Fanfics Brasil - ≈ღ≈A Outra Face de Dulce≈ღ≈[Terminada]

Fanfic: ≈ღ≈A Outra Face de Dulce≈ღ≈[Terminada]


Capítulo: 4? Capítulo

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Capítulo IV



Ainda não estou pronta para voltar, Morey. — Quando estará?


— Não sei. Talvez nunca.


— Dulce, Dulce — ele murmurou como se estivesse se armando de paciência.


— Você fala como se estivesse tratando com uma criança mimada —Dulce protestou. — Eu tive fortes motivos para me afastar.


— Não estou caçoando de você. Posso imaginar o quanto deve ser difícil para alguém viver com uma mãe como a sua. Mas você nunca me disse o que ela fez que ultrapassou todos os seus limites de tolerância.


Dulce fechou os olhos. Seu agente não podia nem sequer imaginar a dor que sua lembrança causara.


— Tudo que estou lhe pedindo é que seja agradável — sua mãe dissera. — Você é estranha. Qualquer outra mulher estaria nas nuvens se um homem como o Sr. Alexander se interessasse por ela.


— Então deixe que qualquer outra mulher se case com ele!


— Quem falou em casamento?


— Eu a conheço, mamãe. Não estaria me forçando a receber o Sr. Alexander se essa possibilidade não lhe ocorresse.


— Seria tão terrível assim se casar com o dono de um dos maiores impérios financeiros do mundo? — a mãe retrucara, sarcástica. — Seu futuro seria o de uma rainha.


— E o seu, o da mãe da rainha!


— Não admito que fale comigo nesse tom! Eu aceitei o convite do Sr. Alexander em seu nome e este disse que mandaria o motorista apanhá-la às oito. Veja o que um portador acaba de entregar a nossa porta!


Dulce olhou de esguelha e empalideceu à vista de uma pulseira de brilhantes em um estojo de veludo. A jóia fora à última gota. O insulto final.


— Não sou uma mulher fácil. Diga ao Sr. Alexander que ele pode ficar com sua pulseira porque eu ficarei com minha dignidade.


Em vez de se arrumar para sair com o homem que poderia ser seu avô, Dulce guardara algumas mudas de roupa em uma mala e deixara sua cobertura em Manhattam sem dar explicações.


Durante a longa viagem pelas estradas rumo ao sul, ela tentou se lembrar dos acontecimentos felizes de sua infância e juventude, mas a imagem da mãe os suplantava, permanentemente obrigando-a a atitudes contra sua natureza.


Blanca Saviñon fora incansável em seus esforços para transformar a filha em um modelo de perfeição. Primeiro em uma menina obediente e adorável, depois em uma jovem doce e ingênua e por fim em uma mulher maravilhosa. A mulher que a própria Blanca sonhara se tornar. A psicologia teria vasto material de estudo sobre esse relacionamento.


Dulce se tomou vítima da ambição da mãe. Cenas de rebeldia foram poucas e raras. O casamento fracassado foi sua última tentativa de se libertar do jogo possessivo. Doeu tanto que Dulce nunca mais pensou em um novo amor. Nem em tentar dar um novo grito de independência. Até que o Sr. Alexander quis lhe fazer a corte.


Sua mãe teria coragem de sacrificá-la por um casamento de conveniência? A voz de sua consciência dizia que sim. Que qualquer mudança que ela quisesse fazer em sua vida teria de partir de dentro dela. Porque Blanca jamais mudaria.


— Eu não me afastei de tudo só por causa de minha mãe — Dulce confessou ao agente. — Fiz o que fiz por mim mesma.


Sinto por você. Imploro que tente compreender. Eu tinha de me dar um tempo. Está sendo muito bom. Fui caminhar na praia esta manhã. Você deveria estar lá para me ver. Abrigo de ginástica e boné de beisebol. Estava horrível, mas de bem comigo. Estou em paz. Pela primeira vez em minha vida, estou fazendo aquilo que quero.


— Mas para isso é preciso ser tão drástica, querida? Não bastaria mandar sua mãe cuidar da vida dela que você cuida da sua?


— Acredita sinceramente no que está dizendo? Que seria tão fácil assim?


— Você já viu sua última propaganda?


— Por acidente. Quase enfartei.


— Os anunciantes também. — Morey deu uma pequena risada. — Eles nunca faturaram tão alto em vendas. Sua foto está sendo exibida em cartazes por todo o país. Estão querendo você para uma série de comerciais na televisão.


— Fico contente que o anúncio tenha sido um sucesso, Morey, mas realmente não tenho planos de voltar.


