Fanfic: Separadas pelo casamento | Tema: Portiñon

 Enquanto o garçom nos encaminhava para nossa e única mesa no restaurante eu tentava não reparar na pequena multidão de estranhos com celulares e câmeras fotográficas e nos paparazzi que rodeavam o lugar.

- O que vai querer linda? - Dulce perguntou e eu sorri.

- Pode escolher qualquer coisa. - Dei de ombros. Dulce  sorriu e ficou olhando o cardápio por alguns segundos, até que se decidiu pelo prato mais caro do lugar! O garçom sorriu educadamente e se retirou indo fazer nossos pedidos.

Mesmo estando protegidas pela Casa de Barcos, as paredes eram todas de vidro e havia muita gente lá fora fazendo de tudo para chamar a atenção e tirando inúmeras fotos. Nos primeiros cinco minutos, isso foi muito estranho, nem eu, nem Dulce conseguíamos formular algo descente para dizer, então apenas nos encarávamos, até que eu fui me acostumando com toda aquela atenção, meu corpo foi finalmente relaxando na cadeira e eu fui me soltando aos poucos, afinal, não havia por que ficar tensa daquele jeito, ninguém podia ouvir o que estávamos falando.

- Isso é muito estranho não é? Me desculpe. - Dulce encolheu os olhos e eu neguei com a cabeça.

- Relaxa eu já devia estar acostumada, afinal sempre tem alguém para vigiar seus passos em Nova York. - Disse numa piscadela e um sorriso tranquilizador. Dulce sorriu pra mim e olhou ao redor.

Me inclinei um pouco pra frente e coloquei minha mão sobre a sua, trazendo de volta a sua atenção pra mim. Eu não queria que ela ficasse desconfortável e muito menos pensasse na multidão lá fora, queria que ela se concentrasse no nosso almoço, apenas em nós, porque era aquilo que importava no momento.

- Mas então, você gosta de Nova York, a cidade que nunca dorme?

- Eu amo Nova York. É uma das minhas cidades favoritas. - Ela disse num sorriso.

- Eu também amo essa cidade, é o meu lugar favorito no mundo. - Disse dando de ombros, mesmo sem Dulce ter perguntado. - Mas eu não viajei pra muitos lugares pra comparar sabe? - Ri e ela assentiu. - Mas você que vive viajando por aí, quais outras cidades gosta? - Dulce riu.

- Tóquio é incrível.

- Sério? Nunca fui e nem pensei em ir. - Dei de ombros e Dulce assentiu.

- É muito legal, é muito diferente do ocidente mesmo, você não tem ideia. Eu acabei pegando um certo amor pelo oriente depois das minhas viagens pra lá.

- Pelo o que eu vejo em documentários e coisas assim, parece ser uma cidade muito diversificada. - Comentei.

- E é mesmo. - Ela respondeu. - É um dos poucos lugares onde eu posso sair na rua sem seguranças porque as pessoas não me reconhecem. - Ela riu.

- Isso deve ser bom.

- É maravilhoso quando se precisa relaxar. - Ela disse com convicção e eu suspirei, deixando o silêncio pairar sobre nós por alguns segundos.

- Sabe um lugar que eu sempre quis ir? - Dulce me encarou interessada. - Paris. - Disse em um suspiro e ela me encarou confusa.

- Nunca foi a Paris?

- Sempre quis ir, mas nunca fui. Já fui para Londres, Amsterdã, mas Paris nunca tive a oportunidade. - Disse e Dulce riu assentindo.

- Um dia eu te levo para Paris e pra Tóquio também, se quiser.

- Eu adoraria. - Disse rindo.

- Estou falando sério.

- Eu também! Eu quero ir pra todos os lugares do mundo que você possa me levar, assim não gasto com a passagem. - Dulce riu novamente e o garçom apareceu com nosso pedido.

Nós paramos de conversar enquanto éramos servidas e permanecemos caladas enquanto comíamos um pouco. Depois de alguns minutos tendo comido grande parte da comida, eu retomei a conversa.

