Fanfics Brasil - 4 Laços de Sangue

Fanfic: Laços de Sangue | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 4

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Nessa noite adormeci com um sorriso no rosto que ainda lá estava quando acordei na manhã seguinte, despertei com uma vontade enorme de dançar e cantar, como se fosse o melhor dia da minha vida, levantei-me da cama, coloquei os dois pés no chão e foi então que comecei a dançar em frente ao espelho e a cantar com uma escova de cabelo a servir de microfone.


Quando me dou conta não era a única pessoa a ser refletida no espelho, fiquei sem jeito e envergonhada enquanto metia o cabelo atrás da orelha, não sabia como reagir e não conseguia controlar o riso, Bóris aplaudiu-me enquanto se ria, pensei receber o meu beijo matinal e é que aparece a minha mãe pronta para saírem de casa! Passamos uma semana a fazer caricias discretas, a despertar em nós um desejo impensável, a tocar-nos mesmo quando era completamente desnecessário, a trocar palavras de carinho e beijos de amor quando ninguém estava por perto, passamos uma semana e com ela a Romaria da grande cidade de Aplanosa. Uma semana de festa, uma semana de diversão, uma semana de fogos-de-artifício, uma semana de distância entre nós, mas também a semana que nos definiu. Ia começar a ser chamada de namorada ou de prima, não podia ser as duas, ele não podia ter as duas, eu não podia ser a outra.


Era sexta-feira e eu como era habitual passei o meu dia na cidade a acompanhar a romaria, eu e Bóris passamos o dia a trocar fotografias nossas e do que estávamos a fazer. Pouco antes das vinte e três horas, aprece em minha casa acompanhado pelos pais que iam connosco ver o fogo-de-artifício junto à praia, pela primeira vez ele ia-nos acompanhar, mesmo passados dez anos me pergunto se ninguém achou estranho a sua súbita mudança e a vontade de ficar por casa nas noites de verão. Dividimo-nos pelos carros e por algum estranho esquema fomos juntos, quando lá chegamos Bóris surpreende-me com uma ideia de me cobrir com a toalha de praia porque estava frio, e como todas as suas falas escondiam algum propósito eu concordei a história e fingi ter frio, apesar de estarmos morrendo de calor, também ele se cobriu com ela tendo então de ficar abraçado a mim, com as nossas mãos entrelaçados por entre as linhas de pano que nos cobria, foi um lindo serão, apesar de não me recordar de um único foguete.


Mas chegou ao fim mais uma noite, eu fui para minha casa e ele como todos os dias ia para sua casa ou acabava por sair e divertir-se com o irmão e com primos, mas mesmo quando isso acontecia eu não ficava nem um pouco preocupada porque na manha seguinte assim que acordava tinha sempre mil mensagens como se tivesse estado do meu lado toda a noite. E a manhã de sábado não foi diferente, acordei e lá estavam as minha mensagens à espera de serem lidas, foi uma manha atribulada, nessa mesma tarde tinha de estar na cidade bem cedo para participar no cortejo alegórico que me haviam pedido, pensei passar o dia sem o ver, nem mesmo o cruzar porque nunca ia ver nem se interessava por essas tradições. Foi então que me aprontei, vestida tipicamente Aplanosa lá estava eu e mais umas amigas que me acompanhavam no jardim da cidade à espera que se desse inicio ao desfile, quando recebo uma mensagem a perguntar onde estava respondo com o exato local, na minha ingenuidade de que ele estava bem longe, marca presença juntamente com os seus companheiros, quando vi fiquei tão envergonhada como feliz. Com o seu botão das calças de ganga por apertar e a camisa desabotoada, eu espreitei e usufrui dos seus músculos que adorava, mas foi um momento em que não consegui suportar o meu ciúme e cheguei à conclusão de que se eu usufruía também as outras o faziam, foi então que sem pensar, abri a boca para dizer:


-Sabes que pagas multa por andar com a camisa desapertada, não podes andar com o corpo à mostra! – De alguma maneira ele percebeu que eu estava a mentir e a única multa que iria apanhar era da minha parte, sem piscar os olhos nem pensar duas vezes, desmonta-se no riso e aperta os botões até ao topo.


