Fanfics Brasil - 8 Laços de Sangue 2

Fanfic: Laços de Sangue 2 | Tema: Primeiro Amor


Capítulo: 8

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2022


Afasto-me e ainda em lágrimas peço-lhe que pare.


- Vai embora, por favor.


- Não me peças isso!


- Pediste-a em casamento é porque sentes alguma coisa, eu sou apenas uma ilusão.


- E eu sou o quê?


- Foste o primeiro.


- Uau Joana, se querias conseguiste.


Nem consigo responder, ele vai embora, mas não podemos voltar a fazer o mesmo que há doze anos, e neste momento por breves instantes tenho extamente as mesmas preocupações que tive da primeira vez.


Será que um beijo nos pode mudar para sempre? Será que um olhar nos pode mudar? Será que um laço familiar se pode mudar? Doze anos depois aqui estou eu e posso dizer que aquele beijo me mudou para sempre, aquele sentimento é o tipo de sentimento que só aparece uma vez na vida, quando falam em amor verdadeiro ou almas gémeas, parece que conheci a minha desde sempre, mas optei por não corromper os ideais dos que me rodeavam e partilhavam a minha vida, então passado doze anos aqui estou com os mesmos sentimentos, a mesma paixão, o mesmo tremor de pernas. Sempre pensei como seria a minha vida se não o tivesse deixado em 2009, e tive a breve hipótese de saber e deixei fugir.


Só consigo pensar o quanto estou a ser burra ou cuidadosa, mas se isto é a decisão certa porquê que dói tanto, porque me faz chorar, não vou ficar sem saber, saio a correr e felizmente ele ainda estava do lado de fora da galeria a decidir o que haveria de fazer.


- Não quero que vás!


- Disseste-me isso há doze anos atrás, na mesma noite em que acabaste comigo porque não aguentavas mais mentir à tua mãe! Vai ser sempre assim Joana, vais-me mandar embora e quando vou vais-me pedir para voltar.


- Quero que passes a noite comigo só isso, depois amanhã voltas para a tua vida e até vou ao teu casamento se isso te ajudar.


Ele está parado a olhar para mim com o seu olhar semi cerrado e eu sei dentro de mim que ele vai ficar, eu conheco aquele olhar, já o vi, e a primeira vez que o vi foi em Agosto de 2009. Estamos de volta ao meu escritório e entre beijos começo a ter um déjà vue.


Doze anos atrás


- Tens a certeza?


Presente


- É isto que queres?


Engraçado como com tantos anos de diferença a minha resposta continua a ser muda, continuo a beijá-lo e apesar de faltarem as velas desta vez compensamos com a experiência, entreguei-me a este homem pela primeira vez e continuo a sentir que foi a pessoa certa no momento certo. Tal como contavam todas as histórias desde pequena. Tinha de ser especial, e foi e continua a ser, porque não é sexo, há mais do que atração, há um profundo sentimento que estamos a transmitir através dos nossos corpos.


Estamos deitados no sofá mantenho a minha cabeça pousada no peito dele exatamente como estavamos da primeira vez.


Doze anos atrás


- T`est belle!


Presente


- És tão perfeita!


- Porquê que tens de casar? Porquê que não me beijaste há sete anos quando estivemos no carro da Benedita? Porquê que tiveste de ir logo para França quando tive um momento de medo e precisava mais de ti do que nunca?


- Achas que também não tinha medo? Tinha medo que me deixasses, nunca me deixaram. Tinhas tanto medo da tua mãe, e eu vi o que a tua cunhada passou. Ia ser dificil, tu ias-me deixar, já sabia mas mesmo assim tentei.


- Falamos por cartas, achaste mesmo que eu ia aguentar a pressão de estar aqui sozinha com a fera?


- Erramos, os dois.


- Eu sei, mas sempre esperei que voltasses.


Adormecemos o pouco tempo que tinhamos para dormir, o avião dele era as dez da manhã portanto pouco descansou.


Estamos no aeroporto e é o tipico cliché dos romances que leio, mas são os meus clichés preferidos, só que neste ele não ficava.


- Vais casar em Viana?


- Não, ela tem tudo lá.


- Então vieste cá para ter a certeza que eu vou lá não é?


- Sabia que ir lá era mais fácil de recusares.


- Eu vou! Eu vou.


Odeio esta sensação que fica quando ele vira costas e vai embora, sinto sempre o mesmo. Tenho de avançar com a minha vida amorosa, não posso ficar amarrada a uma miragem. Viver um amor que só existe no passado da minha mente.


Estou de volta ao meu confortável apartamento e começo a pensar que é tempo de visitar a minha mãe, não só por ela mas pelo meu pai também. Meto-me no carro e conduzo até ao outro lado da ponte Eiffel e sinto os olhares curiosos das vizinhas quando estaciono o carro em frente à porta. Amanhã vou ser o assunto da região.


Entro e a minha mãe fica tão radiante quando me vê que não consigo ser indiferente a isso, é minha mãe, amo-a apesar de tudo que abdiquei com medo do que ela fosse pensar ou fazer.


- Queres um chá?


- Tens daquele da tia? Quero.


- Tenho sempre à tua espera.


- Obrigada.


Engraçado como com o passar dos anos de ausencia te começas a sentir inconfortavel na casa que uma vez foi tua.


- Mãe.


-Sim.


- Ias continuar a gostar de mim se me apaixona-se por alguém que para ti seria impensável?


- Claro filha, ja te vejo tão poucas vezes, não ia estragar as raras ocasiões só porque não gosto do teu namorado. Mas porquê, tens alguém?


- Não, não tenho, mas ás vezes penso como querias que eu me casasse e tivesse filhos. Penso se ias continuar a querer mesmo se não fosses a favor.


- Quando tens 20 anos só queremos o melhor para os nosso filhos.


- O que acham que é o melhor.


- É o que achamos e somos pais, somos capazes de tudo para defender aquilo em que acreditamos, mas já não és uma criança já sabes o que te faz feliz. E pelos vistos já nem precisas de mim.


E como eu temia a minha mãe tem um ataque de melancolia e começa a chorar e a dizer que tem saudades da menina dela. Abraço-a e quando dou por mim estamos num momento sentimental que não tinhamos há uns bons dois anos pelo menos.


- Não consigo fazer isto mãe. Desculpa mas tenho de ir embora.


- Fazer o quê Joana? Abraçar a tua mãe é demais para ti?


- O que é demais para mim mãe, é eu ter sempre posto a tua felicidade à frente da minha e no momento que eu mais precisava tu não deste valor a tudo que que fiz.



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Autor(a): rainhadossonhos

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