Fanfics Brasil - 2 Laços de Sangue

Fanfic: Laços de Sangue | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 2

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Os dias iam passando e eu não conseguia parar de pensar nele, quando não estava comigo falávamos por mensagem ou telefonava-me, sempre atencioso e preocupado com a prima mais nova, com vinte e quatro anos Bóris já tinha a sua vida praticamente encaminhada, objetivos bem definidos, sentimento paternal e como não podia deixar de faltar, como em todo o rapaz perfeito também ele tinha a sua namorada, Carla era uma rapariga simpática e carinhosa, embora eu sempre a tivesse achado meio enfadonha e sem graça, como é que eu poderia um dia vir a simpatizar com ela, se era a dona do coração que eu queria. Evitava estar no mesmo sítio que ela, principalmente quando estavam juntos, e talvez tenha sido a minha ausência a desencadear os sentimentos que Bóris confessou sentir por mim naquela noite estrelada.


 


 Era uma noite quente e passeávamos pelo jardim da Cidade quando me apercebi que era alvo de um olhar diferente, sempre atencioso mas muito mais vidrento, como se não existisse mais nada nem ninguém em volta. Senti uma vontade colossal de o abraçar, mas ia contra os ideais que me impuseram desde sempre, continuei assim a fingir ser indiferente a tal atenção, fingi ter a minha atenção direcionada a outra pessoa. Mas Bóris era muito mais velho que eu, percebia as coisas de maneira diferente, e o que eu pensei ser suficiente para esconder o meu desejo na realidade não foi. Uma vez deixada em casa, apenas tive tempo de me deitar para dormir que recebo uma mensagem do meu primo no telemóvel, a dizer que cada vez gostava mais de estar comigo e que quando não estava só pensava em estar. Assim que li o que estava escrito senti uma fusão de emoções, a minha primeira reação foi rir-me enquanto me entrouxava nas mantas para cobrir a vergonha, como se alguém me estivesse a ver, a segunda foi responder que também gostava de estar com ele mas que não se deixa-se confundir porque eramos primos e era tudo que sempre seriamos. A vontade de sorrir foi embora juntamente com o que havia escrito, acabei por adormecer mas não conseguia nem pensar como iria olhá-lo nos olhos novamente.


 


 No dia seguinte apareceu na minha casa como se nada tivesse acontecido, continuou a tratar-me da mesma maneira, doce e meiga e então apercebi-me da sua maturidade e do respeito que ele tinha por mim, apesar de tudo que estava a sentir soube respeitar o que lhe havia dito e isso só fez com que eu me sentisse ainda mais atraída por ele. Quanto mais tempo passávamos juntos menos eu conseguia parar de pensar naqueles braços cobertos de desenhos, naquele sorriso contagiante, naqueles olhos ternos e naquelas mãos fortes que me laçavam com força. Foi então que dificilmente consegui sobreviver ao mês de Julho sem corromper nenhum ideal, e com a entrada do mês de Agosto era também a chegada dos emigrantes, o que tornava ainda mais difícil estarmos juntos então soube que tomei a melhor decisão ao responder o que havia respondido.


 


Agosto para mim significava oitenta porcento de tempo passado com os escuteiros e os restantes vinte por cento passados com o Gabriel e a Benedita, ou na praia ou em casa a cantar Sing Star. Primeiro fim-de-semana eram dias da festa de Sábia, os escuteiros como sempre abriram um bar, onde eu tinha de estar presente para ajudar com o que fosse preciso, tal como eu também a Matilde e a Benedita lá estavam, na altura Matilde passava grande parte do tempo com amigas da escola, o que fazia com que eu partilhasse os meus sentimentos apenas com Benedita e Gabriel porque presenciavam tudo e não tinha de explicar, acho mesmo que se aperceberam do que se passava antes de mim, o que eu pensava ser mais um verão calmo e típico na minha vida provou-se ser o melhor verão de sempre. Mesmo eu estando a trabalhar o Bóris assim como todos os nossos familiares estavam lá presentes, mas não nos impedia de trocarmos olhares, sábado como era habitual eu ficava a dormir em casa da Benedita por ser mais perto para de manhã entrarmos ao serviço, nessa noite a minha mãe estava cansada e queria dormir mas não me queria deixar voltar para casa sozinha, foi então que Bóris se abraçou ao seu irmão Sal e disse:


