Fanfic: ≈ღ≈A Outra Face de Dulce≈ღ≈[Terminada]
O grupo musical escolheu aquele exato momento para convocar os presentes para se achegarem à pista de dança. Alguns tentaram convencê-la a permanecer no ambiente. Com um sorriso, Dulce agradeceu e continuou andando até conseguir sair e ser envolvida pela noite.
Degraus conduziam a um pátio e a uma piscina. Um casal se beijava. Christopher andava de um lado para outro, e puxava a gravata como se o nó o estivesse sufocando.
Ela o chamou nesse momento e ele tomou a se afastar.
Dulce acelerou o passo. Os saltos altos e a saia estreita dificultavam sua caminhada. Ao perceber que ele estava se distanciando, ela não teve dúvida: tirou os sapatos e ergueu a saia até os joelhos para poder correr.
A grama estava úmida e fresca sob seus pés. Christopher estava contornando agora um lago artificial e seguindo em direção a uma casinha branca erguida sobre uma elevação.
Foi lá que ela o alcançou, no processo de tirar o blazer, atirá-lo sobre uma espreguiçadeira na varanda. A gravata estava solta ao redor do pescoço e a camisa desabotoada até a metade do peito. O choque e indignação o faziam arfar.
— O que veio fazer aqui? — ele esbravejou. — Verificar se minhas orelhas estão crescendo?
Atônita com a reação, a última que poderia esperar, Dulce negou com um movimento de cabeça. Até aquele instante, ela não se dera conta de que estava chorando.
— Por que disse isso?
— Você me fez de idiota!
— Não! Você precisa me ouvir!
— O que está esperando? Ainda não teve tempo para inventar outra mentira?
— Não tive nenhuma intenção de fazê-lo de idiota. Foi você quem se aproximou de mim, não o contrário. Lembra-se?
Christopher se distraiu por um instante na observação do dedo apontado para ele. Aquelas unhas e aquela mão não se pareciam com as de Candy, sempre manchadas de tinta. Os olhos que mergulhavam nos dele na escuridão da noite eram grandes e sedutores. Irreconhecíveis também. A mulher a sua frente era tão diferente da mulher que ele conhecera que por um momento ele perdeu a voz.
— Quem é você?
— Meu nome é Dulce.
— Não é essa a resposta que quero. Não sou tão alienado quanto imagina. Leio outras matérias que não o esporte. E dirijo por estradas. Não sou cego para não ter visto os cartazes em que você posa quase nua. Também assisto às entrevistas onde se fala de modelos que morrem de anorexia e bulimia enquanto metade da população mundial passa fome! Dulce empalideceu.
— Suponho que como jogador de futebol você tenha mais mérito e reconhecimento global.
Christopher escondeu o rosto com as mãos. Demorou um longo tempo para voltar a falar.
— Você está certa. Nenhum de nós faria falta no mundo, não é verdade? A diferença é que eu não tento negar minha super-atividade enquanto você prefere se esconder atrás de disfarces. Por quê?
— Eu abandonei minha carreira há seis meses — Dulce finalmente explicou. — Eu me cansei.
— De ser bonita? De ter o mundo a seus pés? De ser invejada pelas outras mulheres e admirada pelos homens? De servir de cópia? Ora, Candy, ou Dulce, eu não nasci ontem. Dê-me ao menos uma razão que seja plausível para você ter feito o que fez comigo.
— Não foi apenas minha carreira que eu deixei para trás. Mas tudo que vinha com ela.
— Como fama e dinheiro?
— Minha mãe queria me vender para um velho rico — ela se defendeu aos gritos. — Isso soa desculpável o suficiente para você? Eu tive de ir embora para me livrar das cobranças dela. Deixei Nova York e fui morar com sua tia sob um novo nome. Precisava da simplicidade que só o anonimato me traria. Eu queria que as pessoas me vissem como sou, não como pareço.
Christopher se calou em reflexão. Ainda não conseguia acreditar na transformação da mulher que estava a sua frente.
— E sobre esta noite? Por que você decidiu se mostrar assim quando estava tão determinada a assumir sua segunda identidade?
— Eu me apaixonei por você.
