Fanfics Brasil - ≈ღ≈A Outra Face de Dulce≈ღ≈[Terminada]

Fanfic: ≈ღ≈A Outra Face de Dulce≈ღ≈[Terminada]


Capítulo: 6? Capítulo

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Capítulo VI



Morey estava morto. Faziam quase trinta e seis horas que Dulce recebera a notícia do falecimento de Morey e ainda não conseguia acreditar que fosse verdade. Tantas coisas haviam acontecido desde a ligação de sua mãe, no dia anterior, que parecia fazer um século que ela estivera com Christopher no viveiro de plantas. Sentia-se cansada física e espiritualmente. Os eventos que seguiram o telefonema de sua mãe lhe voltaram à mente.


Ela correra a colocar algumas mudas de roupa em uma mala e pedira o carro de Alma emprestado. Sua senhoria tentara convencê-la a pedir que Christopher a levasse ao aeroporto, mas seu protesto fora tão veemente que a sugestão não apenas foi esquecida, como ficado subentendido que ele não deveria ser interrompido em seu trabalho para se despedir.


Por mais que Alma quisesse oferecer ajuda ao notar a perturbação de sua pensionista, Dulce se limitou a dizer que telefonaria para avisá-la sobre o horário previsto para seu retorno, porque não sabia exatamente por quanto tempo teria de se ausentar da cidade. Seu destino não foi mencionado em nenhum momento.


No aeroporto internacional de Houston, Dulce acompanhou a decolagem de dois aviões antes de conseguir um lugar disponível para Nova York. Assim que aterrissou, um táxi a conduziu diretamente para o endereço de sua mãe, onde elas se encontraram cara-a-cara pela primeira vez em seis meses.


A maneira como a mãe a recebeu já era esperada.


— Você está horrível, Dulce. Não espere que eu fique a seu lado vestida desse jeito.


— Estou chocada com a morte súbita de Morey. Ele disse que estava se tratando. O que houve com ele? Você não me disse nada ao telefone.


— O que eu poderia dizer além de ele estar morto? — Blanca encolheu os ombros, acendeu um cigarro e soprou a fumaça com dramaticidade.


Em Nova York, eram duas horas da manhã. Exausta da viagem, após esperar no aeroporto por longas e intermináveis horas, enfrentar um vôo, sem mencionar a angústia da perda de seu melhor amigo e aliado, Dulce desabou no sofá e fechou os olhos. Em um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando mais precisava ouvir palavras de conforto, sua mãe a criticara por sua aparência.


— Que ele morreu, você já me disse! O que quer que eu faça? Que me coloque de joelhos e implore por detalhes? — Dulce abriu os olhos marejados e suspirou. — Está bem. Eu imploro. O que houve com Morey?


Blanca sentou-se do outro lado do sofá e olhou para a filha com desdém.


— Ele morreu de repente. Em casa; seu corpo foi encontrado por um vizinho com quem ele havia marcado um almoço. O sujeito estranhou que Morey não comparecesse e não tivesse ligado para desmarcar o compromisso.


Morey vivia sozinho desde o divórcio alguns anos antes de Dulce o conhecer. Ele nunca conseguira se recuperar do abandono da esposa, mas também jamais vencera o vício do jogo que fora a causa da separação.


— Foi o coração? — Dulce quis saber. Morey estava acima do peso recomendado, era hipertenso e fumante.


— Não exatamente. Ele teve um choque anafilático. Álcool com calmantes.


— Meu Deus! Você acha que ele quis se suicidar ou que foi um acidente?


— Tudo que sei é que Morey ficou abalado com sua recusa a assinar aquele contrato. Por causa de sua teimosia absurda em voltar a trabalhar e se apresentar como uma maltrapilha em vez de princesa, ele estava em sérias dificuldades financeiras. Depois de seu afastamento, ele perdeu todas as melhores representações. Precisou deixar seu escritório elegante no centro para se instalar em outro, em local de pouco movimento.


— Por que ele não me disse nada?


— De que adiantaria? Por que você se importaria com ele, se não se importa com seu próprio sangue? — Dulce observou com silêncio a mãe acender outro cigarro. Sabia que não adiantaria argumentar. — Sacrifiquei tudo para que tivesse uma boa vida e você me retribuiu com ingratidão. Recusou uma chance de se casar com um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Alguma vez lhe ocorreu que eu mal tenho dinheiro para pagar a conta do supermercado?


Blanca poderia se mudar de seu apartamento de alto luxo. Também poderia arrumar um emprego. Ela ainda era nova e muito inteligente. Mas Dulce estava cansada e magoada demais para se engalfinhar em uma batalha verbal com a mãe.


— Preciso dormir um pouco. A que horas será o enterro?


— Às catorze horas. Aluguei uma limusine para nos levar.


— Eu irei de táxi. Como não pretendo alterar minha aparência, ao menos em futuro próximo, não quero lhe impor minha presença.


Durante a cerimônia fúnebre, Dulce permaneceu afastada. Ninguém a reconheceu. Para completar seu disfarce, ela havia comprado um chapéu preto pela manhã. Chorou o tempo todo. Ninguém se aproximou. Assim que o corpo desceu à sepultura, a pequena multidão se dispersou. As pessoas pareciam ansiosas para buscar o refúgio de seus carros com ar-condicionado em vista do calor que estava fazendo.


