Fanfic: Criando o Própio Futuro

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A paisagem passava rápida de mais, sempre igual: Árvore,
árvore, pedras, árvore, árvore...

            O trem
balançou novamente e Gustavo fechou os olhos. Rezou para não chegar ao extremo
do enjôo e cometer uma gafe ridícula.

-Preciso tomar um pouco de ar... –Sussurrou para si mesmo,
mas uma senhora ao seu lado se encolheu ao ouvir. Ele levantou encabulado e
saiu andando pelos vagões, procurando pelo mais vazio. Chegou ao último vagão
do trem e encostou-se a uma janela. Olhou em volta e viu um casal jovem se
beijando calorosamente, atrás um garoto de aproximadamente 13 anos jogando um
joguinho eletrônico, e no primeiro banco uma senhora, dormindo com um livro nas
mãos. Gustavo passou a mão pelo rosto e percebeu que estava transpirando, então
passou a mão na nuca.

-Você está bem?

  Ele ouviu alguém
perguntar. Olhou em volta e nada havia mudado: O casal continuava beijando-se
calorosamente, o garoto continuava entretido com o jogo e a senhora dormindo.
Alguém riu e ele olhou para cima, incrédulo. Viu uma moça, muito bonita,
sentada á beira do trem.

-Mas... O que...?

-Muito expressivo o senhor. –Ela riu novamente.

            Gustavo
imaginou se estava tendo uma alucinação. Ele se recompôs e perguntou novamente.

-O que você está fazendo aí?

-Não me sinto bem dentro de trens... Então fico fora... Em
cima, para ser mais especifica. E pelo que vi você também não se dá muito bem
aí dentro.

-Eu estou bem... –Mentiu.

-Não quer subir?

-De jeito nenhum!

            Ela riu
novamente.

-Você tem medinho de altura?

-Claro que não!... Apenas prefiro continuar vivo...

-Não há riscos... Ok. Eu te desafio!

-Ah... Isso é coisa de criança. Não caio nessa de “desafio”
desde que tinha 17 anos.

-Pode dizer que está com medo. –Ela sugeriu calmamente.

-Não estou com medo...

-Então suba.

-Não quero...

-Então está com medo.

            Ele se
irritou e bateu no parapeito da janela.

-Ok... Você ganhou. Como subo?

            Ela olhou
para os lados, se pendurou na beira do trem e saltou janela adentro.

-Do mesmo modo que eu acabei de entra, é como vamos sair.
Entendeu?

            Gustavo
olhou com uma careta no rosto para a janela. A garota sentou no parapeito da
janela, ficou de pé, apoiando-se na parte de dentro do trem e pendurando-se na
parte de fora, se ergueu e “escalou” para cima. Depois, de cabeça para baixo
para poder olhar para dentro da janela, encorajou Gustavo a fazer o mesmo.
Pouco confiante e um tanto desleixado, ele fez o mesmo, e depois de alguns
minutos juntou-se a ela, ofegante.

-Viu... Não tenho medo. –Ele disse com a voz por debaixo do
fôlego. Ela riu.

-Sim, estou vendo... Agora fique de pé. –Ela se ergueu
devagar e ergueu os braços.

            Ele a
obedeceu, erguendo-se devagar. Já de pé, sentindo o vento passar por seu rosto,
o cheiro do campo batendo ao seu encontro, ele sorriu abertamente, levantou os
braços e gritou, como um cowboy, fazendo-a rir e fazer o mesmo. Então eles se
sentaram.

-Se sente melhor? –Ela perguntou, olhando-o pelo canto dos
olhos.

-Com certeza. –Ele a encarou.

-Qual é seu nome?

-Ah... Desculpe, nem me apresentei. Sou Gustavo Carllô. –Ele
ofereceu a mão.

-Sou Katerine Ferraz... Mas me chame de Kate. –Ela
respondeu, apertando a mão dele.

-Encantado. –Ele disse quase que confessando. Olhou para ela
pelo canto do olho e não conseguiu pensar em mais nada. Ela tinha cabelo castanho
claro, cacheado e longo, um rosto delicado e livre e olhos também castanho
claros. Estava vestida com uma regata branca, mostrando parte da barriga e uma
calça jeans simples e desbotada... O exemplo de liberdade.