Fanfic: Eu amo só você! - Ponny - 1ª/2ª/3ª Temporada | Tema: A&A; Rebelde

– Pelo amor de Deus, Filha! – Márcia resmungou, sentando-se impaciente na mesa de jantar. – Eu já disse que estou bem.

– Pelo amor de Deus digo eu, mãe! – Anahí respondeu assim que terminou de servir o café da mãe. – A senhora foi para o hospital ontem, seja boazinha!

– Você ouviu o doutor, foi só uma queda de pressão. – Márcia respondeu, dando de ombros. E claro omitindo a verdade, que somente ela, o tal doutor e Caio, sabiam – Vocês, jovens, são muito dramáticos.

Anahí suspirou, mas soltou um sorriso de alívio com a brincadeira da mãe. O momento quase a confortou...

Quase.

Porque algo em seu interior, não estava satisfeita com o “tal diagnóstico”.

– Não quero nem saber. Seja uma boa menina e siga pelo menos as instruções do médico, ok? – Disse Anahí, ao seguir as recomendações do médico, em que Márcia deveiria ter repouso absoluto, por, pelo menos, dois dias.

E por um momento as duas ficaram chocadas ao perceberem que aquela era a frase que Márcia sempre usava quando a filha adoecia.

A inversão das coisas trouxe um sabor amargo para o café.

A final essa era a lei da vida, não? Os pais cuidam dos filhos em sua infância, para posteriormente os filhos cuidarem de seus pais em sua velhice.

Mas as vezes, essa realidade chega cedo demais para algumas famílias…

– O Poncho vem lhe buscar? – Mudou de assunto.

– Não ele vai chegar no segundo tempo hoje. – Suspirou. – Mãe deixa eu ficar aqui com a senhora só mais um dia, eu…

– Nada disso Anahí. Você já faltou a aula ontem para ficar comigo, filha. Eu estou bem. Prometo te ligar se me sentir mal.

– Mas mãe…

– Filha estou bem. Pode ficar tranquila, não farei esforço algum, ficarei no sofá vendo TV o dia inteiro. Novela é que não vai me faltar. – Anahí fez uma careta em desgosto e Márcia olhou para o relógio, algo que Anahí deveria ter feito. – Se o Poncho não vai vir lhe buscar e você terá que ir de ônibus, então, lamento informar, mas a senhorita está dez minutos atrasada.

Imediatamente Anahí olhou para o relógio cuco na parede da cozinha.

– Droga. – Disse e levantou-se apresada. – Não esqueça de me ligar… qualquer coisa… qualquer coisa mesmo me ligue. – Dizia apressada.

– Prometo vida. Pode ir tranquila.

– Te amo! – Anahí deu um beijo estalado no rosto de Márcia.

– Te amo mais! – Respondeu Márcia e logo Anahí correu para porta.

Márcia ainda fitou a porta de entrada por alguns segundos, mas quando as primeiras lágrimas escorreram pelo seu rosto ela despertou.

Voltou para a cozinha, arrumando as louças do café. Minutos depois, foi ate a sala de TV com mais uma xícara de café em mãos e sentou-se no sofá. Segundos depois sentiu Ponny subir no mesmo e aninhar-se em seu colo.

– Seremos só nós duas agora, Ponny. – A cadela latiu em concordância fazendo Márcia sorrir enquanto ligava a TV e se acomodava melhor no assento.

***

– Ela está melhor mesmo? – Dulce perguntou pela décima vez.

E, não foi a única que fez isso.

– Sim. – Anahí respondeu. – Mas todos sabem disso porque estávamos lá ontem.

– Não seja tão bruta. – Resmungou Maite. – Só queremos ter certeza. Ela é importante para a gente também Annie.

Anahí suspirou e olhou para o pessoal.

Todos os seus amigos estavam compartilhando a mesa do almoço, menos Alfonso. Ele teve uma reunião de emergência na academia e junto com Raphael não conseguiram ir a escola naquele dia. No último mês essas reuniões passaram a ser mais frequentes, Anahí já havia se acostumado com essas ausências esporádicas do namorado em alguns momentos do dia, então, não havia nenhuma preocupação da parte dela sobre isso. O negócio era que, naquele momento, tudo que ela mais queria era estar nos braços dele.

– Desculpa, gente. Só estou nervosa com tudo isso. – Disse ela. – E sei que vocês gostam de verdade dela, ela é muito fácil de se gostar. – Sorriu com carinho ao lembrar de sua mãe.