No trajeto de volta do aeroporto para Galveston, a chuva insistente agravou a melancolia de Dulce. Seu futuro parecia tão monótono quanto a estrada que percorria. Não enxergava nenhuma luz a sua frente. Como poderia encontrar a felicidade com o espectro da morte de Morey em sua consciência?


A casa estava às escuras. O carro de Christopher não se encontrava na garagem. Ele e Alma deveriam ter saído juntos. Sob a chuva incessante, ela se dirigiu à varanda nos fundos.


Assim que se viu protegida, tirou o chapéu e sacudiu os cabelos. Em seguida colocou o casaco em uma cadeira para secar. Depois tirou os sapatos e as meias e verificou o trinco.


Surpresa por encontrar a porta destrancada, Dulce entrou na cozinha e serviu-se de um copo d`água do qual tomou apenas dois goles. Estava tão deprimida que as forças ameaçavam faltar. Suas pernas e seus braços pesavam como chumbo enquanto se encaminhava para a sala.


Olhou para as janelas, sem acender as luzes, e pensou que as gotas de chuva que escorriam pelos vidros pareciam lágrimas. Levantou a cabeça para avaliar a distância que a separava de seu quarto e cogitou se lhe restara alguma energia para subir os degraus. Nesse instante, largou-se na namoradeira sob a escada e se pôs a chorar.


Pressentiu a aproximação de Christopher um segundo antes que ele colocasse a mão sobre seu ombro. Fitou-o. A luz do hall estava acesa. A silhueta masculina se recortava contra ela na penumbra. Não dava para distinguir a expressão de seu rosto, mas ela podia sentir sua preocupação.


Sem o conforto da própria mãe, sem o apoio de ninguém que comparecera ao funeral, Dulce ficou olhando para ele sem dizer nada. Em silêncio, Christopher se sentou ao lado dela e lhe ofereceu o ombro. Ela não resistiu ao oferecimento. Chorou até sentir o tecido da camisa molhado de lágrimas.


Durante todo o tempo, Christopher ficou acariciando os cabelos de Dulce. Sem pensar no que fazia, ela apoiou as mãos no peito dele.


— Fiquei preocupado. Onde você esteve, Candy?


Por um instante, Dulce cogitou por que Christopher a estava chamando daquele jeito diferente. Mas logo se lembrou. Aquele nome era uma mentira. Era uma farsa como ela. Toda a sua vida fora uma sucessão de farsas. O que ela mais queria, naquele momento, era ser chamada por seu nome verdadeiro.


— Por que você está chorando? Onde esteve?


— Não me faça perguntas, por favor.


— Eu a encontro chorando no escuro e espera que eu ignore o fato? Não pode me pedir isso. Deixe-me ajudá-la. Diga-me por que precisou partir inesperadamente e não se despediu de mim.


Ela conteve os soluços e enxugou as lágrimas com o dorso das mãos. Ocorreu-lhe que não estava usando os óculos escuros, mas não se importou. Seus olhos deveriam estar tão vermelhos e inchados que Christopher não poderia reconhecê-la.


— Fui ao enterro de um amigo. Ele a enlaçou pelo ombro.


— Era um amigo querido?


— Muito.


— De que ele morreu?


— Desconfio que tenha cometido suicídio. Dulce o sentiu enrijecer a seu lado.


— Sei como você está se sentindo. Eu também perdi um amigo assim. Ele era jogador de futebol como eu. Quando uma fratura o obrigou a abandonar a carreira, ele se deu um tiro.


— Não, você não sabe. — Dulce se levantou bruscamente e se pôs novamente a chorar. — Não teve culpa da morte de seu amigo.


Christopher a alcançou no meio da escada e a segurou pelo cotovelo.


— Considera-se culpada pela morte dele?


— Sim.


— Não concordo com você. Não creio que alguém possa assumir a responsabilidade pela vida dos outros.


— Gostaria de poder acreditar nisso.


— É verdade. Se seu amigo tinha uma tendência para a autodestruição, a única coisa que você poderia ter feito, talvez, seria retardar o processo.


— Eu o desertei no momento que ele precisou de mim.


— Todas as pessoas precisam aprender a lidar com frustrações. Nem tudo é possível ter na vida.


Christopher aninhou-a entre seus braços e ficou embalando-a por um longo tempo.


— Sente-se melhor agora? Ela fez que sim com a cabeça.


— Obrigada. Não tive ninguém com quem desabafar.


Permaneceram olhando um para o outro, sem dizer nada. Subitamente seus lábios se procuraram e um beijo aconteceu. Christopher deixou escapar um gemido rouco. O desejo há tanto contido o fez erguer as mãos e segurar o rosto de Candy. Ela se afastou ao perceber que estava perdendo o controle.


— Não.


— Sim.


Ele não lhe deu chance de protestar. Talvez Dulce não o tivesse feito, mesmo que tentasse. Ao sentir a língua dele em sua boca, sua resistência explodiu em luzes coloridas. Um delicioso calor percorreu todo o seu corpo.


