Fanfic: Atração Perigosa - Terminada | Tema: Vondy

Do outro lado da cidade, María Laura estava por sua vez muito calma, muito bem. A professora distribuiu desenhos para serem pintados para a classe, enquanto estava finalizando os detalhes do dia da profissão que se aproximava. A menina estava toda bonitinha, pequenininha dentro do blazer da escola, os cabelos soltos com uma mecha de cabelo presa em um laço vermelho enquanto a franjinha caia lisa pela testa. Estava concentrada em seu desenho, até escutar uma das coleguinhas citar o nome dela.

— O papai da María Laura não vem, ele não consegue nem enxergar. — O comentário maldoso atraiu o olhar da menina.

— Não fala do meu papai. — Disse, emburrada. Não que ela havia comentado aquilo ali, mas a noticia havia saído nos jornais se espalhado entre as famílias.

— Ele vai vim ensinar assim. — Debochou um menino estendendo a mão com os olhos fechados andando atrapalhado até María Laura, por fim a empurrando, ela tropeçou, o estojo caindo no chão e os lápis se espalhando. A menina gritou assustada enquanto caia, com o susto os olhos enchendo-se de lagrimas. Não gostava de violências, estava acostumada com um lar tranquilo e aquilo havia a assustado, os risos que vieram a seguir foi à gota d’água: Caiu no choro, assustada.

— Calma Lau, eu te ajudo. — A menininha de longos cabelos pretos se aproximou ajudando-a a catar os lápis de cor. Laurinha fungou com os olhinhos vermelhos enquanto levantava pegando o estojo que a amiguinha a entregou.

— CHATO! — Acusou, secando o rosto com as costas das mãos, ainda soluçando, assustada.

Então a professora chegou, e no final ela e mais três crianças foram parar na diretoria.

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— Ei, Guto! — Alfonso chamou-o.

Gustavo ia andando apressado, no fim do corredor. Virou-se, então parou de andar, se deixando ser alcançado.

— Quem está morrendo agora? — Perguntou visivelmente cansado. O rosto abatido com olheiras profundas. O fato de ter o filho em casa parecia algo de extrema alegria, mas ainda sim o fato de não achar a cura para o irmão lhe tirava o sono.

— Por enquanto ninguém. — Bianca respondeu neutra enquanto ele se abaixava e beijava uma bochechinha do filho, que agora acordado olhava tudo curioso.

— Por quê? — Perguntou desconfiado.

— Houve uma retirada de quatro bilhões nos investimentos da empresa ontem à noite e nós queremos saber quem foi. — Alfonso respondeu simples.

— Ah, fui eu. — Disse dando as costas voltando a andar. Bianca encarou Alfonso em uma indignação obvia, mas o moreno deu de ombros, seguindo o irmão.

— Assim só por curiosidade... O que pode ser comprado de madrugada nesse valor? — Alfonso perguntou ironicamente.

— Muitas coisas na verdade, mas eu comprei isso. — Disse quando os três entraram em uma sala.

Havia operários montando uma maquina – uma maquina imensa, branca, de metal – em uma sala vazia. As paredes estavam sendo forradas e uma pequena sala de operação na lateral. A máquina lembrava muito uma de radiografia, mas era maior, mais robusta e parecia mais complexa.

— Eu devo perguntar? — Alfonso perguntou, olhando tudo. Bianca por já conhecer se aquietou, com um sorriso leve de canto, havia visto uma dessa quando cursava medicina, mas nunca usara uma.

— Vocês veem como um raio-X. Só que ela scaneia tudo, cada centímetro do corpo humano, enquanto um raio-X normal mostra apenas os ossos por baixo da pele. — Simplificou.

— Essas máquinas não são produzidas aqui. — Bianca lembrou.

— Sim, o processo de importação levou meses. Ontem a noite ela chegou ao país, foi quando a promissória que eu dei por ela foi sacada.

— Hm... E pra que o hospital precisa disso mesmo? — Alfonso perguntou ainda olhando a maquina. Era um túnel branco de metal com uma maca.

— A pessoa se deita na maca e é devidamente... Presa. — Traduziu. — E é levada lá para dentro. As luzes são apagadas aqui fora, não pode haver luminosidade alguma, por isso as paredes estão sendo cobertas, e da sala de comando eu opero e recebo os resultados. — Explicou. — Cheguei à conclusão que a sequela de Christopher não está no cérebro. E eu checarei o corpo todo e finalmente vou encontrar o problema. — Disse determinado.