Fanfic: Atração Perigosa - Terminada | Tema: Vondy

Quando deram falta de Dulce, a casa toda foi vistoriada, o segurança disse que Dulce havia saído sozinha bem alterada, e não demorou para acharem o bilhete de Jonathan. Maria Clara havia sumido, e Dulce logo em seguida. A segurança inteira da família estava varrendo a cidade, procurando vestígios, qualquer coisa, mas Dulce sumira. Deixara o carro em ponto morto num beco sem saída do subúrbio, o celular no banco do carona. Depois de ter gritado por 15 minutos, Christopher parecia incapaz de se mover. O olhar transbordando ódio, como se cada pessoa da cidade tivesse culpa, como se quisesse ver a cidade arder em pagamento pelo o que havia sido feito. O silencio gritava mais do que qualquer ofensa que pudesse ser dita, enquanto eles faziam São Paulo se levantar e sair do lugar pra que pudessem ver se Dulce estava lá...

Em um apartamento simples, em um canto que Dulce nunca fora da cidade...

— Hey você veio! — Disse abrindo a porta, com um sorriso enorme desenhado no rosto. Dulce avançou para dentro passando por ele vendo a filha dormir em um carrinho simples, no canto da sala. Ajoelhou-se tocando o rosto da menina com cautela, delineando cada traço da menina com as pontas dos dedos. — Viu? Nem toquei nela...

— Clarinha, filha acorda... É a mamãe. — A menina piscou, levando as pequenas mãozinhas aos olhos incomodada com o sono interrompido. — Está tudo bem minha bebê, já vamos para casa... — Prometeu beijando a mão da menina que caiu novamente no sono. Dulce a pegou com cuidado, aninhando-a em seu peito, sentindo uma paz de espírito sem tamanho ao ter a menina em seus braços.

— Eu não disse que deixaria você ir embora assim, Dulce. — Dulce colocou a menina de volta no carrinho e virou-se para ele, vestia uma calça jeans e uma blusa de manga cumprida, de renda furadinha. Os cabelos vermelhos alvoroçados.

— O QUE VOCÊ QUER DE MIM JONATHAN? — Gritou, a fúria se misturando com o ódio e o susto. — VOCÊ SUMIU, VOCÊ FOI EMBORA E SE FINGIU DE MORTO, PORQUE VOLTOU?

— Shhh. Não vamos acordar a menina. — Apontou, como se fosse falta de educação dela. — Se você der chilique, não sai daqui tão cedo, então se acalme. — Avisou sério.

— O que você quer? — Perguntou parada em frente à menina como se estivesse a ponto de atacar. Ele riu levemente.

— Venha, vamos beber alguma coisa, temos muito que conversar. — Propôs novamente tranquilo. Ele serviu dois copos de uísque e Dulce recusou o dela, mas quando ele insistiu ela teve que aceitar forçada. A vez que bebera uísque fora Christopher que lhe dera, provara sentindo o beijo dele, e acabou lhe roubando o copo. Na ocasião tivera o gosto de uma noite de verão, no entanto agora isso parecia o inferno, mas ela acabou com aquilo, sentada no sofá naquele apartamento, esperando Jonathan que apenas a observava. — Gosto disso, dessa Dulce que vira o copo e nem faz careta pro ardor. — Disse fascinado. Ela a mistura de uma adolescente que ele fora apaixonada com uma mulher que ele sempre quis ter. — Eu observei você por meses, te ligando e me certificando a hora certa de aparecer. Eu sabia que seria um choque quando você soubesse que era eu, imaginei mil reações, mas me ignorar nunca teve em minha lista.

— O que você quer? — Perguntou, se sentindo exausta.

— Quando você descobriu que estava grávida, eu tinha uma divida alta que precisava pagar, eu devia gente importante Dulce, gente que não tem piedade em matar pessoas como nós. — Disse a voz quase letal, ao se igualar a ela. — Uma grana alta o suficiente que me fez levar um tiro e parar no hospital em um estado grave. Eu escapei por muito pouco, muito pouco mesmo, mas ainda sim escapei, mas ninguém podia saber, se não iriam ir atrás de mim de novo. — Deduziu obvio. — Eu te amava, mas não podia me aproximar sem por minha vida em risco então me afastei. Quando soube de você novamente você estava na capa de uma revista, linda vestida de noiva, se casando justamente com o homem que me fez sair da sua vida, irônico não? — Disse coçando o maxilar, as palavras iam saindo da boca dele e as peças se encaixando aos poucos, Dulce encolheu os ombros instintivamente.

— O que você quer? — Grunhiu. Sua cabeça girava com as novas informações.

— Não é obvio? — Ele perguntou debochado. — Eu quero tudo que aquele cara me roubou, quero você, quero minha filha, quero os anos que eu tive que passar escondido por causa dele. — Alegou furioso, tinha o maxilar contraído, os olhos azuis parecendo duas pedras de gelo.