Fanfic: Atração Perigosa - Terminada | Tema: Vondy

A casa de Alexandra estava conforme ela gostava, completamente cheia. Dulce e Christopher estavam sentados em um sofá, imersos na própria bolha, trocando carinhos e beijos. Bianca e Gustavo, assim como Anahí e Alfonso debatiam sobre os sintomas que Anahí sentia, tudo indicava uma gravidez, mas a loira se recusava a fazer um exame alegando ser paranoia de Alfonso. Marcela e Fernando chegaram mais tarde de mãos dadas, se separando apenas quando as crianças passaram correndo entre os dois seguidos da cachorrinha que latia. Era bom está ali.

— Ela está dormindo amor. — Disse vendo Dulce checar a babá eletrônica só por precaução. Maria Clara dormia em um dos quartos, ela estava cada dia mais linda e espertinha e Dulce era toda coruja, não deixava a menina só por muito tempo.

— Eu vou vê-la. — Decidiu tento o coração apertado de angustia, María Laura correu em direção à cozinha, rindo com o Nicholas que tentava alcança-la. Levantou-se subindo as escadas, era silencioso no segundo andar. Abriu a porta do quarto da menina e se aproximou do berço. Mas María Clara não estava lá...

E havia uma caixinha, apenas, mas nada. Ela abriu a mesma com os dedos trêmulos. Havia um papel dobrado, uma corretinha que María Clara ganhara de Christopher quando completou dois meses e a chupeta da menina. Ela desdobrou o papel, a mão tremendo tanto que mal conseguiu ler.

“É uma linda menina, se parece com as fotos que vi da nossa filha bebê.

Me fez questionar certas coisas

Me ligue...

Ou não, você que sabe!”

Ela apanhou o celular buscando um dos milhares de números bloqueados, que Jonathan tentara usar para ligar para ela. Tentou três, e todos davam caixa postal. O quarto chamou.

— Jonathan?! Jonathan onde está minha filha?

— Oi, meu amor. — Ela podia ouvir o sorriso dele.

— O que você está fazendo? — Perguntou, girando no quarto, sem realmente ver nada, andando de um lado para o outro.

— Eu precisava da sua atenção. Seus seguranças não me deixava chegar perto, você não atendia minhas ligações, não respondia meus e-mails...

— Tem minha atenção agora, me devolva à menina. — Pediu em um tom abafado. — Onde ela está?

— Dormindo. — Respondeu simples, Dulce engasgou, sufocando consigo mesma. — O que está pensando Dulce?!

— Você... Não, não... Minha filha Jonathan. Devolva a minha filha. — Ele riu de leve.

— Eu nem toquei na sua filha direito, só para tirá-la daí, ela está dormindo em um carrinho, tive que dar uma mamadeira com um calmante. Ela começou a chorar quando começou a dar sua falta. — Dulce respirou fundo em uma golfada. — Apagou e está dormindo, palavra de escoteiro.

— Devolva. Devolva minha filha. — Ela nem sabia direito o que estava fazendo; sua voz não era ameaçadora agora, estava rouca, tremula de pavor. — Jonathan, por favor, não faça nada com a minha filha, por favor...

— Calma docinho. —Debochou ele com a voz completamente tranquila.— Tem uma senhora interessada nela, não pode ter filhos, é podre de rica... Eu estou precisando de dinheiro. — Insinuou. — Anota o endereço. — Disse e ela tropeçou procurando algo para anotar, anotando o local que ele dizia. — Se você colocar seu maridinho no meio disso, a coisa vai ficar bem feia, ela pode acabar ganhando uma família nova e você nem terá a chance de se despedir... — Ameaçou.

— Ele não vai saber. Prometo! Eu estou indo...

Havia um som dentro do quarto. Era o som de alguma coisa se afogando, morrendo, agonizando. Após alguns instantes Dulce percebeu que era o gemido que subia do peito dela, que tremia quase convulsionando. Sua Clarinha, sua caçula... Sua bebê estava sozinha e precisava dela... Ela não podia deixar que nada acontecesse, não podia deixar a sua menininha desprotegida.

Desceu as escadas com cuidado, se esquivando do campo de visão daqueles que estavam na sala, todos eles conversavam animadamente, saiu pela porta da frente dando de cara com um segurança. Ela estava pálida, tremia levemente e soava frio.

— Está tudo bem? — Perguntou profissional, ela simplesmente assentiu.

— Preciso do carro do meu marido agora. — Disse apressada olhando para trás, o segurança apenas assentiu falando poucas palavras no radio e em alguns segundos o carro parou em frente a ela, que pegou a direção do mesmo, sem conseguir mais conter as lágrimas enquanto ganhava a estrada, precisava salvar a sua filha...