Fanfic: Atração Perigosa - Terminada | Tema: Vondy

Christopher estava deitado no sofá da sala, deliberadamente entediado. Vestia apenas uma bermuda e tinha meias nos pés. A TV da sala estava ligada em um jogo de futebol e ele nem ao menos escutava. Olhava para o teto de modo fixo, sua cabeça cheia de pensamentos, podia escutar o barulho dos lápis e papéis que Dulce mexia na mesa, quase podia ver o rosto dela concentrado enquanto provavelmente escrevia algo.

— Eu atendo. — Ela disse largando o lápis, quando o telefone tocou. Saiu da cadeira e atendendo. — Alô?! — Disse automaticamente.

“— Dulce? — A voz ecoou em meio ao barulho.”

Ela piscou, com o telefone no ouvido, conhecia aquela voz, sentiu o peito apertar-se de imediato e a ligação caiu, a voz desconhecida parecia tão conhecida que isso a assustou, mas onde havia escutado aquela voz mesmo? Suspirou levando o telefone ao gancho de novo.

— Quem era? — Christopher perguntou ainda na mesma posição de antes, escutou o time adversário ao que ele torcia fazer um gol e esboçou uma careta engraçada.

— Não sei. — Respondeu mordendo os lábios, a voz ecoando na sua cabeça, era a segunda vez que essa pessoa a ligava, lembrava-se agora, mas ainda não sabia quem era e estava querendo descobrir. O toque do telefone tirou-lhe de seus pensamentos, se esticou pegando novamente o gancho do telefone. — Alô?! — Respondeu exasperada.

“— Senhora Uckermann? — A voz feminina pareceu temerosa.”

— Sim? — Respondeu passando a mão no rosto se acalmando.

“— Aqui é do colégio San Bartolomeu, a aluna María Laura envolveu-se em uma briga, eu estou solicitando os responsáveis dela para uma reunião o mais rápido possível?! — Explicou profissional.”

— Briga? — Arregalou os olhos, Christopher mexeu no sofá ficando atento. — Como minha filha está? Machucaram minha filha? — Perguntou em um desespero evidente.

“— Está bem senhora. Só um pouco assustada, se puderem vim, agradeceríamos, é indispensável a sua presença.”

— Estou indo para aí. — Confirmou, antes de encerrar a chamada, imaginar a sua menina envolvida em uma briga seria cômico se não fosse trágico, ela tinha cinco anos e estava metida em confusões.

— O que aconteceu? — Christopher perguntou alarmado.

— A Lau se meteu em uma briga. Não sei direito, ela está assustada. — Disse entrando, ele a seguiu em seguida, demorando mais para alcançar o quarto, ela se trocava as pressas.

Ele procurou uma camisa enquanto tateava o closet, achou uma camisa polo e vestiu, abaixou-se em busca de um tênis e vestiu, uma roupa a vontade, não havia necessidade de vestir-se socialmente para ir ao colégio da filha. Dulce vestiu as pressas uma calça jeans com uma blusa preta. Os cabelos vermelhos emolduravam o rosto duro, que tinha uma preocupação evidente.

O caminho até o colégio da menina pareceu mais longo daquela vez, Dulce estacionou o carro em frente ao enorme colégio, tinha mais um carro ali. Saltou do carro ajudando Christopher a sair, andando de braços dados com ele até a secretaria. Andar em casa era fácil, mas na rua tudo se tornava complicado para ele.

— Mamãe. — A voz chorosa de María Laura chegou aos ouvidos de Dulce e a ruiva alcançou a menina a pegando no colo, a menina ainda estava assustada, escondeu o rostinho na curva do pescoço da mãe, tinha o rosto marcado do tanto que chorara.

— Já passou bebê. — Dulce disse assoprando o rosto suado da menina, tirando a franja do rosto dela. — Eu posso saber o que aconteceu?

As crianças ali começaram a falar todas ao mesmo tempo. Christopher franziu o cenho exasperado, María Laura continuou quietinha agarrada à mãe, em silencio. Dulce negou com a cabeça, se sentando, enquanto a diretora fazia uma careta e uma mulher, vestida elegantemente tentava fazer as crianças se calarem.

— Um dia cada vez se assim não dá. — A diretora disse e os três se calaram. — Alicia? — Perguntou à menininha de longos cabelos pretos, essa tinha os olhinhos lacrimejados.

— Eu quero a minha mãe. — Choramingou. A diretora piscou assentindo, e a porta se abriu.

— Alli. — Uma mulher de longos cabelos tão negros como os da menina ali entrou pegando-a no colo. — Está tudo bem? — Perguntou segurando o rosto da menina entre suas mãos e a menina assentiu. Soltou um suspiro de alivio, por fim se permitindo ver quem estava na sala. — Christopher? — Um sorriso surpreso cresceu em seus lábios ao vê-lo.