Fanfics Brasil - 7 Laços de Sangue 2

Fanfic: Laços de Sangue 2 | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 7

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2022


Falta pouco para as três da manhã e a única pessoa que está aqui é ele. Fecho as portas e digo-lhe para vir comigo para o escritório. Ele entra e fecho a porta, o que não é necessário tendo em conta que estamos sozinhos, mas é o vicio e os nervos.


- Senta-te. - Digo eu enquanto me sento na minha cadeira com pelo menos a secretária a separarnos, creio que não aguento muito mais tempo a tensão sexual que está presente nesta sala. - O que é assim tão importante para vires de França falar comigo?


- Não me felicitaste pelo meu casamento!


- Não sou cínica!


- Verdade!


- Então...


- Então...


- Não me digas que viajaste kilómetros, ficaste horas à espera para que te felicitásse pelo casamento. Obrigada pelo convite no entanto.


- Não. De nada. O quê que achas?


- O que acho sobre?


- Eu casar.


Estas palavras ativaram em mim um mecanismo que não conseguia ficar sentada, levanto-me e fico nervosamente a caminhar de um lado para o outro tentando não parecer demasiado desconfortável.


- Tendo em conta que não vai ser comigo não tenho de achar nada.


Ele levanta-se e amarra-me com as duas mãos a apertar bem forte os meus braços, de forma que os meus olhos não conseguissem ver outra coisa que não fosse os seus.


- Joana. Pára! Não o voltes a fazer.


- Fazer o quê Boris? Tu é que vais casar? Tu é que tens a noiva e a filha. Eu continuo aqui, sozinha. Queres que pare de fazer o que já não estou a fazer?


Dificilmente consigo me livrar daquele contacto mas solto-me e por vontade própria continuo a olhá-lo nos olhos.


- Quero que vás ao casamento. Quero que pares de guardar para ti o que sentes. Quero que digas...


- Queres que diga o quê? Que te amo? Que se passaram doze anos e ainda me fazes tremer como no primeiro dia que nos beijámos? O que queres que te diga? Não contes comigo no teu casamento. Se algum dia me amaste como disseste que amavas então não podes realmente estar a espera que eu passe por isso.


- Desculpa. Eu só, acho que preciso de te ter lá para ter a certeza que consigo casar com ela sem pensar em ti.


- Vieste até tão longe para me dizer que já não pensas em mim? Podes sair, sai!


Furiosa, mais magoada do que furiosa na verdade, aponto na direção da porta mas a imagem de o ver a sair parte-me o coração e não consigo conter as lágrimas que caem pelo meu rosto.


- Vim até aqui porque não consigo casar com ela enquanto penso em ti. Vim até aqui porque se lá estiveres e ainda assim eu me casar é porque nenhum dos dois tem o que é preciso para lutar por nós. Vim até aqui... Oh foda-se Joana.


E como se o tempo tivesse voltada para trás estavamos mais uma vez envoltos nos braços um do outro perdidos num beijo que com doze anos de intervalo parece que nunca parou de existir.


2009


Primeiro fim de semana de Agosto, primeiras festas de Darque, primeiro bar de escuteiros, a festa este ano não tinha animação então os escuteiros fizeram uma noite karaoke na sexta feira. Para nosso grande espanto os clientes iam aderindo. Saio da sala de pioneiros onde estava com Benedita e dois outros colegas a jogar às cartas quando me deparo com a minha mãe, alguns primos e Boris inclusive sentados a uma das nossas mesas. 


 -Já não jogamos mais hoje suponho! – Benedita dá-me um encontrão e ri-se evitando disfarçar, não tentei nem fingir que não me importava, ri-me com ela e de braço dado fomos nos aproximando da mesa onde comecei a cumprimentar os familiares. 


 O resto da noite decorreu normalmente com os meus amigos, cantámos e dançamos mas também me ia sentido observada, cada gesto e cada movimento que eu fizesse era como se um olhar caloroso que aquecesse a alma, passei a noite grudada no olhar intenso que o meu primo que deitava, nem precisamos interagir para nos sentirmos próximos. 


 De repente levanta-se e começa a caminhar na minha direção, o meu corpo friza e com um levantar de olhos fixo-me no seu rosto. 


 -A tua mãe vai embora, queres que espere por ti?


 -Não Boris, eu vou dormir aqui com a Benedita, obrigada. 


 -E esses rapazes todos? – A expressão de medo refletida no rosto e olhar aflito desfez-me em gargalhadas. 


 -Não! Estes rapazes todos não! Amanhã levas-me!


 -Cuidado, até amanhã Joaninha. – Que beijo bom, aquela mão suave a tocar-me no rosto com os seus lábios quentes na minha testa.


 -Xau Boris, vai dormir. – Não conseguia disfarçar a minha diversão de tal momento. 


 “Só estás com a Benedita?”


Este rapaz não existe, ainda agora saiu daqui e já manda mensagem, nem aguento de tanta felicidade, ele está mesmo com ciúmes de rapazes de 15 anos e nada podia ser melhor para o meu ego.