— Nem sequer por um contrato de dois anos no montante de quatrocentos mil dólares? — Morey fez uma pausa para efeito. Pelo silêncio de Dulce, ele soube que havia chance. — Que eu pretendo aumentar para seiscentos de maneira a chegarmos a um provável acordo de meio milhão?


— Absurdo.


— Você sabe que não. — Fez-se outro silêncio. — Posso ir buscá-la amanhã no aeroporto?


Dulce olhou para seu reflexo ao espelho. A mulher sentada como uma índia no chão de um quarto modesto não apresentava nenhuma semelhança com a modelo do anúncio de lingerie que circulava pelas revistas mais importantes dos Estados Unidos. Ela não cuidava das unhas nem dos cabelos havia meses. Nunca se sentira mais feia e mais feliz.


— Não quero voltar, Morey. Mesmo que quisesse, eles não me aceitariam. Engordei dez quilos desde a última vez que você me viu.


— Isso não seria problema. Um bom spa resolveria esse assunto em duas semanas. Então posso providenciar a reserva?


— Morey, você não ouviu nada do que eu disse? Eu não vou voltar.


A tensão que se estabeleceu foi quase palpável.


— Ao menos promete pensar a respeito? Um contrato como esse não é de se jogar fora. Eu não lhe pediria que aceitasse nenhum outro.


Dulce hesitou. Sabia que estava prejudicando Morey com seu afastamento.


— Não pense mal de mim. Sou grata a você por tudo que fez. Mas estou vivendo agora como sempre desejei.


A figura de Christopher surgiu na mente de Dulce naquele momento. A paz que a invadia foi substituída por uma súbita revolta. Sua decisão de permanecer em Galveston nada tinha a ver com ele.


— Em todo caso, eu manterei minha palavra de que você está de férias. Isso lhe dará mais alguns dias para refletir. Volto a ligar na sexta-feira para saber o que você resolveu.


— Está bem. — De que adiantaria dizer que sua resposta seria a mesma dali alguns dias? Pelo menos ela teria a delicadeza de fingir que levara a proposta dele em consideração. O aspecto financeiro da situação a preocupava. Sabia da fraqueza de Morey pelo jogo. — E de resto, como você está?


— Tudo sob controle. Não se preocupe comigo.


— Os negócios vão bem?


— Sou seu agente, Dulce. Sua fama me beneficiou. Todas as modelos passaram a me querer.


Saber disso a aliviou. Morey cuidava sozinho de sua agência quando a contratou. Em um escritório modesto na periferia. Agora estava atendendo em um imponente prédio comercial no centro. E contava com vários assistentes.


— Até sexta, então — Dulce se despediu. — Cuide-se. Não esqueça de tomar seus remédios.


— Não vou esquecer. Tchau. Pense com carinho naquele contrato.


— Prometo.


Ela devolveu o fone ao gancho cora uma sensação de desconforto. Morey estaria realmente cuidando da saúde? Vivia lembrando-o para não fumar demais e para comer menos por causa da hipertensão.


Suas divagações foram interrompidas por uma batida à porta. E pelo aceleramento de seu coração. Ela morreria antes de admitir, mas tinha esperança de que fosse Christopher. Por pouco não esqueceu seu disfarce. Estava colocando a mão sobre o trinco quando viu os óculos em cima da mesinha do telefone. Correu para apanhá-los.


Christopher não poderia estar mais sexy. Seus cabelos ainda estavam úmidos do banho. De shorts e camiseta, descalço, com o band-aid em volta do dedinho.


— Vamos jogar?


— Não posso.


— Ah, jogue alguma coisa comigo, por favor!


— Você não tem nada com o que se ocupar?


— Poderia varrer o jardim para Alma ou ir à academia e me exercitar com pesos leves. — Ele deu uma piscada. — Mas não estou com vontade de fazer nada disso.


— Sinto por você.


— Que bela amiga eu fui arrumar!


Dulce estava balançando a cabeça e sorrindo quando fechou a porta depois que Christopher suspirou e acenou para descer a escada. Ela jurara a Morey que estava feliz só por ter se afastado da pressão exercida por sua mãe. Mas algo lhe dizia que o interesse de Christopher Uckermann tinha muito a ver com seu bem-estar.


Todos os dias daquela semana transcorreram de modo similar. Tomou-se uma agradável rotina levantar cedo e correr na praia em companhia de Christopher. Alma geralmente os esperava com a mesa posta para o café. Depois, Dulce subia para o quarto e trabalhava até a hora do almoço. Christopher tinha por praxe tentar convencê-la a abrir uma exceção e passar a manhã inteira com ele. Ela fingia se zangar. O que era quase impossível com as caretas e trejeitos que ele fazia.