- Eu e Christopher sempre planejávamos ir para Paris, mas nunca dava certo, sempre tínhamos um imprevisto. Eu acho que é porque esse lugares assim, como Paris, são feitos para ir com a pessoa certa e Christopher e eu vivíamos dando errado. - Dei de ombros e Dulce me fitou terminando de mastigar e fazendo o mesmo.

- Se nós fôssemos antes do meu casamento eu te levaria a diversos lugares. Tenho certeza que você iria adorar a Champs Élysées e O Arco do Triunfo. A gente também iria a Torre Eiffel, ao Jardim de Luxemburgo, Palácio de Versalhes, seria maravilhoso vistar todos esses lugares contigo e eu poderia te fazer minha em todos eles. - Dulce voltou a colocar a comida na boca e me olhou de um jeito mais do que provocativo. Acabei rindo e desviando o olhar.

Dulce sabia exatamente como me animar e me deixar louca por algo mais, independente da hora. E eu vou te dizer mais, se não fosse as paredes envidraçadas da Casa de Barcos, deixaria que ela me fizesse dela ali mesmo, em cima daquela mesa. 

- Você está tentando me atingir? - Perguntei cerrando os olhos.

- Eu?! - Ela me encarou se fingindo de ofendida, num tom inocente. - Claro que não.

- Saiba que você não está conseguindo, Saviñon. - Arqueei as sobrancelhas.

Nossa mesa era coberta por uma grande toalha longa, então tudo o que acontecia debaixo dela, ali permanecia. Sem aparentar muito movimento, esfreguei os tornozelos um contra o outro para tirar meu salto e logo meu pé direito estava descalço. Tateei com meu pé por debaixo da mesa até encontrar os pés de Dulce e fui subindo pela sua perna, até senti que meu pé já havia adentrado a saia de seu vestido e prossegui alcançando a parte interna de sua coxa. Dulce arregalou os olhos e me encarou de um jeito malicioso, percebendo o que eu estava fazendo.

- Você está tentando me atingir? - Ela perguntou imitando o mesmo tom de voz que eu havia usado.

- Eu não estou tentando, eu estou conseguindo. É bem diferente.

Com o pé, comecei a acariciar o sexo de Dulce por cima da fina calcinha e do jeito que ela me encarou percebi  estava fazendo a coisa certa. Senti uma leve umidade em sua calcinha e Dulce se ajeitou na cadeira me olhando nos olhos. Dava para ver muito bem que ela estava excitada.

- E então... É... Paris! - Dulce perguntou tentando aliviar o assunto. - É pra lá que você quer ir primeiro né?

- Sim, definitivamente. - Respondi num sorriso malicioso. Ainda trabalhando com meu pé.

Quando o garçom apareceu Dulce se apavorou tanto que quase derrubou o prato e o copo no chão. O homem manteve a descrição e retirou nossas entradas trazendo o prato principal, mas antes minha acompanhante fez questão de perguntar onde era o banheiro. Quando ela se levantou para ir pude ver sua expressão séria e tensa e como andava de modo desconfortável e não pude deixar de rir, recolocando meu sapato.

Alguns minutos depois, quando Dulce finalmente voltou do banheiro com sua bolsa, ela parecia completamente relaxada e normal. Ela se sentou sem dizer nada e comemos em silêncio. Apenas depois de terminar de almoçar e escolhermos as sobremesas que voltamos a conversar.

- Tive que me ajeitar no banheiro. - Ela disse.

- Isso é meio óbvio né.

- Não, não estou falando sobre isso. Estou falando sobre eu ter que me ajeitar por conta das suas tentativas de me atingir. Sorte minha que sempre trago um muda de roupa íntima dentro da bolsa. - Ela respondeu. 

Comecei a rir descaradamente. O garçom trouxe a nossa sobremesa e eu comi entre os risos porque eu não conseguia me manter séria depois de saber daquilo.