 - Não te preocupes Raquel que nós deixámo-las em casa! - De imediato os meus olhos se levantaram e o olharam enquanto sorria, no caminho até casa, Benedita em quem eu confiava tudo, sabia os meus pensamentos ainda antes de eu os falar, nasceu de uma relação entre primos então provavelmente por isso não julgou os meus sentimentos, apoiou-me em tudo e nem de mim se aproximou para deixar espaço para ele estar comigo, foi como se aqueles novecentos metros parecessem milhas, conversamos, rimos, brincámos, abraçamo-nos e tínhamos chegado, demos dois beijos de boa noite e ele partiu. A festa acabava nesse fim-de-semana e tinha uma semana livre até à próxima que era em Sebas, nessa costumava haver muita mais gente, muitos mais habitantes e consequentemente muito mais trabalho. Durante a semana tencionava descansar e aproveitar a praia, com a minha mãe a trabalhar a prima dela, mãe de Sal tinha-se oferecido para me levar, no meu interior senti tanto felicidade como receio de que a Carla também lá estivesse, Bóris mostrou-se ainda mais apaixonado e me apaixonou ainda mais quando nem por uma única vez me fez partilhar o espaço com ela.


Eram duas da tarde numa terça-feira e estava eu à espera que me viessem chamar para ir quando de repente batem à porta e quando abro não era a Sílvia como eu pensei que fosse mas sim Bóris, assim que abro a porta começa a entrar em minha casa dizendo que era ele quem me levaria naquele dia, eu fui buscar as minhas coisas e quando chego à sala estava ele sentado puxando-me para a sua beira começa o meu coração a palpitar como se nem conseguisse reagir, começou então a fazer-me cócegas, foi estando deitada no sofá com as suas mãos sobre o meu corpo que parei de rir, os nossos olhares não descolavam um do outro, nesse momento senti um arrepio na pele e uma vontade de nunca mais me separar dele, foi então que sem pensar fechei os olhos e os nossos lábios se tocaram, foi um beijo de longos segundos, foi inesperado, impensável, eterno e o melhor que fiz na altura, os nossos lábios descolaram, os nossos olharam se fixaram e era como se nunca mais nos conseguíssemos separar, ele abraçou-me e voltou a beijar-me. Depois disto foi um longo caminho até à praia, foi uma viagem constrangedora, eu não sabia o que dizer ou o que fazer, foi então que ele quebrou aquele silêncio dizendo:


- Bem não estava à espera, apanhaste-me de surpresa mas ainda bem porque gostei. Deixa-me elogiar-te porque nunca pensei que beijasses tão bem, agora não podes estar à espera que eu esqueça o que aconteceu. – Eu soltei um sorriso e respondi-lhe:


- Não vamos falar sobre isso agora!


Foi então que chegamos e já todos os nossos primos nos esperavam. Foi uma tarde maravilhosa, jogamos às cartas como era habitual, Bóris não saiu do meu lado nem um segundo, e não parava de sorrir e de me olhar, vê-lo tão feliz fez-me perceber que independentemente do laço que nos unia o que eu queria para o resto dos meus dias era fazê-lo feliz. 


Assim que ficamos sozinhos não consegui evitar a conversa ou a ele, não parávamos de nos beijar e estando com ele eu esquecia todas as pessoas que iam sair magoadas no fogo cruzado, só conseguia pensar a quão protegida eu me sentia junto dele, como se nada me pudesse afetar ou magoar. Era o meu príncipe e desde criança que sempre o soube. 



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Autor(a): rainhadossonhos

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- Não gostas de falar dos teus sentimentos porquê? Elogio-te e só te consegues rir com esse teu jeito envergonhado. – Disse-me Bóris assim que teve oportunidade. - Não gosto de falar disto, e está errado, nunca o devíamos ter feito, não vamos voltar a tocar no assunto. Imagina se a minha mãe descobre! Mata- ...


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