Fanfic: Separadas pelo casamento | Tema: Portiñon

Coloquei minhas roupas o mais rápido que consegui e Dulce voltou pro meu quarto, de calcinha e sutiã segurando suas roupas. Olhei pra ela e depois pro corredor, pensando em quanto tempo tínhamos. Agora eu só rezava para que Maite não quisesse entrar na minha casa.

- O que eu faço? - Dulce perguntou apreensiva e com os olhos arregalados. 

- Vai pro banheiro! - Apontei pra porta aberta no meu quarto.

A campainha tocou e eu arregalei os olhos. Dulce chutou o salto pra dentro do banheiro e correu na mesma direção, carregando as roupas com ela. Assim que ela fechou a porta eu saí correndo pelo corredor para atender Maite. Assim que abri ela me encarou com o celular no ouvido e eu olhei pro meu em minha mão reparando que ele tocava. Sorri tentando não levantar suspeitas mas não deu certo.

- Olá. - Disse mantendo o sorriso.

- Oi, você demorou. - Ela disse sem emoção alguma entrando em minha casa sem nem perguntar se podia.

- Desculpa, é que eu estava no banheiro. - Disse batendo a porta atrás dela. - Mas me diz, o que é que você tem pra me mostrar?

Maite acabou sorrindo e eu sorri de volta achando aquela situação a mais estranha que eu já havia vivido. Ela se sentou no meu sofá e tirou uma pasta de dentro da bolsa pegando uma foto e me mostrando um vestido de noiva com uma cauda enorme e mangas cumpridas.

- O que você achou?

- É muito lindo Maite.

Eu nunca me casaria com um vestido daqueles mas ele era realmente muito bonito. Maite sorriu pra mim e olhou pra foto com ternura. Ela mostrava mais afeição ao vestido do que a Dulce e aquilo me deixou chocada. Como ela iria se casar com uma pessoa que nem parecia querer? Será que era por dinheiro?

- Fico feliz em saber que aprova. - Ela disse guardando a foto. - Mas então, vamos? Temos que ir na floricultura escolher as flores. - Eu assenti e ela se levantou olhando em volta. Ela não tinha reparado no meu apartamento, assim como Dulce. Ela olhou pra mim e sorriu como se gostasse do que visse. - Esse apartamento é seu?

- É, comprei com o meu dinheiro. - Quis deixar aquilo bem claro e sorri de volta.

Nunca precisei de namorado rico pra me sustentar ou fazer minhas vontades. Desde que terminei o segundo grau trabalho na empresa da família. E é isso que quero continuar fazendo pelo resto da minha vida. Organizar casamentos é o trabalho perfeito pra mim, eu cresci nesse mundo.

- Que legal Anahi. - Maite disse sem emoção alguma. - Pode me dar um copo d`água? - Assenti e caminhei até a cozinha.

Ela não disse que tínhamos que ir pra floricultura?! Por que estava demorando agora? Será que ela estava desconfiada de alguma coisa? Será que ela estava achando que eu e Dulce... Não... não tinha como ela imaginar que eu e Dulce estávamos transando afinal aquilo era uma coisa inimaginável.

Coloquei água num copo e dei pra Maite. Ela bebeu quieta rolando os olhos por todo o meu apartamento. Quando acabou me entregou o copo.

- Posso usar o banheiro rapidinho? - Ela perguntou e eu gelei dos pés a cabeça, mas assenti com um falso sorriso.

Mostrei o caminho para o banheiro de hóspedes e ela entrou trancando a porta. Respirei fundo e fui até meu quarto para ver se Dulce ainda estava dentro do banheiro, logo depois voltei para sala e esperei Maite que não demorou muito.

- Acho que vou ligar pra Dulce, ela disse que queria me ajudar a escolher as flores.

- Não!

- O quê? - Ela me encarou confusa.

- É melhor ligar pra ela no caminho.

Eu não podia deixar que ela ligasse pra Dulce e escutasse seu celular tocar no meu banheiro. O que ela iria pensar? E o que ela iria fazer? Ela iria cancelar o casamento, terminar com ela e na pior das hipóteses... destruir minha carreira. Aquilo não podia acontecer de jeito nenhum, aquele casamento era o meu ganha pão, minha estrada pelo arco íris até o pote de ouro.

- Tá bom, vamos então. - Ela deu de ombros.

Peguei minha bolsa e saímos de casa. Obviamente tive que trancar a port. Só espero que Dulce perceba a chave reserva em cima da mesinha da sala de estar. Maite e eu entramos no elevador e ela ligou pra Dulce. 

- Não sei por que Dulce quer opinar nas flores se ela disse que não quer buquê. - Maite bufou.

- O casamento é dela também né... - Respondi no automático e ela me encarou de sobrancelhas arqueadas com o telefone no ouvido.

- Dulce? Oi meu amor. É que estamos indo pra floricultura... Onde é que você está?

Tremi só de pensar na resposta que Dulce podia dar, mas Maite deu risada e negou com a cabeça. O elevador chegou no térreo nós saímos do meu prédio, logo vi um carro preto e enorme.

- Tá bom amor, a gente se vê lá então, beijos. - Maite desligou e entrou no carro, eu fiz o mesmo em seguida.