Fanfic: Criando o Própio Futuro

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Ela se pendurou na beira do trem e saltou janela adentro.
Logo depois, Gustavo fez o mesmo, esquecendo até de sentir medo e desse modo
ter dificuldade com o ato.

-Em qual parada do trem você vai embora?

-Na ultima.

            Gustavo
sorriu, já que seria seu mesmo destino. Ele se acomodou em um dos assentos e bateu
no outro ao seu lado, indicando-o para que ela sentasse ao seu lado. Ela
inclinou a cabeça acomodou-se ao seu lado. Eles ficaram alguns minutos sem
falar nada, mas Gustavo ficou encarando Kate, até que ela se cansou disso.

-Você sempre faz isso?... Encarar as pessoas... –Ela disse
parecendo irritada.

-Não, apenas quando tenho dúvidas.

-E quais dúvidas você têm agora?

-... Por que você está “fugindo”
da sua família? Por que você está viajando sozinha?

-Não estou fugindo da minha
família. E também não estou viajando sozinha.

-Não está só? – Gustavo fez uma
breve careta.

-Não, estou com o casal grude,
ali.

            Ela
indicou o casal que anteriormente estavam beijando-se calorosamente, e Gustavo
percebeu que agora eles olhavam Kate e ele, curiosamente.

-Ah... Vocês são hippies? – Gustavo brincou.

-Não – Ela sorriu. –Apenas queremos
viver nossas próprias vidas. Mas e você? Qual é seu destino?

-Bem, eu só estou fazendo essa
viagem para esclarecer algumas coisas.

-E vai para onde?

-Vou parar na casa de um amigo, e
depois ir á Florianópolis.

-Florianópolis... Ótima escolha.

-Você não quer ir comigo?

            Kate
arregalou os olhos de perplexidade.

-Não... Acho que eles já têm
planos...  – Ela indicou os amigos.

-Eles que decidem? –Gustavo
provocou.

-É a vez deles de decidirem.

-Ah... Que pena. Adoraria poder ter
sua presença lá... Naquelas praias lindas.

            Kate
apertou os lábios e olhou para o outro lado. Gustavo percebeu o que estava
fazendo, respirou fundo e também olhou em outra direção. De repente Kate saiu
do acento e sentou á frente dos amigos. Gustavo xingou-se mentalmente, achando
que havia sido a razão para a mudança de assento.

-Ah... Marco, June... Vocês já
decidiram para onde iremos? – Kate perguntou aos seus amigos cuidadosamente.

-Ainda não. Alguma idéia em mente?
–June disse.

-Bom, não... Digo, sim...
Florianópolis é uma boa alternativa.

-O seu amiguinho ali vai para
Florianópolis? –Marco apontou discretamente para Gustavo, que se mantinha
admirando o grupo atentamente. Kate se sentiu chateada por Marco ter
adivinhado. E mais por ele sempre adivinhar esse tipo de coisa... Marco falava
pouco, mas quando falava, sempre era algo á mais do que simples palavras de
quem não tem muito a dizer. Kate suspirou.

-Sim... Vai. –Ela desviou o olhar.

-E onde ficaremos.

-Isso nunca problema para nós. –Ela
retrucou intrigada.

-Mas se ele quer nossa companhia,
terá que arranjar conforto.

            June
olhou de um para o outro. Ela sabia quando Marco estava realmente incomodando
Kate, então ela tratou de se meter.

-Marco, não seja chato. Sim,
podemos ir á Florianópolis... Mas se ele nos oferecer um conforto seria melhor,
não acha?

            Kate
sorriu.

-Não se preocupem quanto a isso.

            Kate
saiu sem dizer mais nada e sentou ao lado de Gustavo novamente.

-Achei que tivesse lhe ofendido.
–Ele sussurrou.

-Não me ofendo tão facilmente. –Ela
brincou.

-E então... Já sabe para onde vai?

-Não tenho certeza.

-Nenhuma dica?

-... Florianópolis...?

            Gustavo
sorriu. E observando a reação de Kate diante disso, ele não se conteve e
delicadamente puxou-lhe o rosto junto ao seu segurando seu queixo, e então a
beijou. Primeiro lenta e delicadamente, depois mais rápido e mais forte,
tomando-lhe a boca como sua. Sua língua adentrou a boca de Kate e provou seu
sabor de modo ganancioso. Ele parecia precisar realmente daquilo.

            Kate
nunca havia se sentido assim quanto a ninguém, e muito menos a um estranho que
acabara de conhecer. Cada movimento que seus lábios e sua língua faziam sobre
si queimavam, como fogo. Suas mãos, passeando por sua nuca, pareciam-lhe
arrancar a pele, mas era algo de que ela queria e ansiava. Um lampejo de
sobriedade e juízo passou por sua mente brevemente, mas o suficiente para
recobrar a consciência e afastar-se, antes que, ali, em meio ao trem, fizesse
algo que se arrependeria mais tarde.

            Eles
se entreolharam, perplexos pelo modo de precisarem tanto se ter, um e outro
sendo um único ser. Kate se recompôs no assento, apertando as mãos em um nó
contra o a perna para tentar se controlar.