Alma também estava ficando mal-acostumada com a presença do sobrinho. Christopher lhe fazia pequenos consertos e dava um jeito de se ocupar de uma maneira ou de outra. À noite, eles assistiam a filmes ou jogavam. Em uma delas, os três resolveram ir dar um passeio a pé e Alma lhes contou sobre todas as famílias que viviam nas casas vizinhas. Em outra, Christopher se lembrou dos sorvetes que a tia lhe preparava quando era pequeno. Alma se levantou e foi para a cozinha. Christopher e Dulce a ajudaram. No dia seguinte, eles tomaram um delicioso sorvete de baunilha de sobremesa.


Dulce não trocaria a tranqüilidade daqueles dias e daquelas noites no campo pelo movimento e pela sofisticação da cidade.


Christopher não trocaria a companhia de Candy por nenhuma outra mulher, linda e perfumada, vestida pelos ditames da moda.


Na quinta-feira, Dulce deu pela falta de material de pintura e saiu para reabastecer seu estoque. Voltou com um pacote tão grande que tapava quase totalmente sua visão. Subiu os degraus com cuidado e depositou-o devagar sobre sua mesa de trabalho. O que viu a fez recuar.


Um homem estava em seu banheiro. Não dava para ver a cabeça nem os ombros porque ele estava curvado para dentro do gabinete da pia. Mas ela reconheceria aquelas pernas em qualquer lugar.


— Se você é um ladrão, talvez eu possa poupar seu tempo lhe dizendo que não costumo esconder minhas jóias no encanamento.


— Engraçadinha.


— Posso saber o que faz aqui?


— Alma me disse que você se queixou de um vazamento.


— Sim, mas esperava que ela fosse chamar um encanador para resolver o problema.


— Não pode simplesmente me agradecer? Estou tentando reparar o dano, não estou?


— E esse cheiro? — Dulce torceu o nariz.


— A culpa não foi minha. A tampa do desinfetante guardado no fundo do armário não estava bem fechada.


Christopher não podia vê-la. Ela aproveitou para se deleitar com a virilidade daquele corpo agora estendido no chão. Ele estava usando short de brim e uma camisa xadrez de mangas curtas, aberta no peito.


Engolir foi difícil. Afastar os olhos daquele corpo ainda mais. Cada vez que Christopher respirava, seu peito subia e o umbigo se destacava em meio a um ninho de pêlos escuros e espessos.


— Candy?


Ela voltou a si com um estremecimento.


— Sim?


— O que houve?


— Nada.


Ele teria notado sua excitação? Sua respiração ofegante? E o porquê dessa falta de controle? Ela já vira centenas de homens posando e desfilando com menos roupas do que Christopher. Já posara, inclusive, com eles, em pretensas cenas de intimidade. Mas nenhum mexera tanto com ela.


— Poderia me passar à chave inglesa?


— Chave inglesa? — Dulce pestanejou.


— Sim. Não posso largar o que estou fazendo para pegá-la. Você a está vendo?


Lógico que ela estava! A ferramenta estava bem no meio das pernas dele!


— Candy?


— O que foi?


— Pensei que você tivesse desmaiado com o cheiro do desinfetante.


Ela estava fazendo um papelão. Precisava reagir. Suas mãos tremiam. E tremeram ainda mais quando tentou se armar de coragem para pegar a ferramenta entre as pernas dele.


Christopher deveria ter parado de respirar. Seu corpo enrijeceu. Dulce se obrigou a recuperar o controle. No momento de apanhar a ferramenta, ela fechara os olhos e sua mão roçara na parte interna de uma coxa.


— Aqui está.


Assim que ele tocou na ferramenta, Dulce afastou a mão como se a tivesse queimado.


— Falta pouco agora — Christopher avisou-a com voz subitamente rouca.


—Não precisa se apressar. Acabo de voltar das compras e tenho uma porção de coisas para colocar em ordem.


No quarto, os pensamentos de Dulce giravam como um carrossel. Teria tocado Christopher deliberadamente embora de forma inconsciente? O que ele teria pensado a respeito? Que fora um acidente? Embora estivesse ouvindo os passos as suas costas, em sinal de que ele acabara de fazer o conserto, Dulce não se virou para fitá-lo.


— Você já pode usar a pia.


— Obrigada.


— Candy?


— Sim?


Ela percebeu que ele estava se aproximando e fechou os olhos como se isso fosse evitar o confronto. Quase gemeu alto quando Christopher a tocou no ombro.


