Fanfic: Separadas pelo casamento | Tema: Portiñon

Calum só percebeu que estava interrompendo algo quando me entregou o celular e notou minhas bochechas coradas e Poncho desviando os olhos.

- Quem é esse Dues grego? - Calum murmurou baixinho, só pra mim e eu segurei o riso.

- Este é o Poncho. Um amigo da família. -Disse apresentando os dois. - Este é o Calum o decorador do casamento.

- Olá Poncho. - Calum disse num sorriso bem sugestivo.

- Oi, não jogo no mesmo time que você, me desculpe. - Poncho disse bem seco e Calum soltou uma gargalhada.

- Eu posso fazer você mudar de ideia. - Ele rebateu e Poncho me encarou como se implorasse pra sair dali e eu ri.

Interrompi aquele momento e dei dois beijinhos na bochecha de Calum pra logo em seguida dar dois tapinhas no ombro dele e sorrir.

- Obrigada Calum. Nos falamos depois. - Nem esperei o moreno responder e já arrastei Poncho para fora dali.

Poncho ria enquanto nós caminhávamos pelas ruas ao redor do grande salão. Acabamos parando em um Starbucks e sentando em uma das mesinhas vagas. Poncho me encarava com um lindo sorriso no rosto.

- Você cresceu Anahi Portilla. 

- E você não mudou nada. Alfonso Herrera.

- Isso foi um elogio?

- Interprete como quiser. - Dei de ombros.

Poncho ficou me encarando por um tempo, como se me analisasse, mas logo se levantou pra fila do caixa. Quando voltou trazia dois cappuccinos. Assim que se  sentou na mesa me deu um dos copos e assim que dei o primeiro gole sorri impressionada por ele ainda se lembrar que não gostava do cappuccino normal.

-  O seu tem canela. - Ele disse apontando pro meu copo.

- É eu não gosto do cappuccino normal daqui. - Encolhi os ombros com um sorriso tímido.

- Eu sei disso. - Ele disse sorrindo. Sorri de volta e abaixei o olhar. - Então me fale sobre os noivos da vez. - Ele disse num ar divertido. - Quem são?

- São noivas, duas mulheres. Maite Perroni e Dulce Maria.

- Hum, as queridinhas da América. - Ele sorriu de forma debochada.

- As mesmas. - Dei uma piscadela e bebi mais um pouco.

- E como elas são?

- Jovens, ricas e apaixonadas. - Menti com um leve sorriso. Ele arqueou uma sobrancelha, provavelmente sabia que eu estava mentindo.

- Hum, são mesmo? 

- São sim.

- Que sorte a delas, né? - Disse sarcástico.

- Pois é!

Nós ficamos em silêncio por tanto tempo que eu nem sei dizer o quanto. Poncho seria meu ajudante, meu consultor e braço direito, mas isso não significa que ele tem direito de saber sobre meu acordo com Dulce. Nós duas nunca iríamos nos apaixonar ou algo assim. 

- Mas e você? - Ele perguntou depois de um tempo cortando nosso silêncio.

- E eu o quê? - Perguntei de volta. Ele revirou os olhos e apontou o lugar no meu dedo onde antes havia uma aliança.

- O que aconteceu com o Sr. Perfeito?

- Ele não era perfeito.

- Saber disso deve ter sido um choque pra você.

- Você não imagina o quanto. - Disse e ele desviou o olhar. Ele me conhecia o suficiente pra saber o quanto aquele assunto me machucava.

- Sua mãe me disse que vocês terminaram por assuntos divergentes.

- E você acreditou nela?

- Não. por isso estou te perguntando.

- Ele me traiu.

- Oh...

Poncho ficou calado novamente. Aquela conversa era um saco pra mim, já não bastava ter que falar da minha vida pessoal pra Dulce, vou ter que falar pro Poncho também.

Meu Iphone vibrou com uma nova mensagem e eu nem precisei desbloquear a tela pra ler.

" Preciso te ver." - Dulce

Respirei fundo e digitei uma resposta com o endereço de onde eu estava.

- Você quer conhecer Dulce Maria? - Perguntei ao Poncho.

- Não sei, por que?

- Por que ela está vindo pra cá agora.

- Como assim? - Ele perguntou franzindo a testa. - Você troca mensagens com ela?

- Sim, sou responsável por ela meu amor. - Expliquei mesmo sabendo que ele já sabia disso.

- Hum, ela nem deve gostar disso né? - Ele abriu um sorriso malicioso e quem franziu a test fui eu.

- Do que você está falando? - Será que ele sabia de alguma coisa e não queria me contar? 

- Você é muito bonita Anahi e bom, ela vai se casar com uma mulher, sabemos  a preferência dela. Tenho certeza que ela deve adorar passar mais um tempo com você. E talvez você até pense o mesmo, nunca foi mesmo muito definida. - Ele piscou pra mim. Como assim eu nunca fui muito definida? Como assim?

- Cala a boca Poncho. - Disse negando com a cabeça. - Ela é uma cliente como todas as outras. - Corei ao dizer aquilo, afinal era uma mentira descarada.

Dulce não era só uma cliente, menos ainda uma cliente como todas as outras e eu sabia muito bem disso. Nunca me envolvi tanto com um cliente, nunca fui pra cama com uma cliente, nunca passei tanto tempo com uma cliente. Nossa relação passava dos limites profissionais e quase transbordava os sexuais.