Fanfics Brasil - Um novo membro da família The Darkest day

Fanfic: The Darkest day | Tema: Nefilins


Capítulo: Um novo membro da família

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Acordei com o barulho do ondas batendo nas pedras do penhasco. Era o meu som favorito no mundo, mas logo deixaria de ser. Em apenas dois meses estarei partindo para fazer faculdade na Universidade de Boston, não muito distante do Maine, eu sei, mas eu já sentia saudades ao pensar nas coisas que perderei, como o café da manhã que minha mãe faz, as piadas tolas do meu pai, Lena, Regina e Josh, meus melhores amigos. Não é fácil ir embora, recomeçar pode ser uma coisa natural nessa vida inconstante, mudanças são essenciais e não devemos ter medos delas. Mas aqui, deitada em minha cama e ouvindo o barulho do mar agitado, eu penso no que me aguarda. Lembro que meus pais sempre estaram aqui para o que eu precisar.


Levantei-me da cama e tropecei num sapato, caindo de joelhos no chão. A dor latejante me consumiu por um tempo, mas foi o suficiente para que eu conseguisse acordar. Era o sapato que eu usara do baile, três dias antes. Ah, o baile... Foi incrivelmente realizador, meu primeiro e último baile de escola. Não fui a rainha, e eu nem esperaria por isso, eu era a quarta mais popular, perdendo apenas para o trio de elite das gêmeas cruéis e sua fiel escudeira.


Senti o cheiro de lavandas no ar, e sabia que minha mãe começara sua limpeza diária, embora tivéssemos duas empregadas: uma para cozinhar e outra para limpar, ela não conseguia ficar sem nada para fazer.


-O seu café está na mesa, amor. - disse ela, sempre gentil e amorosa. - Seu pai e eu queremos ter uma conversa.


-Aconteceu alguma coisa? - perguntei.


-Não "uma coisa", e sim "alguém".


-Não estou entendendo.


-Apenas venha.


Ela me acompanhou até a nossa cozinha, com o sol da manhã se levantando do mar. Estava frio, embora minha mãe não vestisse nada além de uma camiseta e calça jeans, enquanto meu pai, que parecia radiante, estava sentado na mesa com uns dois casacos e meias, tomava capuccino expresso.


-Eu estou grávida. - disse ela, sua voz fina demonstrava alegria contida, e olhando para o meu pai continuou - Estamos, na verdade.


Eu não conseguia entender direito minhas emoções. Eu ia ganhar um irmão? Eles iam simplesmente me substituir? Estavam esperando que eu saísse de casa primeiro?


-Ah não... - foi o que consegui dizer - Já? Mas nem esperaram eu sair de casa.


Os olhos de minha mãe pareceram murchar, e eu me arrependi no mesmo instante. Queria dizer a ela que não foi o que eu quis dizer, que eu estava feliz(mais ou menos) e que seria maravilhoso ter um irmão. Mas não falei nada.


E como eles não falaram nada, apenas peguei meu café da manhã e subi para o meu quarto.


(...)


O resto do dia foi estranho. A notícia me pegou de surpresa, e uma ou duas visitas apareceram, uma amiga da minha mãe e minha tia Hillary, irmã do meu pai. Ela ficou horas e horas lá embaixo numa conversa nada animadora sobre cuidar de crianças, pois tinha experiencia nisso, já que tinha seis filhos. Eu fiquei no quarto, não queria participar de nenhuma conversa sobre crianças, seria o pesadelo. 


Fui até minha escrivaninha e liguei o computador para ver se tinha alguém online no facebook. Porém assim que cliquei no navegador ele apagou geral e não ligou mais. Fiquei desesperada e o joguei no chão. Depois percebi a gravidade que havia feito, meus pais pensariam que aquilo fora um ato de rebeldia. Mas antes que eu conseguisse pensar no meu castigo, ele ligou sozinho.


Cheguei mais perto e o apanhei do chão, a não ser por uma rachadura na lateral, estava intacto. A tela ficou completamente verde e três palavrinhas apareceram: "Estou te vendo".


Olhei nervosa para as janelas em meu quarto, fechando uma por uma. Assustada, com o coração quase saindo pela boca, fechei a última e maior, que dava vista para o bosque do lado da casa. Meu quarto ficou escuro e o telefone começou a tocar.


Ainda aterrorizada corri para atender, mas era número privado. Com medo de quem quer que fosse, fiz a mesma coisa com o computador, só que dessa vez o joguei pela janela. Amanhã compraria um novo.


Precisa saber quem era o pisicopata que estava me ameaçando. E o que ele queria.



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Autor(a): escritoraapaixonada

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