-Assim está melhor? – Pergunta-me com ar feliz pela cena que havia presenciado da minha parte.


-Bem melhor, ninguém precisa de ver essas misérias. – A tentar ser superior e não deixar transparecer os meus sentimentos de preocupação e desaprovação aos olhares das mulheres sobre ele, já me bastava ter de o partilhar com uma, tentava guardar ao máximo o que conseguia.


O cortejo ia começar e eles iam-se embora, se não fosse por Bóris nem lá tinham ido, provavelmente já todos sabiam o que se estava a passar entre os dois, sobretudo Sal que me tratava de forma diferente. Despedimo-nos com um abraço bem forte e uns beijos sentidos aos quais estávamos habituados em público, e que para nós era suficiente, contando que podíamos estar juntos era tudo que importava.


Fui então cumprir o meu papel muito mais feliz e confiante, como se nada do que os espetadores pensassem importasse para mim, o único juiz aos meus olhos tinha aprovado, eu estava então confiante. Nessa semana só tivemos juntos quando escapávamos por entre os muros e roubávamos uns beijos, na noite de fogo-de-artifício que ele não esteve comigo senti-me vazia, abandonada, senti-me traída mesmo se era eu que estava a trair, comigo do lado sul do rio e com ele e Carla do lado norte, enquanto via aqueles foguetes serem lançados ao ar foi como se o meu corpo tivesse gelado e não conseguisse sentir emoções nenhumas, no telemóvel recebo uma mensagem que dizia: Esses corações são para ti.


Mensagem à qual eu não respondi e com intenção de não lhe dizer nada o resto da noite, uma vez em casa aparece ele com o seu ar preocupado e triste, eu nem tentei disfarçar o que sentia e fingi que ele nem havia vindo, fui-me deitar como estava previsto e agi como se não estivesse lá ninguém, ele fingiu ter ido buscar os pais por não ter chaves de casa, custou-me virar as costas e deitar-me naquela noite mas custava-me ainda mais ter de olhar para a sua cara depois do dia que tínhamos tido separados, sabendo que ele não o passou sozinho.


Não descansou os dedos das mensagens enquanto eu não respondi, foi então que meti tudo em pratos limpos e lhe disse que já não aguentava ser a outra, já não suportava mais ter de ouvir a minha mãe, a avó dele, a mãe dele, a minha tia, os nossos primos a falar da relação que ele tinha com a Carla, da forma como ele a tratava, que ela não merecia, estava cansada de ser a má da história e de sofrer como se fosse a boa. Era simples ele só tinha de escolher, bastava descobrir quem amava, a rapariga da relação simples e conhecida, ou a rapariga da relação complicada e secreta. Eu só tinha de aceitar mas qualquer decisão era melhor do que esta dupla vida, este jogo tinha perdido a graça, a adrenalina já não bastava para me preencher o coração. Pediu-me desculpa pela milésima vez e assegurou-me que ia dar um jeito e resolver tudo. Sem me dar uma resposta concreta fiquei sem saber mais uma vez em que ficávamos. Acabei por adormecer e a conversa não se desenvolveu mais.


Pensei que teria de esperar dias para que tudo se resolvesse mas parece que a Carla se antecipou e com uma simples mensagem que dizia que para ele a ir levar e buscar ao trabalho, sem trocarem palavras ou carinhos, o autocarro ou um táxi fazia exatamente a mesma coisa, eu li essa mensagem e fiquei ligeiramente aliviada porque soube que nada se passava entre eles. Sem ter muita escolha ele disse-lhe que já não a amava e foi então que tudo acabou, quando soube fiquei feliz como se o meu coração fosse explodir, no fim de contas ele amava-me mesmo a mim e não a ela, preferiu os problemas e os segredos a uma relação aberta e repleta de sexo, apaixonou-se e acabou por amar a inocente e virgem prima, Joaninha. Escolheu ficar comigo independentemente de todas as dificuldades e tudo que implicava, foi nesse momento que me apercebi de que a nossa relação havia ficado séria, não passava apenas de uma aventura de verão, mas sim de uma relação séria que havia de durar. 



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Autor(a): rainhadossonhos

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