Fanfic: Mudança de Habitos

18-Lagrimas

-Sua comida vai esfriar.-apontou ele,eu fiquei perdida e nem lembrei do macarrão no meu prato.Comecei a comer e ficamos em silencio até terminarmos,eu saí pra ir ao banheiro enquanto ele levava os pratos.Depois fomos juntos até a loja onde ele queria ver as bermudas.

-Qual é sua cor favorita?-ele me perguntou de repente.

-Depende.

-Depende do que?

-Se for pra me vestir,eu prefiro azul ou verde.Se for pra objetos eu prefiro pink ou roxo se for pra sapato prata preto ou branco e assim vai...

-Era oque eu precisava saber.Você me ajuda a escolher a bermuda.

-Claro-eu tentei sorrir e entramos na loja,baseada no que eu via ele usando eu comecei a dar sugestões,e ele pegou umas cinco pra experimentar,eu achei estranho naquela loja as roupas não tinham etiqueta com preço.Uma vendedora muito bonita loira dos olhos claros ofereceu ajuda mas eu disse que não precisava,porque não estava vendo nada pra mim hoje,então ela insistiu:-Você não quer ver uns biquinis?-eu achava que alguem tinha pedido pra ela perguntar mas aceitei,não fazia mal dar uma olhada,ela começou a me mostrar uns mas eu corei só de me imaginar dentro deles era tudo tão pequeno-Talvez algo mais discreto?-ela sugeriu e eu balancei a cebeça desesperadamente concordando.Ela me mostrou uns que até dava pra encarar,mas eu ainda ia me sentir pelada.-Você não tem aquelas cangas,ou shortinhos sabe que combine?-Claro que temos,você quer provar?

-É pode ser-eu peguei os que tinha gostado,com as coisas que combinavam e entrei em um provador.Coloquei o primeiro,com uma canga,mas como eu não tinha coragem de olhar no espelho decidi chamar o Ruan pra ele realizar a "fantasia" dele.

-Ruan,você pode vir aqui?

-Não posso Sá,a vendedora não deixa.Só se você sair pra eu ver oque você provou.

-Então ela pode vir aqui?-a cortina do provador abriu,e os olhos claros se arregalaram.

-Está certo?-eu perguntei sem jeito.

-Está linda!Você tem que mostrar pra ele.-ela praticamente me jogou pra fora do provador,e eu caminhei pra perto do Ruan totalmente vermelha.

-Uau,melhor do que eu imaginei.

-É só pra você se realizar.E as bermudas?

-Já escolhi,você vai levar o biquini?

-Não.

-Porque?

-Eu nem trouxe dinheiro,e eu já te falei não me sinto a vontade usando isso.-ele fez biquinho.

-Tudo bem então.

-Vai pagar a bermuda que eu já estou indo.-ele foi e eu voltei pro provador,tomei coragem pra me olhar no espelho me virei e olhei,até que não estava mal.Mas ainda tinha muita pele exposta.Me vesti rapidamente,e fui me encontrar com ele.Ele estava no caixa,me aproximei e vi os numeros enquanto ele passava o cartão de credito.Ele tinha gasto um valor alto de tres digitos,em uma bermuda,uma bermuda só?Não é possivel.Ainda bem que eu não quis o biquini eu não poderia pagar por ele,provavelmente.

-Vamos?-ele ficou bastante entusiasmado depois de me ver de biquini.

-Vamos.Já temos tudo pra festa?

-Sim,quer que eu te leve pra casa?

-Hum,não sei.Que horas são?

-Duas e cinco.

-Não,não quero ir pra casa ainda.Oque podemos fazer?

-Não tem ninguem na minha casa hoje,a gente pode ficar lá.Oque você acha?

-Parece perfeito.-Nos caminhamos de mãos dadas,até o carro.Ele abriu a porta pra mim e depois guardou os pacotes no porta malas.Ele ligou o carro,e o som do motor me confortou.Comecei a relembrar o dia mentalmente,deliciando cada lembrança,parei quando lembrei da indiferença dele com as meninas,fiz careta só de lembrar...

-O que foi?-perguntou ele percebendo minha careta

-Aquela hora com as meninas,porque você agiu com tanta indiferença.Aposto que ela estão chorando agora.

-Olha,não me leve a mal.Mas eu não gosto muito delas,na verdade de uma delas em especial.

-A Samantha.-falei tendo certeza.

-Ela mesma,ela é muito oferecida...odeio isso.Mas você tem razão as outras não mereciam meu comportamento.Me desculpe se causei uma má impressão.

