Fanfic: Laços de Sangue 2 | Tema: Primeiro Amor

2015

Já não vejo o Boris há dois anos, e agora acabei com o meu namorado porque não consigo parar de ter sonhos com ele desde que soube que ele já não namora. Estou no bar dos escuteiros, como sempre todos os meses de Agosto, estou na caixa e vejo ele a aproximar-se com o resto da familia, os nosso melhores clientes. Cruzei-me com ele ontem à noite mas foi uma coisa rápida, até porque a minha mãe não permitiu mais, tive apenas tempo de o cumprimentar com dois beijos e como sempre sentir a mão dele apertar-me a coluna e os lábios a colarem-se no meu rosto.

Estou cheia de esperanças mas ele nem boa noite veio dizer, mandou o pai vir buscar todas as suas bebidas. Passei a noite distraída a acompanhar cada um dos seus movimentos.

Fui dormir revoltada e frustrada, e pior foi perceber que passado cinco anos ainda sou completamente apaixonada por aquele homem de vinte e oito anos, com desenhos a cobrir-lhe metade do corpo, um código de barras que esconde o meu nome, uns arranhões de tigre no ombro e outra no peito que sempre me deixaram fora de mim, aquele cabelo escuro a combinar na perfeiçao com aquela pele morena e corpo escultural. Mas este ano estou decidida, namorei durante mais de dois anos e não vou conseguir ter uma relação durável enquanto tiver assuntos pendentes entre nós.

Sábado é a melhor noite, e o Boris está com o meu primo André o que facilita muito os meus planos, embora tenha achado estranho o André me perguntar o que faço no fim da festa, tendo em conta que nunca saimos juntos eu respondi que estava a pensar ir pra cidade, o que me passou pela cabeça naquele momento não sei, porque nunca saimos e sábado é noite de dormir em casa da Benedita, foi então que o meu primo disse para nos juntarmos a eles e irmos todos juntos, por estranho que pareca a Benedita disse que sim, ela nunca gosta de sair mas acho que era a favor de Boriana. Telefonamos à Elisa para se vestir que iamos a Viana e bastou dizer que iamos com o Boris que ela alinhou logo. Fomos ter a Viana e confesso que foi preciso beber várias Caipirinhas da Benedita, que consistiam apenas em cachaça basicamente, e alguns finos para ter coragem de fazer o que tenho em mente.

Estámos todos num bar e o Boris saiu para fumar e sem hesitar junto-me a ele, encosto o meu ombro ao braço dele e começo a falar sobre os meu planos mas ele já os sabe todos, parece que a mãe o mantem informado da minha vida, estámos a chegar a um ponto mais intimo e o amigo aparece para acabar com o perfeito momento que podia ter sido. Viro costas e entro para me juntar ao resto do pessoal, e quando me dou conta eles também já estavam cá dentro, acho que o Boris também quer estar comigo.

Tentamos ir a outro lugar mas foi nos recusada a entrada por estar muito cheio, ficamos à porta de outro porque um deles está mal vestido, mas também eram cinco da manhã, já ninguém quer ir a lado nenhum, queremos apenas que a noite dure para estarmos juntos. Começamos a caminhar em direção ao carro pelo jardim e apercebo-me que Boris está sozinho e está tudo distraído então aproximo-me e junto a minha mão à dele, e para meu reconforto ele não a afasta mas amarra-a com mais força. Caminhamos assim alguns metros até que ele me envolve no seu braço e aperta como se não me quisesse largar. Pelo menos é o que eu penso no momento. Estamos no carro da Benedita em frente ao prédio do Boris e elas fingem que têm de urinar, o que nos deixa alguns minutos a sós, está a ser um momento constrangedor porque não sei o que dizer, enquanto estavamos a vir pra cá disse-me que tem namorada mas não sente falta dela somente da filha bebé que já lhe chama pai, não sei o que fazer nem o que pensar, não posso acabar com mais uma relação dele sem ter certeza que consigo enfrentar a minha mãe.

- Então..

- Então.. - revalizo eu.

- É fodido.

- É, mas tens namorada por isso.

- Não me és indiferente Joana, e espero que também não o seja.

- Achas que elas estão a fazer xixi.

- Tinhas o Mario.

- Tu é que apareceste com namorada dois anos depois, esse tempo todo sem dizer nada. Elas vêm aí.

Os nossos olhares estão fixados e só consigo pensar o quanto quero beijá-lo mas não o posso voltar a fazer, não enquanto ele tem uma namorada. Então ele dá-me um beijo bem forte no rosto e sai do carro.