— Candy? — ele a chamou com um sussurro.


Seria tão fácil responder ao apelo, virar-se e se soltar naqueles braços. Como seria fácil inclinar a cabeça para trás em um convite. Depois percorrer a extensão daquele peito e daqueles braços com as mãos e oferecer os lábios.


Tão fácil e tão absurdo.


Era preciso dominar a onda de desejo que insistia em inundá-la.


— Obrigada, Christopher, mas como eu já lhe disse antes, estou ocupada.


Ele a encarou com perplexidade. Como ela podia tratá-lo com formalidade depois do que acabara de acontecer? Suas veias pareciam estar em chamas. Como ela podia lhe falar como se nada houvesse acontecido?


Não adiantaria continuar tentando ignorar a realidade. Ele a queria. Não era do tipo, contudo, que rastejava pelas atenções de uma mulher. Se ela podia ser fria com ele, ele também podia lhe oferecer o mesmo tratamento.


— Desculpe o incômodo, Srta. Saviñon. Da próxima vez que eu tiver de ocupar seus aposentos por longas horas para efetuar um conserto, procurarei fazê-lo de modo que o problema esteja sanado antes que termine suas compras e volte para casa.


Christopher cogitou avisar a tia sobre seu plano de sair naquela noite e acabar com aquele exílio que se impusera sem razão de ser. Jantaria em uma boa churrascaria texana e tomaria alguns tragos. Em companhia feminina.


Estava precisando de uma mulher para extravasar sua frustração. Uma mulher bonita que não o fizesse pensar e que não fingisse depois de tê-lo tocado, que fora ele quem imaginara o que nunca acontecera. Uma mulher que lhe sussurrasse sugestivamente ao ouvido e que o quisesse na cama tanto quanto ele a desejava.


Mas ao entrar na cozinha ele soube que Alma estava preparando seu prato favorito. Teria de ser um desalmado egoísta para desprezar tanta consideração.


Lá estava ele, portanto, se apresentando para um jantar à luz de velas, querendo estar em qualquer outro lugar, menos na presença de Dulce.


Alma percebeu as vibrações de hostilidade entre seu sobrinho e a Srta. Saviñon. Eram poderosas para serem sentidas embora ela não conseguisse compreender o que poderia ter se passado entre eles para provocá-la. O constrangimento acabou por contaminá-la. Mas antes que o tedioso jantar chegasse ao fim, Alma decidiu tentar mudar a situação. De repente, estava ansiosa por uma xícara de chá de ervas. De modo a impedir que Dulce se desculpasse e subisse para o quarto, ela pediu para que a Srta. Saviñon se encarregasse do preparo da infusão. Da mesma forma, reclamou sobre o funcionamento do ar-condicionado e pediu que Christopher verificasse o termostato.


Como de costume, o chá foi servido na varanda e eles assistiram, em seguida, a um filme pela televisão, No caso de Christopher, algumas cenas apenas. Porque ele não conseguia afastar os olhos que insistiam em procurar Dulce. Não se conformava com aqueles óculos escuros, quase pretos, que ela usava, tanto durante o dia, quanto à noite. A Srta. Saviñon não poderia usar lentes claras como todo o mundo? Ou, o que seria melhor, lentes de contato?


Candy Saviñon não era uma mulher convencional. Essa era a questão. Ela parecia ter comprado aquele enxoval de roupas largas, desconjuntadas e de tonalidades cinzentas, de propósito para esconder as formas naturais de seu corpo. Quais seriam suas razões para fingir ser quem não era? Ele gostaria de poder ver o contorno de seu rosto, sempre oculto pelos cabelos que tombavam, pesados sobre os ombros.


— Está faltando açúcar em meu chá. — Alma se levantou. — Volto em um minuto.


Ela realmente não demorou, mas pareceu ter passado uma eternidade. Christopher insistia em olhar para Dulce e ela em evitá-lo. O único consolo de Christopher era saber que a estava fazendo sentir desconfortável com seu escrutínio.


Alma retomou a sala com a rapidez que prometera. O relógio de pêndulo sobre o consolo se movia ritmicamente. As risadas artificiais de um seriado cômico quebravam o silêncio que tomara a se estabelecer no grupo.


Christopher mal registrava o que estava se passando na tela. Procurava entender a força da atração que o impelia para Candy. Todas as mulheres que conhecera se classificavam em duas categorias: o grupo daquelas com quem ele já havia dormido e o grupo daquelas que ele queria levar para a cama. Não se importava com seus tipos físicos. Para ele, cada mulher tinha seu encanto. Podiam ser altas ou baixas, loiras, ruivas ou morenas, ricas ou pobres. E nenhuma era poupada de sua rejeição no momento que se cansasse de tê-las a seu lado.


