Fanfic: Pretty - Do ódio ao amor (Emison) | Tema: Pretty Little Liars, Emison

Como Hanna não podia sair eu fiquei boa parte do dia com ela, lhe dando apoio moral e comentando sobre várias coisas. Em determinado momento Spencer e Aria chegaram juntas para vê-la, e então ficamos todas sem graça.

-Emily... Não sabia que estava aqui.

Falou Aria assim que entrou no quarto da Hanna.

-Oi, eu vim vê-la depois da bebedeira de ontem.

Spencer entrou e se sentou na cama, ao lado da Hanna.

-Como está Han?

Perguntou ela.

-Com um pouco de dor de cabeça, estressada com o castigo da minha mãe e com vergonha de ontem.

-Você bebeu demais, parecia estar morta quando te trouxemos.

Falou Aria. Eu estava sem jeito, não me sentia bem com a atenção que davam a Hanna e ao mesmo tempo me ignoravam.

-Bom Hanna, já estou indo.

Peguei a bolsa e as chaves do carro que estavam em cima do criado-mudo e me dirigi à porta.

-Em, espera.

Falou Hanna e voltei à atenção para ela.

-Não gosto de ver minhas amigas brigadas...

-Não estamos brigadas!

Falou Spencer, e Hanna fez uma expressão irônica.

-Por favor Spencer! Faz meses que vocês nem se olham!

Disse Hanna, Aria concordou.

-Tem razão Hanna... Nos conhecemos há tanto tempo, e é tão chata essa situação...

Falou Aria. Cruzei os braços e olhei para elas.

-Emily tem que ser mais madura, tem que parar com isso de que é melhor que todos porque cada um se destaca em alguma coisa, cada um tem suas manias, se comportam de maneiras diferentes, uma personalidade diferente...

Falou Spencer, e a olhei franzindo o cenho.

-Olha pra nós, somos tão diferentes e nos demos bem por tanto tempo! Porque chamar um nerd de perdedor, se eu estudo tanto quanto eles?

Continuou ela.

-Porque faz parte de mim isso!

-Não é verdade!

Retrucou Spencer.

-Você só faz isso porque o vôlei é a única coisa em que você se destaca, Emily, é tudo o que você sabe fazer. E na primeira ameaça você fica na defensiva, só que todo o colégio percebeu que sua estrela se apaga quando não está no time, e depois que machucou a sua mão ninguém mais te vê como antes!

Continuou ela.

-Você não sabe o que está dizendo!

Vociferei. As palavras de Spencer me atingiam mais forte do que ela imaginava.

-Sei muito bem!

Ela se levantou da cama. Estávamos alteradas, com os nervos à flor da pele.

-Sabe por que eu sei? Porque nos conhecemos melhor que ninguém! Emily, a Alison te afetou, seu medo de perder o lugar no time diminuiu seu rendimento no jogo, nas notas, até os seus ânimos mudaram! Admita!

Abri a porta bruscamente.

-Eu não tenho que ficar aqui ouvindo isso.

Saí e bati a porta com força. Logo que fechei a porta comecei a chorar, desci correndo as escadas e passei por Ashley, mas não falei com ela. Meu celular tocava, vibrava e eu não atendia. Parei o carro em frente à minha casa e abri a porta, mas aparentemente não fiz muito barulho, pois minha mão não ouviu.

-Eu sei, mas foi um erro ter colocado ela pra jogar ontem!

Ouvi a voz que vinha da cozinha, me aproximei em passos silenciosos e fiquei ouvindo.

-Não! O médico disse que ela não pode fazer muito esforço pra estabilizar a lesão.

Falava de mim, eu tinha certeza.

-Emily não pode mais jogar vôlei, senhorita Tanner! São ordens do médico.

Não jogar mais? Naquele momento eu fiquei gélida, tonta... Mas logo o sangue voltou a ferver. Apareci na cozinha para que ela me visse, e ela então assustou-se, desligando o telefone imediatamente.

-Filha, há quanto tempo está ai?

Falou ela visivelmente assustada.

-Tempo suficiente pra te ouvir dizer que não posso mais jogar... Que história é essa mãe?

Cruzei os braços e ela tentou desconversar.

-Nada, Emily. Você ouviu errado.

-Mãe, eu não sou criança e sei muito bem o que ouvi, então é melhor me explicar.

Ela suspirou e puxou uma cadeira, sentando-se em seguida e fazendo menção para que fizesse o mesmo.

-Quando você machucou a mão, o médico me avisou que você tinha um probleminha na mão antes da fratura, não era nada grave, mas que se agravou com a lesão.

Um misto de sentimentos tomou conta de mim... Frustração, tristeza, ódio...

-Por isso eu sinto essas dores?

-Sim...

-Porque não me avisou?

-Filha, eu sei o quanto você ama jogar! Sabe o quanto é duro pra mim te contar isso?

Eu levantei e levei as mãos ao rosto. Não chorava, embora quisesse, mas sentia um aperto enorme no peito.

-O que acontece se eu jogar de novo?

Levei uma mão à cintura e a outra apoiei na cadeira, olhando para minha mãe.

-Pode diminuir a sensibilidade e os movimentos da mão... Pode até inutilizar ela.

-Mas eu joguei ontem e não senti dores!

-Emily, eu estava lá, eu vi seu rosto, você estava sim sentindo dores, nem usava tanto a mão direita!

Levei a mão à testa.

-O vôlei é minha vida, o que eu faço de melhor!

-Mas é a sua saúde Emily... É melhor evitar.

Senti meus olhos marejarem e sai da cozinha sem nem falar com ela. Ao entrar no quarto eu desabei em prantos, tranquei a porta e caí na cama, chorando tudo o que tinha para chorar. Nunca fui de chorar assim, foram pouquíssimas vezes na adolescência, e daquela vez as lágrimas caíam torrencialmente, molhando travesseiro, colchão... Acordei com febre alta no dia seguinte, meus olhos estavam inchados, a cabeça doía. Falei que não ia à escola e minha mãe compreendeu. Hanna me ligou do celular de Aria enquanto estavam no colégio e lhe contei o que havia descoberto, ela mostrou-se solidária, porém não podia ir me visitar, suas palavras de apoio foram um tanto reconfortantes.