Houve uma pausa para respirarem. Nesse momento eles olharam um para o outro e se beijaram com renovado ímpeto.


Christopher gostaria de continuar beijando-a, uma, duas, mil vezes. Sua sede por Dulce era insaciável. E ela queria Christopher como nunca quisera outro homem. Seu marido jamais a beijara com aquela paixão. Outros não chegaram a ousar.


— Quero fazer amor com você — Christopher murmurou, atraindo-a pela cintura.


— Não podemos.


— Sim, nós podemos.


— Alma...


— Ela não virá para casa esta noite.


— Mas...


— Nós sabíamos que este momento aconteceria, mais cedo ou mais tarde.


Ela não podia negar. Era verdade. Soubera naquela manhã em que encontrara Christopher se exercitando diante da porta do quarto. Com aqueles olhos da cor do chocolate e incrível charme, Christopher mudaria sua vida. Nada lhe restava agora a não ser a resignação a seu destino. Embora a resignação não respondesse por sua consciência quando ele começou a lhe acariciar os seios, massageando-os com os polegares em pequenos círculos.


Christopher desabotoou a blusa com ansiedade para ver o que suas mãos já haviam descoberto, Mas a realidade era ainda mais bonita do que ele esperava. Os seios eram alvos e perfeitos sob a renda cor-de-rosa. Ele tomou a tocá-los, fascinado. Dulce era a mulher de seus sonhos, disfarçada sob roupas que não faziam jus ao belo corpo.


A pele era macia e quente. Os mamilos estavam intumescidos de prazer. Ele tomou a gemer com a força de seu desejo. Assim como Dulce ao sentir os lábios se fecharem sobre eles. Nesse momento, ela também deixou escapar um gemido. Seu corpo parecia estar se derretendo em fogo líquido.


Quando ela sentiu as mãos de Christopher deslizarem em suas coxas por baixo da saia, prendeu a respiração com expectativa. Christopher não seria capaz. Não ah. Não naquele instante.


Mas ele parecia estar realmente determinado a descobrir a verdade. A conhecer Dulce. Por inteiro.


As mãos repousaram no quadril antes de seguirem para o umbigo e tomarem a descer rumo ao centro da feminilidade. Dulce arquejou. Segurou-se nos braços dele com receio de cair, ou de alçar vôo. Começou a tremer ao adivinhar que Christopher estava se preparando para tirar sua calcinha. Não fez nada para impedi-lo. Queria-o tanto quanto ele a estava querendo.


Deixou que ele a despisse com surpreendente naturalidade. Recebeu um outro beijo como recompensa. Christopher a acariciou com profunda concentração, movendo os lábios ao longo de seu pescoço e as mãos ao longo do corpo provocando espirais de prazer, convidando-a para a rendição final.


Que ela aceitou.


As sensações se sucediam em ondas. Quando a última a inundou como o mar que termina na rebentação, deixando as bolhas de espuma para serem absorvidas pela areia, Dulce fechou os olhos e pensou que desejaria que aquele momento durasse para sempre, gravado em seu sono.


Mas Christopher se aproximou e beijou-a com veneração. Ela abriu os olhos, certa de que ele a estava observando. Sorriu para o sorriso dele. E descobriu que sua serenidade não se estendia ao corpo. Que ele continuava querendo-a.


Não o fez esperar quando ele a colocou em posição de penetrá-la. Seu corpo o recebeu com avidez. Ao ouvi-lo delirar no supremo prazer, pensou que nunca se sentira mais amada em sua vida. Pelo que era e não por sua beleza. E lhe aconteceu algo que nunca imaginara possível. Ter dois orgasmos seguidos.


Exaustos, eles permaneceram nos braços um do outro até a respiração voltar ao ritmo normal. Seus corações pulsavam em uníssono. As gotas de chuva batendo contra as janelas soavam como acordes de uma música de fundo. O tique-taque do relógio de parede mal podia ser percebido sobre o arfar de seus peitos.


Permaneceram abraçados por um longo tempo. Christopher estranhou a fragilidade do corpo feminino contra o dele. Afastou-se, mas sem largar a mão de Dulce a conduziu pela escada até seu quarto e a sua cama.


— Precisamos conversar — ela disse em tom quase grave.


— Não agora.


Sem se deter, Christopher começou a desabotoar a camisa que tirou e largou no chão. Dulce teve a impressão que explodiria de prazer. Jamais tivera acesso à masculinidade de um homem. Christopher estava se exibindo para ela em todo o seu vigor. Ao se deitar sobre ela, exultou sob o peso feito de músculos potentes.


— Ainda quer conversar? — ele caçoou entre os beijos.


— Deveríamos. — Foi tudo que ela conseguiu responder.


— Precisa aprender a relaxar, Srta. Saviñon.


— Ainda acho que deveríamos...


Ele a impediu de continuar com um novo beijo.


— Isto é o que devemos fazer. Por um longo, longo tempo.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:26

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

    Amei!! *---*

  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:25

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

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  • anevondy Postado em 03/08/2012 - 21:04:24

    Amei!! *---*


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