisa ser feito e contratar mão-de-obra para fazer o trabalho. — Chris cruzou os braços. — Está começando a entender?


— Está dizendo que eu sozinha terei que fazer isto?


— Oh, não, absolutamente. Estarei sempre a seu lado, com minha valiosa experiência e meus sábios conselhos.


— Do que está falando?


— Teremos que voar até Palm Beach. Será que preciso ser mais claro? Lyle está mandando as chaves da propriedade por um mensageiro e...


— Não! — Dulce balançou a cabeça com veemência. — Eu me recuso! Está fora de questão!


— Concordo em gênero, número e grau, mas receio que estejamos grudados um ao outro por mais um dia.


— Isto é loucura! Aquela é a casa de Gastão. Não é nada que lhe diga respeito.


— Até que o juiz diga outra coisa, ainda sou seu tutor e responsável pelas decisões que envolvem seus bens. Aquela casa é um bem e qualquer dinheiro gasto em conserto e manutenção está sujeito à minha aprovação.


Dulce o encarou. Voar para Palm Beach? Com Chris Uckermann? Não. Não!


— Então... então aprove tudo por telefone. Converse com o pessoal da segurança. Ou com a polícia. Que tal uma seguradora? Deve haver...


— Sempre há uma forma de resolver tudo por telefone, mas quem garante que o preço cobrado e o trabalho realizado serão bons se não estivermos lá para comprovar?


— Não me importo — respondeu Dulce prontamente.


— Esta é uma posição muito negligente.


— Você disse que é minha propriedade. O meu dinheiro...


— Que garantias tenho de que, daqui a um ano, você não me acusará de usar sua herança de modo negligente?


Dulce o fitou, a respiração rápida.


— Diga-me uma coisa, alguma vez já pensou algo bom de alguém... ou é somente para mim que reserva esse tratamento?


— Estou sendo apenas prudente, Dulce. Sei que a prudência não é exatamente um conceito que você aceita, mas, certamente, se fizer um pequeno esforço, conseguirá me entender.


— Então chame seu sócio. Esse... Sam Alguma Coisa. Ele poderá voar até Palm Beach comigo.


— Sam não poderá fazer nada até que o juiz diga que ele é legalmente responsável por você. — Chris passou os dedos pelos cabelos. — Acredite, isto não me agrada, assim como não agrada a você. Ouça: voaremos até lá, tomaremos as providências necessárias e voltaremos assim que possível.


Dulce desabafou:


— Juro, Chris, que preferiria ir ao Pólo Norte no meio de uma nevasca a ir até Palm Beach com você!


Ele riu.


— Eu próprio não usaria termos mais adequados.


Ele ainda estava rindo quando ela lhe deu as costas e voltou para a sala de estar. Porém, repentinamente, seu riso esmaeceu e sumiu.


Visualizou Dulce caminhando lentamente para ele em uma praia açoitada pelo vento. Ela usava um biquíni sumário e seu corpo estava bronzeado e quente ao abraçá-lo, os olhos enevoados pelo desejo...


Chris levou o café esquecido aos lábios e o tomou até o fim em goles grandes e amargos.


Não que isso fosse lhe fazer algum bem, ele pensou.


Seria preciso algo mais forte que a cafeína pára fazê-lo suportar as próximas vinte e quatro horas.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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NyNadyu e thaty: é verdade eu pulei um capitulo! sorry nem tinha percebido, minha miguxa MarlyVondy q me falou, vou arrumar qnd eu chegar da escola ok! Thaty: Sou sim de Belo Horizonte! conhecidência msm gatita! Tú é frequentadora do fã clube RBD BH?!


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1120



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  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:12

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:11

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:10

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:09

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:07

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:05

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  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:04

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  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:03

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  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:02

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  • natyvondy Postado em 05/11/2009 - 01:22:01

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