 “Sim, mas queres vir conferir?”


Não resisti em provocá-lo, era um jogo que eu gostava, eu queria ser seduzida por aquele homem e precisava que ele me deseja-se.


 “Não me tentes Joaninha, mas a Benedita tem juízo eu acredito :P”


 “A Benedita? Não sou eu?” –O Boris mandar um smile não era habitual. 


 “Ai Joaninha Joaninha, tu não fazes ideia do que provocas nos homens. Bisous bisous.”


 “Mais do que a Carla?” –Não me consegui conter e ele tinha de saber que eu não e me esquecia da namorada dele. 


 “Tu não tens noção do que me estás a fazer sentir pois não? Eu já nem nas suas folgas estou com ela! Acabei de passar a noite a ver um karaoke foleiro na companhia de velhos.” –Oh desta não estava eu à espera, a verdade é que não deve ter sido uma noite muito agradável não. 


 “Oh Boris eu não faço nada, tu és meu primo e desculpa, até amanhã.”


Eu não sabia o que dizer, por um lado queria que ele me fosse buscar naquele preciso momento, por outro lado havia o medo da minha mãe e a namorada. Mas a verdade é que eu nunca fiz nada para o seduzir.


É sábado, já estamos na sede, não estamos a trabalhar porque preferimos passar o tempo a divertirmo-nos a jogar à sueca, e o Boris não está cá, hoje é dia de folga da namorada e ele esqueceu-se que disse que me levava a casa, está ocupado com coisas melhores. Está tarde já estão a arrumar é melhor sairmos e fazermos qualquer coisa, dito isto começamos a arrumar a esplanada mas eu não tive tempo de arrumar muita coisa porque lá estava ele, no portão, no fim da festa como combinado, e quando olho para ele não consigo esconder o grande sorriso e a felicidade que estou a sentir por ele ter vindo.


- Benedita vamos embora!


Ela só olha para nós e percebe que não pode fazer nada para me convencer a ficar mais tempo sem ele então sem ripostar começa a andar em direção à saída. Eu sigo-a e embora o caminho até a casa dos avós dela seja curto parece uma eternidade, eu e o Boris estamos fechado na nossa bolha a conversar sobre tudo e nada, e a Benedita e o Sal, o irmão do Boris, já nem se vêm ao perto. Mas como tudo que é bom tem um fim também esta viagem, chegamos, a Benedita está na soleira da porta a fingir que não olha pelo canto do olhos, e o Sal está lá à frente na rua já à espera.


- Vieste.


- Estava combinado.


- Sim, mas a Carla está de folga.


- Cala-te nem tive com ela hoje.


Dificilmente contive o meu sorriso.


- Não estiveste?


- Não estaria aqui senão.


- Obrigada então.


- Por não estar com ela ou por estar contigo?


- Por nos teres acompanhado.


- Pára com isso! Fazes sempre isso, fugir da conversa, não falar o que sentes. Nunca mais andas sozinha, pelo menos à noite.


- Não és meu guarda costas. Boa noite.


- Pronto vamos lá outra vez. Boa noite Joana.


Dou-lhe um beijo no bochecha e aceno ao Sal que quase já nem se vê, viro costas e entro em casa.


Passaram três dias desde aquela noite na festa e acho que foram umas conversas intensas, uma forma de seduzir estranha, mas se ele estava a tentar fazê-lo conseguiu porque não consigo ficar um dia sem pensar naqueles lábios e naqueles braços a amarrarem-me com força. E hoje vai ser mais um dia sem o ver, vou para o rio com os pais dele e vai tar lá toda a gente portanto mesmo que ele lá esteja é como se não estivesse. Finalmente chegou a minha prima, abro a porta e não se parece nada com a mãe dele mas sim com ele.


- Boris o que estás aqui a fazer?


- Disse à minha mãe que te levava ao ir buscar a Carla.


- Hummm ok mas devias aproveitar para ir sozinho com ela, aproveitar o tempo que têm.


- Pois mas a Carla não vai.


- Mas acabaste de dizer...


- Foi o que disse à minha mãe, não lhe ia dizer que queria passar tempo contigo sozinhos.


- Eu já estou pronta só vou buscar o saco.


Este rapaz tem o dom de se meter muito à vontade fechou a porta e instalou-se no sofá como se fossemos demorar imenso tempo.


- Vamos embora!


Levantou-se com uma rapidez que nem tive reação mas quando dou por mim estou a ser alvo de cócegas impiedosas, caídos sobre o sofá com ele sobre o meu corpo, parei de rir e foi como se os nossos olhares não descolassem um do outro, sinto um arrepio na pele e uma vontade de nunca mais me separar dele, é então que sem pensar fecho os olhos e os nossos lábios se tocam, é um beijo de longos segundos, é inesperado, impensável e o melhor que acabei de fazer. 



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Autor(a): rainhadossonhos

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