Ele virou de costas e introduziu as mãos nos bolsos da calça. Seus olhos se perderam na superfície calma do lago. O ar estava parado. Nem sequer uma folha se movia nas árvores. A música parecia distante. Soava abafada como se não conseguisse penetrar pelas sombras.
— O que isso tem a ver com o que você fez?
— Tudo — Dulce respondeu, firme. — Você disse que me amava. A mim. — Ela bateu no próprio peito. — Esta era eu até seis meses atrás.
— Como posso ter certeza de que seu amor por mim não é tão falso quanto à mulher por quem você se fez passar?
O tom de acusação a irritou.
— O que há de falso em Candy Saviñon?
— O nome, de início.
— Mas foi você quem o interpretou dessa maneira. Assino minhas pinturas como "Candy D". Se ainda não descobriu onde eu quero chegar, isso é Dulce em inglês.
— Por que simplesmente não me corrigiu? — ele retrucou.
— Porque, eu tinha medo de sua reação. Um medo que ainda não acabou pelo que estou sentindo agora. Eu precisava de tempo.
— Você teve tempo o suficiente.
— O que eu podia fazer? Você estava se apaixonando por mim apesar de minha aparência pouco atraente e eu estava feliz como nunca me senti antes. — Uma lágrima deslizou pelo rosto perfeito. — Você foi a primeira pessoa em minha vida que gostou de mim pelo que eu era. Sinto muito pelo que fiz, mas não tive coragem para renunciar a essa experiência. — Ela fez uma pausa. — Está bravo comigo e tem razão para isso. Eu sabia que esta cena poderia acontecer quando vim para cá esta noite. Mas posso jurar que nunca tive a intenção de fazê-lo de tolo, como disse. Houve ocasiões em que desejei esclarecer a situação, mas então você disse que me amava porque eu era diferente. Receei que você não conseguisse amar Dulce como amava Candy.
Às lágrimas somou-se em um riso forçado.
— Após nossa primeira noite, eu quis me vestir e me maquiar para você. Quis ficar bonita para você, como acontece com todas as mulheres em relação ao homem amado. Mas o que você me disse, o modo como me tratou, me fez sentir mais bonita do que jamais fui. — A confissão tornou a ser interrompida. — Para me compreender, você teria de saber quais os motivos que me levaram à solidão. Eu ganhei muito dinheiro, admito. Mas a discriminação a que fiquei sujeita me fez descobrir que o preço da fama é alto demais para compensar a discriminação e o preconceito.
Em um gesto de coragem, Dulce espalmou as mãos contra o peito de Christopher.
— Você se apaixonou por Candy com toda a sua simplicidade. Ela e eu somos a mesma mulher. Seria capaz de me amar e de me aceitar também com a aparência que estou lhe mostrando agora?
Os olhos de Christopher estavam brilhantes. Ele também não parecia o mesmo naquele momento.
— Você é tão linda! Eu não a conheço mais. Você parece uma deusa mitológica.
— Não. Eu sou a mesma. Abrace-me e beije-me e saberá que eu continuo a mesma.
Ele inclinou-se vacilante. Dulce não esperou que ele apenas tomasse a iniciativa. Enlaçou-o pelo pescoço e deitou a cabeça em seu peito.
— Senti sua falta. — Ela afastou a camisa e encostou o rosto no veludo dos pêlos. — Tive tanta saudade...
Ele gemeu baixinho e atraiu-a contra o próprio corpo. Segurou-a pelo pescoço sob a cortina dos cabelos. Hesitou, contudo, no momento de beijá-la.
— Não se atreva a fugir de mim — Dulce puxou-o com força e sussurrou em seu ouvido. — Beije-me como sempre fez.
Era o incentivo que ele esperava. Sem raciocinar, abraçou-a com ímpeto e esmagou seus lábios. Separaram-se ofegantes. Tornaram a se beijar, ainda com mais volúpia. Ela o abraçava e arqueava o corpo para se amoldar ao dele. E então Christopher soube. Dulce o queria tanto quanto Candy. As duas eram realmente a mesma mulher.
— Qual foi a reação de minha tia?
— Ficou sem fala por um instante, mas logo somou dois e dois. Ela já havia comentado o fato de minha mãe ter me chamado de Dulce.
— Sua mãe? — Christopher estranhou.
— Sim, ela esteve aqui para tentar me levar de volta. Eu lhe disse que já estava sabendo sobre a verdadeira causa da morte de Morey.