-Tudo bem,mas você está me devendo sabia?

-Pretendo pagar com juros,mas agora estou dirigindo não quero perder a carta.

-Sou paciente.-respirei fundo e comecei a mexer no radio procurando alguma musica decente,mas a transmissão era péssima,desligui frustrada e percebi que já estavamos chegando.Passamos pela minha rua,e depois de uns cinco minutos já estavamos entrando na garagem,dos Cabott.É cidade pequena tem essa vantagem em 10 minutos você atravessa a cidade toda,pra atravessar São Paulo eu teria que dispor umas quatro horas do meu dia,por causa do transito.Tirei o cinto lentamente,e senti uma mão fria no meu rosto descendo de leve até o meu queixo,depois pelo meu cabelo então com vontade e carinho ao mesmo tempo ele me puxou pra perto e me beijou longamente.Quando paramos os dois sem ar eu falei

-Ainda faltam nove mil novecentos e noventa e nove.Nesse ritmo vai demorar uma vida inteira.-fiz beicinho mimada como sempre.Ele riu e falou:

-Temos a tarde inteira,é melhor entrarmos.Vai chover.-olhei pra fora e o céu azul de cidade do interior estava coberto por nuvens cinzentas ameaçadoras.Eu ajudei ele a tirar as coisas do porta malas,e deixamos algumas coisas na casinha da piscina,e outras no quarto dele onde ficamos.Os dois cansados deitamos na cama,eu me aninhei em seu peito e perguntei:

-Onde está Luisa?

-Foi comprar umas coisas.Você conhece ela?

-Conheço,na outra vez que eu vim aqui ela foi muito legal comigo.

-Eu gosto dela,ela dá bons conselhos.Oque você quer fazer?

-Não sei,oque poderiamos fazer?

-Podemos assistir um filme,ouvir musica,dormir,ou ficar aqui assim juntinhos.-juntinhos eu repeti mentalmente ele é tão fofo,me ergui e beijei sua bochecha,depois voltei pra minha posição inicial.

-Me fale sobre você,Sarah.

-Oque você quer saber?

-Você gostava da sua vida na cidade grande?

-Eu gostava,eu já tinha minha rotina sabe.Mas eu estou gostando daqui também.

-Você tinha muitos namorados.

-Não-eu neguei.

-Não foi uma pergunta,eu sei que tinha.

-Quem disse?

-Ninguem mas se aqui os caras já ficam babando por você,lá então.

-Você esta enganado.Eu não tinha nenhum namorado.

-Ta bom eu acredito.

-E você quantas namoradas já teve?Umas dez eu acredito.-acusei.

-Não na verdade só tres.

-Me fale sobre elas.A primeira como se chamava,e quantos anos você tinha?

-Eu tinha quatorze e ela doze,seu nome era Karine,ela era ruiva do cabelo cacheado,usava aparelho,e era muito doce.Mas não durou muito,a segunda foi quando eu tinha dezesseis,se nome era Juliana era ruiva também,e era muito séria,mas nós perdemos a virgindade juntos-fiquei rigida naquela hora,mas ele não percebeu e continuou-a terceira foi a Bia,ela era uma morena,eu gostava dela,mas terminamos porque eu não conseguia deixa-la feliz.

-De qual delas você gostou mais.

-Da Juliana,eu acho nós somos amigos até hoje.Tivemos bastante experiencias juntos.

-Legal,elas são da escola?

-Não,elas são todas de um curso de ferias que eu faço.Você pode ir comigo no final do ano se quiser.

-É quem sabe.-suspirei

-Oque foi,você parece intrigada.-eu me sentei rapidamente pra poder encara-lo.

-Eu estou surpresa.Eu não achava que um garoto como você,já tivesse tido essa experiencia.

-Um garoto como eu?

-é você é tão carinhoso,gentil e doce.Eu achava que..

-Relaxa,não é porque eu já tenho essa experiencia,que eu vou querer que você tenha também.

-Não estou preocupada com isso,só fiquei um pouco surpresa mesmo.

-Tudo bem,então você é virgem certo.

-Claro,porque a pergunta?

-Olha eu quero deixar claro que isso é uma coisa sua,que isso só vai rolar entre a gente se você quiser.Tudo bem?

-Tá-foi a unica resposta que eu consegui dar,fiquei em sentada imovel por uns segundos,então ele me beijou na testa

-Vou buscar uns filmes pra gente.-ele saiu do quarto,e eu fiquei lá parada digerindo aquilo.No final as aparencias enganam mesmo.Quem diria.Ele voltou com quatro filmes.

