Fanfic: Separadas pelo casamento | Tema: Portiñon

P.O.V.  Anahi

- Que merda é essa aqui? – Gritei fazendo com que Dulce acordasse completamente atordoada.

Ela sentou na cama e me encarou um tanto quanto assustada e confusa. Peguei todas aquelas fotos que com muito custo eu havia conseguido tirar de circulação e joguei na cara dela. Dulce pareceu não entender bulhufas, cerrando os olhos por conta da claridade, ela estava confusa. Eu estava quase espumando de raiva. Que porra ela acha que está fazendo?

- Por que você está gritando? – Ela perguntou esfregando os olhos com a voz rouca e sonolenta.

- Por causa da prostituta que passou a noite com você! – Respondi gritando na cara dela.

Dulce pareceu finalmente ter acordado e me encarou com os olhos castanhos arregalados. Rolou-os pelo quarto completamente aflita e eu bufei de raiva. Não tinha mais ninguém no quarto com ela, não mais.

O problema começou quando eu por acaso vi uma noticia num site de fofoca dizendo que Dulce Maria Saviñon havia sido vista com uma garota misteriosa em Nova York. Óbvio que eu cliquei pra ler a matéria toda e pra minha sorte o site só havia sido atualizado apenas dois minutos antes. Assim que vi a foto de Dulce com uma garrafa de cerveja na mão e o rosto apoiado no ombro de uma prostituta que apertava sua bunda, liguei pra assessoria dela e mandei  eles comprarem as fotos, tirar a matéria do ar e sumir com qualquer resquício daquela noticia para que não repercutisse. A matéria saiu do ar em menos de três minutos depois, mas eu já tinha salvo todas as fotos e as imprimido em casa para confrontar e jogar tudo na cara de Dulce.

Em que merda ela estava pensando? Sair com uma mulher dessas antes de casar? Sério? Pelo amor de Deus ela só podia ter perdido a cabeça, os miolos, o cérebro. Vim direto pro Four Seasons e ainda dei de cara com a tal mulher saindo do quarto dela com uma sorrisinho vulgar e satisfeito. Eu quis encher a cara daquela garota de porrada.

- Ela já foi embora? – Dulce perguntou meio atordoada.

- Estava saindo do seu quarto quando eu cheguei.  – Ela pegou uma das fotos, encarando por alguns segundos e fechou os olhos com força suspirando.

- Eu achei que ninguém ia ver.

- Ah sim, estava certíssima, claro que não iam te ver,  você é a droga da Dulce Maria. – Voltei voltando a gritar.

- Para de gritar, aconteceu e acabou.

- No que você estava pensando Dulce? – Cruzei os braços negando com a cabeça. – Você vai casar em menos de três meses.

- Você não entende! – Ela abriu os olhos e me encarou.

- Realmente eu não entendo. – Disse com um certo deboche. – Sabe quanto a sua assessoria pagou por essas fotos?  Quinze mil por cada uma uma e mais vinte mil pra tirar a droga da matéria do ar. Você já pensou se a Maite vê isso? - Ela suspirou alto e abaixou os olhos. Ela parecia bem arrependida. Por que ela tinha que ser tão criança as vezes? Por que não podia levar as coisas a sério? Ela só tinha que se comportar até o casamento, só isso.

- Não fizemos nada. - Ela suspirou esfregando a testa. - Eu estava bêbada e acabei pegando no sono antes dela terminar de tirar meu short.

Não pude deixar de rir. Aquilo parecia ser tão a cara dela, contratar uma prostituta e não usar de ser serviços. A garota deve ter aproveitado a noite como uma rainha na suíte presidencial enquanto Dulce dormia.

- Você... não está brava? - Ela perguntou com os olhos cerrados ao me ver rir.

- Estou e muito. - Respondi séria. - Você quase estragou tudo, mas como eu achei a situação ridícula e engraçada eu vou te perdoar. Afinal sua noiva não sou eu e não chegou a ser um chifre. - Ela abriu um sorriso fraco e assentiu em agradecimento. Eu me sentei ao seu lado na cama e a encarei. Temos que achar a razão principal do problema para podermos eliminá-lo por completo. - Você disse que eu não entendia, então faça o favor de me explicar. - Dulce suspirou e me olhou agora meio triste.

- Eu e Maite não dormimos juntas há seis meses. - Ela soltou num fôlego e eu arregalei os olhos. 

- Puta merda... - sussurrei meio perplexa.

- Pois é, eu sei.

- Mas por que não? O que está havendo? - Perguntei porque aquilo não era nada normal. Elas são jovens e vão se casar o normal seria estarem fazendo o tempo inteiro por todos os cantos. Não transar por seis meses no caso delas, é quase uma aberração.

- Decidimos que Maite faria uma inseminação assim que casássemos, então estamos procurando uma clínica que iniciou os procedimentos, mas ela precisa ficar num período de oito meses sem ter nenhum tipo de relação sexual para poder ser fecundada. Eu... eu só queria tirar o atraso. Eu nunca fui infiel, ia ser só sexo, não ia significar nada. - Bufei e neguei com a cabeça.

- Você é uma idiota. - Eu disse séria com os olhos cerrados e ela pareceu meio chocada.