Fanfic: Separadas pelo casamento | Tema: Portiñon

O Grand Foyer era um salão que não estava disponível para qualquer pessoa, você precisava ter um nível para fazer uma festa ali. Quando eu disse de quem era e que casamento estava organizando eles não hesitaram e me trataram da melhor maneira possível. O salão era imenso e magnífico, parecia um grande castelo por dentro e eu estava com um dos funcionários da firma de decoração, que analisava criticamente o lugar e anotava diversas possibilidades de ornamentação naquele lugar enorme.

- Que tipo de decoração a Maite quer? - O funcionário perguntou naquele jeitinho espalhafatoso e cheio de gestos enquanto andava pelo lugar.

- Ela quer algo bem clássico, um casamento de princesas, então mão me venha com suas ideias mirabolantes e coloridas. Tenha em mente que esse é o casamento de Maite Perroni e Dulce Maria Saviñon. - Eu o adverti e ele revirou os olhos.

- Então é melhor eu mesmo conversar com Maite. - Ele arqueou uma das sobrancelhas e eu bufei tirando o meu celular da bolsa e discando o número dela, o entregando antes que ela atendesse. 

Assim que ele colocou o telefone no ouvido já começou a conversar com ela e sugerir montantes de ideias e aos poucos foi se afastando de onde eu estava. Por mais que eu adorasse o trabalho dele e o achasse o decorador mais carismático de Nova York, sabia que Calum não ia nem um pouco com a minha cara. Mas é sempre assim, decorador e cerimonial nunca se entendem e sempre brigam, porque um sempre quer palpitar no trabalho do outro. Eu só espero que Maite não escute tudo o que ele disser.

Ele caminhava em círculos pelo grande térreo, fazendo muitos gestos e falando muito alto. Mas eu não entendia uma palavra do que aquele ser dizia, ele forçava um sotaque horrível. Respirei fundo. Pelo visto aquela decisão não seria meu problema.

- Decoradores... - Disse uma voz atrás de mim de uma maneira depreciativa. - Eles nunca entendem, não é mesmo?

- Pois é... nunca entendem. - Bufei e me virei para encarar a tal pessoa e meu queixo caiu ao mesmo tempo que meu olhos arregalaram surpresos. - Poncho? - Perguntei incrédula.

- Oi Any. - Ele abriu os braços me convidando para um abraço e eu caminhei lentamente até ele, ainda incrédula.

Poncho era um cerimonial. Ele tem uns trinta e poucos anos e trabalha pros meus pais desde que eu me entendo por gente. Ele é alto, atlético, tem os cabelos pretos e os olhos verdes. Quando eu era adolescente todas as meninas da minha idade tinham quedas por famosos e jogadores de futebol, já eu tinha uma queda pelo Poncho. Pensar que ele estava ali por vontade própria, para me ver, era incrível. Da última vez que nos vimos eu tinha vinte e um anos e estava muito bem com Christopher. Mas agora eu estava livre, solteira, desimpedida, ou seja, na me impediria de conquistá-lo ou dar em cima dele. Quem sabe até sair com ele.

- Como você está? - Ele me perguntou.

- Eu estou ótima. - Respondi meio desconcertada com a sua presença. - O que faz aqui? - Perguntei e ele me deu um sorriso que faria qualquer garota suspirar.

- Quer que eu minta ou que eu fale a verdade?

- A verdade, é claro.

- Vim te ver. - Ele respondeu com um sorriso mas eu acabei rindo e negando com a cabeça.

Não, aquilo com certeza não era verdade. Como ele iria saber onde eu estava? Alguém deve ter dito pra ele, dado informações sobre o que eu estava fazendo e onde estava, informações sobre meu trabalho atual; Alguém que tivesse todas essas informações. Alguém tipo a minha mãe.

- Ah... - Disse num suspiro contrariado completando meu raciocínio. - Foi minha mãe quem te mandou aqui né?

- Ela só quer ter certeza de que você está fazendo um bom trabalho Anahi. - Poncho disse sem nenhuma enrolação, num tom macio e eu soltei uma risadinha debochada.

- Ah pelo amor de Deus, eu já sou grande o suficiente para fazer um bom trabalho e sem ninguém pra me vigiar. - Respondi bem ríspida.

- Não fica brava Any.

- Não estou brava e não me chama de Any. - Respondi e ele começou a rir.

Poncho me conhecia desde pequena então eu não conseguia mentir pra ele. Ele sabia muito bem quando eu estava irritada ou não. Respirei fundo e cruzei os braços. Ele podia ser lindo, mas se charme não me afetava mais como antigamente e eu não ia deixar que ele colocasse o nariz no meu trabalho,  não ia me fazer de gato e sapato nem se fizesse muito esforço pra isso.

- Já vou deixar bem claro que não vou dividir meu salário contigo! - Disse no mesmo tom e ele riu mais uma vez.

- Não quero o teu salário, vim pra te ajudar, tipo um consultor sabe?

- Nunca precisei de consultou nenhum e nem vou precisar. Essa tua desculpinha não cola não. Veio pra ficar me espionando, isso sim.

- Você pode pensar o que quiser, mas eu não vou embora. - Ele disse dando de ombros e se aproximando.

Mesmo eu sendo uma mulher madura e independente agora, Poncho ainda fazia com eu me derretesse por completo com apenas um sorriso. Todos esses anos tendo uma queda por ele, agora eu podia finalmente dar em cima dele sem culpa alguma.

- Que bom que vai ficar. - Murmurei com um sorriso.

- Que bom que você gosta da minha presença. - Ele respondeu num tom sexy exibindo seu sorriso galanteador.

Calum apareceu naquele exato momento. Ele ainda se despedia de Maite no telefone, ainda falava muito alto e eu e Poncho nos separamos, mesmo eu não tendo notado antes o quão próximos estávamos.