Candy Saviñon era diferente de todas. E ele não conseguia entender, por mais que refletisse o motivo de tanta atração. Aquele toque fora acidental. Tinha certeza disso. E afetara profundamente a ambos. No caso de Candy, ela certamente não se envolvia sexualmente com um homem há muito tempo. E ele também estava precisando de uma mulher. Por que não deixavam a natureza seguir seu curso? Por que deveriam continuar se reprimindo? De sua parte, ele aprendera uma lição: não havia chance de amizade entre ele e qualquer mulher. Nem mesmo com Candy com quem descobrira ter afinidades. Cada vez que ficavam perto um do outro, queria beijá-la e imaginá-la nua em seus braços.


— Você acha que ela está bem?


À intromissão inesperada de Candy em seus pensamentos, Christopher pestanejou.


— O que disse?


— Você acha que Alma está passando bem? — Dulce fez um sinal para a senhoria cuja cabeça pendia sobre o peito. Christopher tomou a pestanejar. Sua tia estava ressonando. Ela havia cochilado e ele não percebera.


— Acho que tomou chá em excesso esta noite. Dulce sorriu e ele correspondeu.


— Vou acordá-la.


— Ela poderá se constranger. Christopher se deteve ao estender o braço.


— Você está certa.


Dulce se levantou e desligou a televisão. A luminosidade da sala diminuiu consideravelmente.


— Conseguiria colocá-la na cama?


— Suponho que sim.


Christopher se levantou no exato momento que Dulce deu um passo em direção a Alma. Ficaram parados, apenas olhando um para o outro no escuro. Um súbito calor pareceu invadir a sala. Dulce sentiu dificuldade para respirar.


— Vamos levantá-la? — ela se forçou a quebrar a magia. Christopher segurou a tia por baixo dos ombros e por trás dos joelhos.


Era bom poder gastar sua energia em um exercício de força. Se ele não encontrasse uma válvula de escape, explodiria. Ao vê-lo erguer a tia, sozinho, Dulce se preocupou.


— Eu poderia ajudá-lo. Seu ombro não está doendo?


— Eu estou bem.


— Desculpe. Eu esqueci. Se tivesse me lembrado antes de seu problema, não teria sugerido carregá-la.


— Por que você não segue a minha frente e arruma a cama? Dulce se apressou a realizar a tarefa. O quarto de Alma ficava


no andar térreo, no fundo da casa. Era menor do que os de cima, que costumava alugar, mas também contava com um banheiro privativo.


— Obrigada — Dulce agradeceu. — Poderia sair por um instante? Vou despir Alma para que ela se sinta confortável no sono.


Christopher não soube o que dizer. O comportamento de Candy o emocionou. Ela era generosa. Poucas mulheres se mostravam tão solícitas e amáveis.


— Deu tudo certo? — Ele resolveu esperá-la no hall. Dulce sorriu ao vê-lo.


— Continua dormindo como um bebê.


Conforme andavam, Christopher ia apagando as luzes. Pararam à porta de seus quartos e nenhum dos dois fez menção de entrar.


Como ele queria se aproximar e tocar aquela pele para se certificar de que era tão macia e aveludada como parecia! Como queria tirar aqueles óculos e olhar nos olhos dela! Descobrir sua cor e o mistério de que se revestiam! Tocar os seios sob o volumoso tecido e conhecer seu formato.


A premência do desejo o obrigou a se despedir.


— Boa noite, Candy.


— Boa noite, Christopher.


Na solidão do quarto Dulce se viu tremendo. Teria cedido à tentação se Christopher a tivesse abraçado. Mas Candy Saviñon não era bonita e Christopher Uckermann estava acostumado a lindas mulheres.


O que estava pensando? Perdera a razão? Fora ela quem impusera um relacionamento puramente amistoso entre ambos. Depois que Christopher partisse para o campo de treinamento, o mais provável era que eles nunca mais se encontrassem. Faltava pouco para esse dia.


Deveria estar se concentrando em resolver seus próprios problemas. Morey estaria ligando na manhã seguinte para saber sua resposta sobre aquele contrato irrecusável. O que lhe diria? Desejava voltar para Nova York? Não seria mais seguro retomar sua vida de modelo do que se apaixonar por Christopher? Seria prudente trocar um problema por outro? De quantas maneiras um coração podia ser partido?


Uma única solução lhe ocorreu: afastar-se de Christopher.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Comentários da Fanfic 209



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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

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