Fanfic: Pretty - Do ódio ao amor (Emison) | Tema: Pretty Little Liars, Emison

No dia seguinte estava indo em direção à sala, quando alguém segurou meu braço, me assustando.

-Noel, que susto!

Ele riu.

-Ah gatinha, tá fugindo de alguém é?

-Não, só não esperava por isso.

Ele me puxou para o vão que havia entre os armários e a parede.

-Então... Vai querer carona hoje?

-Não... Eu vou com a Aria...

-Que pena... Sabe que eu ainda não consegui esquecer aquele beijo de sábado.

Sorri sem graça.

-Só me fez perceber que você é a garota que quero como namorada.

-Namorada?

Perguntei surpresa, e ele se aproximou mais de mim.

-É, namorada. Não diziam sempre que a gente faz um casal bonito? Então, vamos dar esse gostinho a todos.

-Mas Noel...

-Ah gatinha, todas querem o Noel e eu só quero você, vai, diz que quer ser minha namorada...

Eu ia dizer não, mas vi Alison passar com Samara, olhando para nós dois. Sem responder a pergunta o beijei olhando para ela. Estava com ódio dela por estar com aquela garota, ela não tinha o direito. Vi como ruborizou e quando saiu às pressas com a outra loira, então sai do beijo com Noel.

-Isso é um sim?

-Talvez.

E sai de perto dele, indo para o banheiro feminino em seguida. Após lavar o rosto e retocar o batom fui finalmente para a sala, e ela estava lá bem distante de mim. Olhei-a rapidamente e me sentei, fingindo prestar atenção no restante da turma. Eu? Bom, eu não sabia mais o que queria. Namorar o Noel não estava mais nos meus planos, e sentir algo pela Alison não era algo que queria. Os beijos com ela me perturbavam nos sonhos e a todo o momento eu me recordava deles durante as aulas. Ela tinha algo que todas as pessoas com quem já havia me envolvido não tinham, e eu não sabia o que era. Vê-la com aquela garota me deixava bastante enciumada, não estavam num relacionamento sério, mas se comportavam como se estivessem em um. No dia seguinte, ao chegar à porta do colégio Hanna foi até mim.

-Emily! Você e o Noel...

-O que Hanna?

-Estão namorando! Amiga, todo o colégio já sabe! Eu não esperava, você naquele dia disse que ele não te interessava!

-Foi tudo um mal entendido Hanna...

-Tem testemunhas! As pessoas viram vocês se beijando ontem o corredor Em! Porque não me contou?

-Mas Hanna, eu não falei sim e nem não para ele, tecnicamente não é um namoro.

-Ai Em, você me deixa confusa!

-Olha, depois eu resolvo isso.

-Tá, mas vai ter que me contar todos os detalhes agora.

Bufei, mas Hanna não me deixou em paz até saber dos detalhes. Chegou a quinta-feira, dia do treino que acontecia à tarde, pela manhã havia somente aulas. Nesse dia eu fiquei abalada, fiquei triste, tanto que, fingindo que não me sentia bem, fugi para o campo de futebol abandonado nos fundos do colégio. Embora estivesse abandonado, aparavam sempre a grama para que alguns bichos não aparecessem. Sentei-me no banco de cimento que havia lá, o chamava de “banco das lamentações”, era para onde eu ia quando me sentia triste. O vento que batia em meu rosto esvoaçava meus cabelos que estavam soltos, e me trazia uma paz imensa. Senti a presença de alguém que havia acabado de se sentar ao meu lado, então olhei.

-Nunca tinha visto esse lugar.

Falou Alison.

-Porque não está na aula?

Perguntei e ela suspirou.

-Você também deveria estar lá, ou na enfermaria... Mas não importa.

Falou meio seca, fazendo-me olhar para frente. O silencio tomou conta de nós duas por cerca de dois minutos.

-Sabe Emily, no antigo colégio eu também era a melhor da minha equipe, era também a mais popular... Mas tinha uma garota chamada Mona... Bastante competitiva e queria me superar em tudo. Você sabe, quando se está no topo, só se quer continuar no topo e eu também sou competitiva. Tivemos algumas brigas, ela armou pra mim e me expulsaram do colégio sem eu ter chance de explicar.

A ouvi sem entender o porquê dela estar me falando aquilo.

-O time ruiu depois que ela entrou para me substituir, mas aqui eu encontrei você... Eu me vi em você, mas vi um pouco da Mona também e não sei, eu me atraí assim que nos falamos pela primeira vez.

Ela falava meio sem jeito, e eu não sabia como reagir.

-No princípio talvez eu quisesse o seu lugar, porque estava acostumada com popularidade, mas quando você se machucou eu não vi outra saída a não ser te substituir e levar o time adiante, eu queria dividí-lo com você, mas...

Ela suspirou.

-Eu me apaixonei por você, pelo seu jeito marrento e de patricinha ao mesmo tempo, me apaixonei pela maneira como você me tratava, de como ficava sempre na defensiva... E dói saber que não é recíproco, que aquele beijo na festa não significou nada para você e que gosta mesmo do Noel... Eu me enganei Emily, e eu sinto muito.

A olhei estupefata.

-Eu...

Tentei falar, mas fui interrompida.

-E eu vou deixar o time. Aquela equipe precisa de você e não de mim.

Ela ia se levantando, mas segurei seu braço, fazendo-a sentar novamente.

-Eu não posso mais jogar.

Ela franziu o cenho e me olhou.

-Por quê?

Mostrei a mão para ela.

-Eu tenho um problema na mão que pode se agravar se eu fizer muito esforço com ela, ou seja, adeus vôlei.

-Eu não sabia...

-Eu sei, Tanner deve falar hoje no treino a respeito disso.

-Você vai fazer falta na equipe.

-Não... Você lidera melhor que eu, joga melhor que eu... Demorei muito para admitir isso, mas no fundo eu sempre soube que era verdade.

Ela continuou me olhando.

-E Alison, eu não sou apaixonada pelo Noel...

-Não?

-Não.

-Mas vocês estão namorando, e os beijos...

Eu ri.

-Alison, você também está, e mesmo assim se declarou pra mim.

-Eu não estou namorando aquela garota... Estamos apenas nos conhecendo.

-É?

-Sim.

-Gosta dela?

-Mais ou menos. Por quê?

Voltei a olhar para frente e cruzei os braços.

-Sabe, tem alguns beijos que não significam nada, mas têm outros que nos faz sentir várias coisas, vários sentimentos... Eu ainda não sei o que eu quero Alison, mas estou começando a descobrir.

E coloquei minha mão esquerda sobre a dela que estava apoiada no banco. Sorrimos uma para a outra e eu apoiei minha cabeça em seu ombro. Foi um momento mágico, sem beijos, sem amasso, apenas uma leve troca de carinhos que me fez perceber que eu estava totalmente envolvida no mundo da Alison Dilaurentis. Voltamos para a sala minutos depois tentando disfarçar a aproximação. Eu não fazia ideia de como seria com Alison dali pra frente, se ficaríamos bem ou se nos trataríamos da mesma forma de antes. Ela assumiu que estava apaixonada por mim e aquilo me deixou abalada, confusa pelos meus sentimentos em relação a ela. Nossa aproximação surpreendeu minhas amigas e outras pessoas que sabiam que não nos dávamos bem antes. Eu havia mudado, a lesão, talvez, me fez amadurecer, acordar, perceber que Emily Fields era uma aluna qualquer do ST. Germain College, e que jamais foi melhor que qualquer outra pessoa daquele lugar.