Fanfics Brasil - 3 Laços de Sangue

Fanfic: Laços de Sangue | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 3

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- Não gostas de falar dos teus sentimentos porquê? Elogio-te e só te consegues rir com esse teu jeito envergonhado. – Disse-me Bóris assim que teve oportunidade.


- Não gosto de falar disto, e está errado, nunca o devíamos ter feito, não vamos voltar a tocar no assunto. Imagina se a minha mãe descobre! Mata-me! – Respondi-lhe eu enquanto me ia distanciando em direção a casa.


A noite tinha caído e juntámo-nos para jogar às cartas como era habitual, tudo estava a correr bem e tranquilo quando chegadas as vinte e três horas Bóris teve de se ausentar para recuperar Carla no trabalho e deixá-la em casa. À medida que se ia preparando para sair olhava para mim e eu por mais que tentasse não consegui disfarçar o meu desconforto e ciúme. Cerca de meia hora depois ele já estava de volta, eu só conseguia pensar no pouco tempo que tinham tido para namorar, enquanto pensamentos me circulavam pela cabeça não o larguei do olhar, os seus olhos postavam em mim como se me dissessem que era ali que ele queria estar e não em outro lugar, qualquer que fosse. As horas passaram e nós, como sempre, estávamos sentados um ao lado do outro e íamos fazendo as nossas traquinices para que nenhum fosse o ultimo a acabar o jogo, o importante ali não era ganharmos um ao outro, mas sim ganharmos a todos os outros, tínhamos uma cumplicidade imbatível, e uma seriedade que ninguém se dava conta dos esquemas que arranjávamos, o tempo de diversão chegava ao fim e eram horas de dormir, à medida que se ia despedindo eu ia pensando que não me queria despedir dele nunca, foi então que quando chegou a minha vez ele me ia beijar na face e eu disse:


 - Quero tentar! – Esbocei então um sorriso que foi respondido com um beijo ainda mais forte na bochecha esquerda, ele tinha percebido o que eu tinha dito e isso era tudo que eu precisava para passar uma boa noite. Assim que a porta de minha casa se fechou recebo uma mensagem a perguntar se era mesmo o que eu queria e que ele não tinha percebido mal, eu respondi que tinha a certeza que não conseguia mais fugir dele, não resistia mais e gostava dele mais do que costumava gostar dos meus primos.


Todos os dias de manha do resto da semana estava à minha porta para me levar à praia, todos os dias de tarde do resto da semana estava à minha porta para me levar ao rio, passamos bons momentos sozinhos, tentamos aproveitar e eu ia perdendo a minha vergonha e o meu receio de que ele se desse conta que eu não passava de uma criança. Todos os dias à noite ele tinha de ir buscar a legítima namorada, todos os dias à noite eu ficava a imaginá-lo fazer com ela o que antes havia feito comigo. Todos os dias ele me pedia desculpa por ter de suportar aquilo mas a verdade é que enquanto toda a gente pensasse que eles eram felizes ninguém ia sequer desconfiar de nós, mas para isso tinha de fazer com que parecesse real, e essa parte eu não conseguia aguentar. Fingia perceber e concordar mas por dentro acabava por me magoar cada vez que os imaginava juntos, cada vez que ouvia as pessoas falarem deles, ou perguntarem-lhe a ele pela sua namorada, eu tinha de fingir que não se passava nada. A semana ia passando e estávamos cada vez mais perto das festas de Sebas, na quarta-feira antes da grande noite começar Carla estava livre e eu estava ocupada com a preparação e montagem do bar da festa, era de manha e estava a construir uma estrutura com a ajuda de Matilde e Benedita quando sem contar olho e lá estava o carro de Bóris na estrada, larguei de imediato tudo eu estava a fazer e dirigi-me junto a ele perguntando-lhe o que fazia ali àquela hora tão matinal, com o carro parado no meio da estrada sorri e diz-me:


-Tinha de te vir ver, tinha saudades tuas, não quero ir à praia com a Carla sem antes poder olhar para ti e ter certezas de que estou a fazer o que é certo para mim e para o meu coração.


-E então qual é a conclusão que tiras?- pergunto-lhe eu com a voz trémula de receio. É então que ambos olhamos para Benedita que acenava enquanto se ria para mim com ar de aprovação, sem se dar conta de que Bóris também estava a olhar até ao momento em que ele retribui o aceno como cumprimento de bom dia, ela esconde a cara envergonhada e eu rio-me e tudo que consigo dizer é:


-Ela não sabia que estavas a olhar, vai morrer de vergonha.


É então que ele me diz: - Agora sim posso ir para a praia com quem quer que seja porque sei que o meu coração está bem entregue nas tuas mãos, Joaninha!


Sem pensar enfio a minha cabeça pelo vidro do carro dentro e beijo-o na face perto do canto da boca e a sorrir vou-me afastando, enquanto ele dirige para a casa da sua namorada.


 Passei os dias ocupada e o primeiro dia de festa era precisamente o dia de livre da Carla, uma sexta-feira à noite aparecem no recinto da festa juntos como se eu não estivesse lá para ver, como se tivesse sido propositado também la estava o Miguel que não me largava, e eu tentava não os ver juntos então brincava com o meu amigo como se nada se passasse. Provoquei em Bóris um ciúme intolerável que nos dois dias seguintes de festa foi apenas com os primos e os amigos, embora não tivesse sido de todo propositado serviu para ele perceber como eu me sentia ao vê-lo com outra pessoa.


Sábado à noite era o dia de maior confusão, cada vez que tinha algum espaço sem nada para fazer aproximava-me dele e conversávamos, foi nesse instante que uma grande confusão se gerou do outro lado do passeio, todos os nossos primos se levantaram para defender um dos nossos, que por sinal era Sal, quando me dou conta Bóris aprontava-se para fazer o mesmo, de um modo mais radical estava pronto a levar um banco com ele.


-Não vás! Por favor! – Naquele momento não quis pensar em quem nos pudesse ver, amarrei-lhe a mão com todas a minha forças e ele olhando para as nossas mãos sorriu-me e ficou do meu lado.


Domingo, noite de fogo de artificio, Bóris tinha prometido que estaria do meu lado, eis que é lançado o primeiro foguete e o meu coração começa a ficar despedaçado, quando de súbito sinto uma mão amarrar-me a minha no meio da multidão, olho e eis que ele havia cumprido a sua promessa, ainda a recuperar o folego de ter vindo a correr solta-se um sorriso e um olhar apaixonado, sempre de mãos dadas o fogo acabou, nessa noite soube que aquele homem nunca me haveria de deixar mal. 



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Autor(a): rainhadossonhos

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