-Temos:PS:Eu te amo,Titanic,Crepusculo e O menino do Pijama Listrado

-Esse do menino,os outros eu já vi.

-Otimo eu ainda não vi esse também.-ele começou a mexer no aparelho de dvd,colocou o filme e sentou do meu lado,o começo eu peraneci rigida como estava,mas depois não resisti e me aconcheguei nele,cheiroso como sempre.O filme era um drama,acontecia durante a segunda guerra mundial pelo que eu entendi.Era emocionante a inocente amizade sem preconceitos dos meninos.Está quase acabando, os dois iriam morrer,tão lindo os dois de mãos dadas com medo sem saber oque vai acontecer,eu comecei a chorar.

-Sarah,tá tudo bem?

-Sim.

-Porque você está chorando?

-È um final tão triste.

-É só um filme Sarah.-ele alisou minhas costas tentando me acalmar.

-Mas é triste.

-Você me surpriende.-as letrinhas começaram a aparacer,ele levantou tirou o filme desligou tudo e voltou pra perto de mim.-Isso é o que eu mais gosto em você.-ele sussurrou no meu ouvido fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem,beijou meu pescoço e ia saindo.

-Onde você vai?-tentei segurar ele ali comigo mas ele se foi.Tão repentino como se foi, ele voltou com uma sacola eu reconheci da loja onde fomos,ele tirou uma caixa e colocou no meu colo.

-Oque é isso?

-Um presente.

-Ruan você,não devia-ele me calou com um beijo abra,vista e me chame.-ele saiu do quarto e fechou a porta.Vencida e curiosa eu abri a caixa,tinha um vestido verde,de um tecido leve perfeito, vesti e serviu perfeitamente,suspirei e chamei

-Pode vir.-ele surgiu é claro sem fazer barulho bem atras de mim.

-Está linda,eu quero que você use na festa.Vou buscar algo pra bebermos.

Eu tirei o vestido,coloquei minhas roupinhas normais,me sentei na cama agora mais a vontade.Ele voltou com dois copos de Coca,me deu um e sentou ao meu lado.

-Gostou?

-Gostei,obrigada.Mas eu ainda acho que voc-ele me calou de novo com um beijo,ele pegou o copo da minha mão e o dele desapareceu também,e nos beijamos varias vezes,de novo,e de novo.Ele beijou o meu pescoço

-Se você soubesse como eu gosto disso.-eu senti ele sorrir,então ele beijou de novo o meu pescoço,demorando mais dessa vez.

-Mas,eu tenho que beijar sua boca,é viciante.-ele voltou a me beijar,então o telefone tocou.Ele me deu vario selinho antes de atender sem se afastar de mim mais que cinco centimetros,ele brincava com o meu cabelo e falou no telefone:

-Casa dos Cabott,Ruan falando.Ela esta,só um segundo.-ele me passou o telefone.

-Alô.

-Sarah,você está bem querida?

-Sim mãe,eu devia ter ligado pra você.

-Não,é só que nós vamos sair,e você não tem chave.Vou mandar o Leandro deixar a chave dele aí tudo bem?

-Acho que não tem problema,ela vai vir agora?

-Sim.

-Ele pode deixar com o porteiro da casa,vou avisar.Tchau mãe bom passeio.

-Tchau,querida.-devolvi o telefone,pra ele.

-Quem vai deixar oque na portaria?

-O Leandro vai deixar,a chave de casa.Eu ainda não tenho uma cópia.-De novo ele demonstrou indiferença,isso quer dizer que não gostou.-Você já fez a lista de convidados?-perguntei tentando distraí-lo.

-Não,você quer me ajudar?

-Se você acha que a novata,pode te ajudar.

-Claro que pode você é observadora.

-Sou?Tem certeza?

-Vamos começar.-ele se moveu pelo quarto procurando,até que encontrou um notbook e se sentou ao meu lado de novo.Começou a fazer uma planilha com duas colunas uma de convidados outra de convidadas.

-Primeiramente seus amigos,é claro.-eu sugeri e ele digitou.

-Suas amigas?

-Sim com quem eu vou conversar,enquanto você estiver ocupado?-ele digitou novamente.-Seu irmão vai estar aqui durante a festa?

-Não ele é anti-social.

-Ah.Oque você quer ganhar de aniversario?

-Bom,se todos vierem curtir a festa já vai ser otimo.

