Fanfic: Atração Perigosa - Terminada | Tema: Vondy

— Então vamos entrar com um medicamento para adiantar o processo. — Dulce assentiu, suspirando.

— Tem um remédio para adiantar isso? — Christopher perguntou indignado. Maria Laura olhou o tio com a expressão bem parecida com a do pai. Não gostava que a mãe sentisse dor. — Por que ainda não deu?

— Porque ela está indo bem. O remédio é um ultimo recurso, o certo é deixar que siga o curso natural. — Christopher o olhou, parecia pouco convencido.

— Tire a Lau daqui. — Pediu em um murmúrio. Sentia vontade de gritar, se fizesse isso não queria que a menina estivesse presente. Christopher assentiu olhando a menina que o ignorou.

— Você passou por algum nervoso, ou alguma forte emoção, antes das contrações começarem? — Perguntou a Dulce, enquanto olhava a listinha dos horários analisando e em seguida anotava algo no prontuário dela.

— Eu... Não! — Mentiu mordendo os lábios, falava entre dentes, a dor estava mais aguda, no ápice da contração. — Eu desliguei o telefone e as contrações vieram. — Disse fechando os olhos com força, a dor estava aos poucos aliviando.

— Ligação? — Christopher franziu o cenho. — Com quem você estava falando? — Perguntou a observando.

— Era engano. — Deu de ombros levemente deixando que o corpo caísse na cama a respiração fraca pelo cansaço. A dor parecia ainda mais aguda com o passar dos minutos. Gustavo assentiu e finalmente saiu, carregando consigo uma María Laura revoltada, por querer está perto da mãe.

Christopher segurou a mão dela, e ficaram mais de meia hora em silencio, quietos. Então ela se encolheu de novo, o cenho franzido.

— Céus! — Exclamou agarrando o lençol. A dor estava ainda mais forte, não havia espaço entre uma e outra para ela se recuperar, ela estava exausta.

— Três minutos. — Constatou olhando a lista com os horários. — Essa já é a segunda de três, vou chamar Gustavo.

Chegou a hora...

Dulce foi transferida para sala de parto. Christopher foi junto e só se afastou para colocar a vestimenta do hospital. O exame de toque foi feito, as contrações finalmente chegaram ao nível certo, e ela entrou em trabalho de parto. Só que era mais difícil na teoria do que na prática.

— Vai ficar tudo bem. — Tranquilizou, vendo duas lágrimas caírem pelo rosto dela, misturadas ao suor. Ela já havia sido anestesiada, mas não tinha como eliminar a dor do parto em si.

— É impossível. — Disse atormentada pela dor. Ela respirou fundo e impulsionou de novo. Apertava a mão dele, os dentes trincados, o cenho franzido pelo esforço. Quando o ar faltou ela caiu sobre a cama de novo, respirando as arfadas.

Gustavo estava assessorando o parto. Ele estava atento. Estava tudo bem, Dulce seguiu determinada, pelos minutos que vieram, mas a dor estava a minando.

— Não dá para fazer nada? — Christopher perguntou angustiado.

— Ela está indo bem. — Tranquilizou. Christopher estava cansado de ouvir isso. — Está acabando.

— Está coroando. — A obstetra avisou com um sorriso. Christopher franziu o cenho olhando de um para outro sem entender.

— Significa que o bebê está quase saindo. — Dulce olhou após ofegar três vezes, olhando para frente e voltou a fazer força.

Os gritos dela eram como facadas nele. Ele queria poder sentir toda aquela dor por ela, mas não havia como. Após alguns minutos houve uma movimentação entre os médicos. Christopher olhou, querendo entender. Olhou para ela, mas ela fazia força, o rosto vermelho molhado pelo suor e pelas lágrimas.

— Meu Deus. — Gemeu em um soluço caindo na cama.

— Não dá para parar agora. — Gustavo disse e ela o encarou, soluçando de novo. — Vamos, mais uma vez. — Incentivou.

— Força. Ela já vai chegar. — Murmurou beijando a mão dela. Dulce respirou fundo e tomou fôlego de novo.

Aconteceu rápido: A dor se tornou mais aguda, insuportável. ela gritou, o grito mais alto até ali, então acabou. Ela caiu na cama, tremula, fraca e os médicos se moveram em sincronia, no entanto não houve choro.