Os amigos assentiram, e logo começaram uma conversa sobre as qualidades de seus pais. Quando o assunto passou a ser sobre o relacionamento vai e vem de Leonardo e Fred, Anahí deixou de prestar atenção e sua mente derivou para a noite passada.

Será que ela não estaria se distraindo demais com seus amigos e deixando sua mãe de lado? A final sempre foram só as duas por bastante tempo. Uma sempre desabafava com a outra, contavam seus segredos uma a outra. Se ela estivesse mais atenta a sua mãe, talvez perceberia que ela não estaria tão disposta quanto Márcia queria transparecer e Anahí poderia ter feito alguma coisa para que algo daquele tipo não acontecesse com a sua Mãe. Anahí sabia disso, mas, na noite passada, ela estava ocupada demais beijando Alfonso para sequer pensar nesta possibilidade.

Logo, imaginou ser dela a culpa.

– Não faça isso. – Ucker a cutuca com seu garfo de repente.

– Não estou fazendo nada. – Ela sorriu ou, pelo menos, tentou.

Pela careta do amigo, aquilo não o convenceu.

– Vem comigo? – Ele não esperou resposta e a puxou para a saída.

Os outros ignoram a saída repentina dos dois, mas Dulce mordeu os lábios curiosa.

– Faz mal pensar muito, sabia? – Disse Ucker ao se escorar em um armário.

– Uau. – Anahí imitou a posição dele. – Essa simples frase vai contra toda a filosofia escolar, percebe? – Ucker bufou e revirou os olhos.

– Não é disso que estou falando, você sabe. – Disse ele. – Não há nada que você poderia ter feito para impedir o que aconteceu com a sua mãe.

Os ombros de Anahí caíram e toda a atitude despreocupada a abandonou.

– Não tem como você ter certeza disso.

– É verdade, não tenho provas. Eu, simplesmente, sou o dono da razão. – Anahí sorriu.

– Bela justificativa.

– Falando sério, Annie. – Ele coçou o ombro sob a camisa. – Nada poderia ter impedido isso.

– Eu passei o final de semana inteiro longe dela. Eu costumava dormir cedo todos os dias, mas ontem eu preferi ficar atracada com o Poncho, como se o final de semana não tivesse sido o suficiente. – Anahí bufou.

– Annie, se você estivesse dormindo não veria sua mãe de qualquer jeito.

Anahí engoliu em seco, sabendo que Ucker estava certo.

– Eu to com medo Ucker… Ela nunca fraquejou antes… Eu sinto que algo não está bem. Mas ela não me fala nada quando questiono. – Anahí respirou fundo. – Eu não posso perdê-la.

Algumas lágrimas encontram a porta de acesso através dos cílios de Anahí e não param de cair. E Ucker estendeu os braços para aconchegá-la. Nitidamente, ele não lidava muito bem com lágrimas, ele era um garoto divertido e lágrimas não faziam parte de sua filosofia, mas pela namorada do seu melhor amigo, ele poderia suportar algumas.

Mais que a namorada de Alfonso, Anahí havia se tornado uma irmã para ele.

– Vai ficar tudo bem, ok? – Ele enxugou algumas gotas salgadas.

Anahí se afastou alguns centímetros e focou seu olhar no rosto do amigo.

– Obrigada, Ucker.

– Não por isso Bebê. – Ele piscou divertido e Anahí sorriu o abraçando mais uma vez, mas o momento foi interrompido pelo barulho de saltos quicando no chão.

– Que bonito, hein? – Uma voz anasalada se pronunciou. – É só o gato Poncho não aparecer que os ratinhos fazem a festa.

– Me poupe, Perla. – Anahí perdeu a paciência e se postou a frente da garota.

– E limpe a boca, por favor. – Ucker se pronunciou. – Tá vazando veneno.

Anahí riu e Perla fez uma careta.

– Você deveria ser comediante. – A víbora disse. – E você, em santinha do pa* oco, dando em cima do melhor amigo do Poncho enquanto ele está fora… tcs tcs tcs – meneava a cabeça negativamente. – Que coisa feia.

– Você é uma estúpida, garota!

– Estupida é você! Você já tem o Poncho e ainda quer o melhor amigo dele?! Isso tem nome, sabia putinh*

Anahí avançou em cima de Perla. E como uma boa aprendiz de Alfonso Herrera, Anahí acertou vários socos em várias partes do corpo de Perla.

Várias vezes.

Ucker duvidava que o diretor fosse gostar tanto dos golpes de Anahí quanto ele.

Até a proxima!!!!