Fanfics Brasil - 7 Laços de Sangue

Fanfic: Laços de Sangue | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 7

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As minhas aulas começaram e todos os dias o tinha à minha espera no parque de estacionamento, passávamos 20/30 minutos juntos, e era como se ninguém nos conhecesse, as preocupações de sermos descobertos desapareciam juntamente com todos os outros problemas que tivéssemos.


Chegou a hora e saí correndo para abraça-lo, apertou-me com força e eram esses abraços que me faziam ganhar o dia, quando se separa de mim deparo-me com uma rosa cor-de-rosa que dizia demonstrar o meu amor por ele ainda a florir, na semana seguinte e nas que se seguiram todas as quintas feiras levava para casa comigo uma rosa vermelha, sinal de que o nosso amor estava mais forte do que nunca.


Os dias iam passando e o conto de fadas chegando ao fim, quanto mais tempo estávamos juntos mais perto de sermos descobertos ficamos, e eu não conseguia aguentar o stress e a pressão que a minha mãe me fazia por passar muito tempo com o meu primo. Ele começou a trabalhar e era difícil para mim encontrar um pretexto para me encontrar com ele ao fim da tarde, foi então que decidi pôr um ponto final na nossa relação, por medo, inocência ou influência, assim que ele me disse que ia regressar a frança eu soube que cometi o maior erro da minha vida, tentei remediar-me mas os danos já estavam causados e apesar de termos ficado bem ele partiu na mesma, embora não o culpe e aceite a sua decisão a verdade é que fiquei sozinha com os conselhos da minha mãe.


Passamos um mês separados a ter um romance épico, trocamos cartas e falamos sempre que podíamos, as minhas eram recebidas na casa da Benedita o que provocou a grande confusão do dia vinte e dois de Novembro de dois mil e nove. Era para ser um dos melhores dias da minha existência, mas o karma estava a ser mais rápido que eu e a caminho de casa cruzamos com a mãe da Benedita que a avisa que recebera mais uma carta do filho do Manuel, já estava a desconfiar e ia acabar em confusão, levamos cinco minutos preocupadas com a mãe da minha amiga até que chegamos a minha casa e a minha mãe nos recebe aos gritos. Tinha acabado de receber um presente da mãe de Bóris, que apesar de ser ela o remetente ambas sabíamos quem realmente a tinha enviado, dentro do envelope tinha uma pulseira que nunca pude usar, uma pulseira que nunca mais voltei a ver mas que nunca esqueci. Nesse dia a minha mãe ficou a saber o que se passava não que eu tivesse confirmado mas eu não neguei, simplesmente só conseguia chorar, e não tinha ninguém do meu lado para me dar força, apenas duas pessoas que ficaram tanto ou mais assustadas do que eu. Fiz o que consegui para passar um aniversário mais normal possível.


Com a mão trémula e as lágrimas a correrem-me pelo rosto desiludido e triste, escrevi a minha última carta onde dizia que não podia continuar a fazer isto. Juntamente com aquele envelope foi um pedaço do meu coração e tudo que ficou foi rancor e desilusão. Fui capaz de abdicar da minha felicidade pela minha mãe, mas ela não era capaz de abdicar das suas teimosias por mim, que tipo de amor passou a haver entre nós? Uma mãe que faz jogo psicológico com a filha que por sinal é muito sentimentalista, e uma filha que culpa a mãe pela sua infelicidade.


Mês dos namorados, os meus avós celebravam 50 anos de casados no dia de são Valentim, era o dia deles nada podia correr mal, dia dos namorados senti falta do meu, não resisti e enviei-lhe um mensagem a desejar um feliz dia, foram meses sem nos falarmos nem fazia ideia se ele tinha alguém na sua vida, mesmo se tinha a resposta foi positiva e trocámos mais algumas palavras que me fizeram borboletas na barriga mas a fantasia acabou assim que acordei no dia seguinte. O Verão chegou mas ele não veio, a relação com a minha mãe não melhorou por tanto. Os meses foram passando e eu não aceitava nenhuma investida romântica, e quanto a minha mãe mais amasse mais eu odiava, parecia que o meu coração se tinha fechado de vez.