-Mas oque você acha que vai ganhar?-ele suspirou,e se moveu pelo quarto,depois trouze uma caixa enorme.Parecia uma caixa de TV,ou de computador.

-Normalmente é isso que as meninas me dão.-ele apontou pra caixa.

-Caixas?-ele suspirou de novo.

-Dentro,pode olhar.-eu levantei e comecei a mexer na caixa,fiquei horrorisada.

-E depois você ainda diz que não é o mais desejado da escola.

-As garotas não dão isso pra todos?-ele perguntou com inocencia.

-Definitivamente.Não.-continuei mexendo nos presentes bizarros.-Você não achava,mesmo que todos os garotos ganhavam,cartas com metros de comprimento escrito eu te amo,ou lingerie,achava?

-Achava,vocês garotas são estranhas.

-E você é bobo,inocente até demais.-meu Deus haviam calcinhas de todas as cores e tamanhos,cartas que concerteza chegariam até a minha atual residencia.-Você acha que esse ano,elas vão dar esse tipo de presente?

-Não se você assumir o nosso relacionamento em publico,na escola.-engoli seco,e tentei mudar de assunto.

-E o que os garotos te dão?

-Camisinhas,e bolas de futebol no geral.

-È absurdo.-eu fechei a caixa,e dentei no chão tentando imaginar a cena: eu entrando na escola de mãos dadas com o Ruan,varios olhares invejosos e maldosos sendo lançados na minha direção...O Leandro iria ficar sabendo...

-Ruan,o Leandro esta esperando vocês na sala.-Luisa,falou atras da porta me tirando dos meus devaneios.Olhei imediatamente,para o Ruan tentando ver sua reação,ele parecia tranquilo.

-Quer descer?Pode esperar aqui se preferir.-descer iria ser quase suicidio,e ficar seriam alguns minutos de tortura pela curiosidade...

-É prefiro ficar,aqui.Ele só veio entregar a chave.

-Volto em um minuto.-ele beijou minha testa,e saiu do quarto,eu fiquei atenta tentando ouvir,se uma discussão começasse.Primeiro eu ouvi os passos do Ruan na escada,e depois não ouvi mais nada,por um bom tempo.É talvez eu tenha projetado,alguem agressivo no Leandro só porque,ele é todo possessivo,mas talvez ele não sejá ass

-Você tem que me deixar falar com ela!-ou talvez eu esteja errada.

-Espere aqui,eu vou ver se ela quer falar com você.-Ruan tentava soar firme,e acalmar o Leandro ao mesmo tempo.Decidi intervir,alguem tem que colocar o Leandro no lugar dele,que falta de respeito fazer escandalo na casa dos outros.Desci rapidamente.

-Oque você quer tanto falar comigo?Não veio só entregar a chave?

-A donzela tomou uma atitude?

-Sua mãe iria se decepcionar com esse tipo de comportamento,tanto quanto eu.-tá legal foi golpe baixo,mas pelo menos funcionou,ele respirou fundo tentando se controlar.

-Podemos conversar,a sós?-Leandro pediu,olhando pro Ruan ao falar a sós.

-Não dá pra esperar, a noite?

-Vamos,por favor.Seu principe não vai se importar.-Ruan,me olhava esperando uma resposta.

-Por que não fala aqui mesmo?

-Por favor?-ele implorou,e o seu olhar de suplica me fez ceder.

-Lá fora.-eu suspirei,e marchei em direção a porta,passando pelo Ruan sem coragem de olhar pra ele.Oque el estaria sentindo?Ciume?Raiva?Desconfiança?Caminhei até certo ponto do jardim da frente,e me virei olhando severamente para o Leandro.

-Oque você quer?

-Você,não se sente uma ingrata?

-Ingrata?Eu?

-Vamos,não seja hipócrita.A minha familia guarda o seu segredo,e é assim que nos retribui.

-Do que você esta falando?

-Você quase nem fica em casa.E bem,você me trata mal,todos vêm isso.

-Oh me perdoe por ser uam megera!Não seja idiota!

-Não seja idiota você.Tem certeza que prefere esse mauricinho?Tem?

-Tenho,no momento tenho.

-Vai me dizer que quando o beija,não pensa em como é diferente comigo.Vai mentir e dizer,que não esta com medo de assumir que está com ele.-ele me encarou,e eu desviei o olhar.Eu estava com raiva,porque ele me conhecia bem demais,estava com raiva de mim mesma,porque quando alguem fala DESSE jeito comigo o efeito é sempre o mesmo.Lagrimas.