— Morey?
— Meu empresário. O amigo de que lhe falei.
— Aquele que você disse que se suicidara?
— Sim. Foi o que minha mãe me fez pensar.
— Céus, como ela pôde...?
— Sim, como ela pôde? — Dulce fechou os olhos por um instante. — Nós nunca nos entendemos.
Christopher beijou-a na testa.
— Quem sabe algum dia isso possa mudar.
— Espero que sim. Mas voltando a Alma, ela ficou totalmente deslumbrada quando me viu descer a escada esta noite para ir ao seu encontro na festa. Eu disse que lhe explicaria tudo depois.
— Ela lhe cobrará a promessa — Christopher a fez encará-lo, segurando-a pelo queixo.
— Não será preciso — Dulce respondeu. — Apenas as explicações terão de ficar para depois, como eu havia dito.
Christopher se posicionou sobre Dulce para tornar a beijá-la. Eles não haviam permanecido por muito tempo mais na festa após a reconciliação. Poncho fora à procura deles no jardim e lhes apresentara o par de sapatos que encontrara em meio às folhagens, com um questionamento mudo.
Christopher propôs que eles voltassem para o salão e que jantassem juntos enquanto ele e Dulce lhe forneciam um breve relato dos fatos.
— Eu deveria ter adivinhado que Christopher Uckermann, o grande sedutor, acabaria conquistando a mulher mais linda dos Estados Unidos — Poncho resmungara.
— Você é realmente um grande sedutor? — Dulce o provocou, invertendo as posições na imensa cama que Christopher possuía em sua casa.
— Isso é uma queixa? — ele a desafiou. Dulce suspirou, sem afastar seus olhos dos dele.
— Apenas quero que saiba que sou monogâmica. Não concordo em dividir meu homem com outra mulher.
— Nem eu em dividir minha mulher com outro homem. A partir de agora — Christopher completou após um instante.
— Isso significa um compromisso, Sr. Uckermann?
— Você aceita um jogador de futebol em vias de se aposentar por problemas físicos?
Dulce levou a mão de Christopher aos lábios e beijou-a.
— Eu quero você para meu marido mais do que qualquer coisa no mundo.
— Estou falando sério. Talvez eu não consiga encerrar a temporada com o brilhantismo que desejo. Posso ser alvo de piedade de norte a sul e de leste a oeste do país.
— Não seja pessimista — Dulce aconselhou. — De qualquer maneira, não será o fim do mundo se você perder um jogo. Você sempre será lembrado como um grande atleta. O que importa é você ser o homem que é.
— Que tipo de homem eu sou?
— Maravilhoso.
— Não concorda com meu amigo que disse que eu só me apaixonei por Candy porque ela foi a primeira mulher que não ameaçou meu ego?
— Não, eu não concordo com Poncho — Dulce respondeu. — Mas talvez eu tenha realmente lhe ensinado algo.
— O quê?
— Que cada um de nós sempre tem de dar o melhor de si. Porque é isso que traz o sucesso.
— Está bem. Eu vou procurar ter essas palavras em mente, mas você não vai brigar comigo se eu ficar mal-humorado por algum tempo depois de perder um jogo, vai?
Dulce lhe deu um beijinho.
— Encontrarei um jeito de distraí-lo para vencer seu mau humor. O que acha?
Ele estreitou os olhos e a fez encará-lo, segurando seu rosto com as duas mãos.
— Sabia que eu tive ciúme daqueles fotógrafos que a cercaram antes de deixarmos a festa? Você tem planos de retomar sua carreira?
— Talvez, mas desde que não interfira com nossa vida nem com o tempo que pretendo dedicar aos nossos filhos.
O sorriso que ela tanto adorava voltou aos lábios de Christopher.
— Eu sempre pensei em encher esta casa de crianças.
— Ótimo! — Dulce exclamou, provocante. — Porque pretendo dar início à produção agora mesmo!
Risos ecoaram pelo quarto. Christopher a abraçou como se nunca mais pudesse soltá-la. E isso era exatamente o que ela queria.
FIM
Autor(a): dullinylarebeldevondy
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Comentários da Fanfic 209
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24
Amei!! *---*
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24
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anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24
Amei!! *---*