Verão de dois mil e onze, finalmente ia poder voltar a vê-lo, estava de volta e era como se os dias não passassem, tinham-se passo dois anos e o mais normal seria que ambos tivéssemos refeito a nossa vida, a verdade é que pelo menos um de nós conseguiu. Passei a primeira semana nervosa com ânsia de o rever, a primeira festa chegou e uma das minha amigas do secundário surge com um amigo para me apresentar, o nome dele era Mário, tinha cabelos escuros, olhos castanhos e pêlos na cara, assim que olhei para ele vi a semelhança e fiquei intrigada, mas não consegui pensar nele mais do um amigo ou conhecido. Passamos a semana próximos, ele enviava mensagens e saía connosco até à praia ou à cidade, gostava da atenção e cuidado dele mas estava centrada na semana seguinte.


                Assim que as festas chegaram o meu coração não parava de palpitar e a minha barriga de florear, mas quando eu o avisto ao longe acompanhado por uma rapariga que aparentava fazê-lo feliz foi como se o meu chão desabasse, por outro lado Mário apareceu a tentar ganhar o meu coração e eu deixei. Bóris fingiu que não me conhecia, provavelmente fingir que eramos estranhos foi o que me custou mais, num momento estava a falar ao balcão e noutro estava a embater nele, numa fração de segundos nos desculpámos até que nos olhámos e nos apercebemos de que éramos nós e muito rápido virámos costas e continuamos cada um com o seu caminho para lados opostos, foi um momento e um sentimento que eu pensei só existir na televisão quando ensaiado várias vezes, e tinha acontecido comigo. Uma mistura de sentimentos à flor da pele, nos braços da Benedita não consegui conter as lágrimas, senti o meu coração a partir-se, como se se tivesse criado um buraco, e foi nessa abertura que Mário surgiu. Fez-me rir o resto da noite, ignorando o facto de ter estragado tudo.


                Uma noite nessa mesma semana a minha mãe teve a infeliz ideia de os convidar a jantar em nossa casa, não tinha por onde escapar nem onde me esconder, foi a primeira vez que nos cumprimentamos, estávamos na sala quando com o seu braço à volta da minha cinta me amarra as costas com força e me dá dois beijos na face, como se ninguém mais ali estivesse, os beijos pareciam não ter fim, talvez tivesse sido apenas imaginação mas senti uma vontade mútua de desaparecer no meio daquele cumprimento. Aguentei o jantar com força, sempre com postura nem abri a boca, acabando retirei-me para o meu quarto, não conseguia fingir mais aquela felicidade. Era como se cada vez que ele ou ela abrissem a boca arrancassem mais um pedaço de mim. Nunca mais os vi depois daquela noite.


                O verão acabou e estava cada vez mais próxima de Mário, vi nele um futuro, deixei-me levar e apesar das suas parecenças físicas com Bóris consegui fazer a diferença. Uma noite em que ele não parava de me beijar o rosto eu decidi beijá-lo nos lábios, e foi então que tudo começou, apaixonei-me por ele, a relação começou e a minha mãe adorou conhecê-lo. Apesar da minha evidente indiferença Mário era um romântico, só íamos estar juntos ao fim de semana, comigo a estudar em Coimbra, decisão que tomei para me afastar da minha mãe e de tudo aquilo que me fazia lembrar do porquê de eu ter deixado escapar a minha felicidade. No inicio tive receio de começar o que quer que fosse como pretexto de só nos vermos duas vezes por semana, mas a minha mãe incentivou e foi o que me levou a aceitar, ter uma “cena séria” com ele, como ele lhe chamava, daí eu nunca o tratar por namorado, a verdade é que ele nunca me tinha pedido em namoro.


Tentei remediar com ele os erros que tinha cometido com Bóris, mas por muito que me esforça-se não conseguia amar de coração completamente aberto e ao que parece era bem transparente em relação a isso. 



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Autor(a): rainhadossonhos

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