Fanfic: Pretty - Do ódio ao amor (Emison) | Tema: Pretty Little Liars, Emison

Sabe quando se gosta de alguém de verdade, e se quer estar com aquela pessoa, mas ela nem olha em seu rosto? Eu me encontrava exatamente nessa situação. Queria estar com Alison, queria mesmo, mas meu orgulho me impedia de me aproximar dela novamente... E ela? Bom, me evitava assim como eu fazia tempos atrás, seu gelo me congelava até a alma, e ter que fingir que nada estava acontecendo entre nós duas era bastante difícil. Certa vez estávamos sozinhas no banheiro, tentei me aproximar e ela se desvencilhou, em seguida colocou fones de ouvido e saiu de lá me ignorando completamente. Aceitei o pedido da Tanner para ser ajudante do time de vôlei, era a sua auxiliar, ensinava algumas jogadas para as que tinham dificuldade e acompanhava os treinos, dando-lhe dicas sobre como melhorar a posição da equipe. Precisavam estar a todo vapor na final, sendo auxiliar eu poderia ao menos sair na foto junto com a equipe, mesmo não sendo como a jogadora principal. Estavam todos ansiosos para o último jogo, estávamos perto do final do ano letivo e logo eu estaria me despedindo de tudo: do meu sonho, do meu amor, dos bons e maus momentos que vivi naquele lugar. A partida não estava fácil, eram dois sets a um para a nossa equipe, porém as adversárias estavam com cerca de quatro pontos à frente, encaminhando para um empate. Quando saltou para fazer um bloqueio, Paige, que fazia a linha de frente à esquerda e ao lado de Alison e Sydney, acabou torcendo o tornozelo ao voltar ao chão.

-Ai!

Gritou bem alto a garota, demonstrando a dor que sentia. O jogo foi parado, várias pessoas foram para cima dela e após a examinarem perceberam que ela não tinha a mínima condição de voltar ao jogo. Deram minutos para Tanner resolver o que faria, e ela reuniu a equipe no espaço reservado para nós.

-O que faremos, treinadora?

Perguntou Hanna. Todas estavam preocupadas, Paige dava passes importantes e havia melhorado muito sua maneira de jogar, se tornando indispensável para a equipe.

-Quem aqui consegue jogar pela esquerda?

Perguntou Tanner.

-Eu...

Falou Alison. Tanner a olhou.

-Você não. Sabe que seu lugar é no centro.

Olhei para cada garota. As meninas que ficavam no banco não ficavam apenas por não ter um espaço no time, e sim porque eram um fiasco jogando. Nenhuma outra garota ali que pudesse substituir teria o mesmo desempenho de Paige, e Tanner sabia disso.

-Eu jogo no lugar dela.

Falei confiante.

-Sem chance, Emily.

Falou Tanner.

-Porque não? Olha, eu vi todas as jogadas, e a senhora sabe que eu posso substituí-la.

Tanner riu nervosa.

-Emily, a questão não é se você sabe as jogadas ou não, e sim que colocar você no jogo pode me trazer sérios problemas.

-Por quê?

-Porque dentro da equipe a responsável por todas vocês sou eu, e colocar você com uma lesão desse tipo em um jogo me renderia no mínimo um processo.

-Eu me responsabilizo!

-Você é menor de idade...

-Treinadora, eu completo dezoito anos hoje! Por favor, me deixa jogar!

Falei implorando.

-Treinadora, eu posso jogar no lugar da Paige e a Emily pode jogar no meu lugar, é a única chance que temos para vencer.

Falou Alison, para minha surpresa.

-É treinadora!

Falou Hanna. Todas a olhavam suplicantes, mas Tanner me olhou com insegurança.

-Tem certeza que consegue jogar?

Eu não tinha, mas queria muito jogar.

-Sim, eu tenho.

-Então vai correndo colocar o uniforme e volta rápido.

Fui o mais rápido que pude e as outras ficaram recebendo instruções. Eu ia jogar, e melhor, iria jogar ao lado de Alison. Tínhamos sincronia até nos lances, fazíamos o melhor ataque/defesa, passávamos a bola uma para a outra como se não houvesse nenhum conflito entre nós. Apesar do esforço, as adversárias conseguiram manter a vantagem e, consequentemente, vencer o set.

-Dois sets a dois.

Falou Tanner.

-Já sabem o que isso significa, não é?

-Tie-breaker.

Falou Alison.

-Exato. Precisamos de quinze pontos, com dois de vantagem para vencer. Emily, consegue continuar?

Estava sentindo dores, mas a vontade de continuar no jogo falou mais alto.

-Consigo.

-Tudo bem. Tentem manter o mesmo ritmo no ataque. E na defesa, um pouco mais de atenção.

Todas assentiram e estávamos voltando para o nosso lado da quadra, quando ouvi alguém me chamar.

-Emily! Não volte!

Olhei e vi minha mãe se aproximando da treinadora, que tentou contê-la. Voltei correndo para perto delas. Ela me abraçou forte.

-Filha, não faz isso, por favor! Você sabe que não pode...

-Mãe, eu tenho que jogar!

Sai do abraço.

-Não, Emily! Só vai piorar sua lesão filha! Não faça isso com você!

Ela começou a chorar.

-Mãe, é o meu sonho! Eu preciso estar nessa partida e espero que confie em mim, ok? Vai dar tudo certo!

-Não Emily, não! Sua treinadora...

-Mãe, sou eu quem quer jogar, eu quem pediu para jogar. E eu vou, nem que seja a última coisa que faça da minha vida.

Falei determinada.

-Estou consciente do que estou fazendo mãe! Hoje é o meu dia de glória, então, por favor, não tenta estragar isso!

Ela chorava e aquilo partia o meu coração. Eu queria muito, muito mesmo voltar ao jogo, todos estavam esperando e eu não sabia se ficava ou se jogava.

-Então... Só posso te desejar boa sorte.

Falou, esboçando um sorriso forçado em meio às lágrimas.

-Te amo.

Beijei suas mãos e fui para minha posição o mais rápido que pude. Tinha que vencer, não era só uma meta, pra mim era uma obrigação.