Fanfic: Pretty - Do ódio ao amor (Emison) | Tema: Pretty Little Liars, Emison

O ST. Germain College sempre fora muito requisitado, embora fosse público, o ensino era de uma qualidade muito superior. Quem se destaca em esportes, teatro, nas notas, etc., sempre acaba recebendo uma bolsa de estudos em alguma universidade de renome e eu teria que ser a melhor até o fim do ano, e então poderia realizar meu sonho de fazer medicina em alguma instituição conceituada. Assim que voltamos para a sala eu notei que a novata também havia entrado, e como Spencer havia dito ela estava logo atrás de mim. Naquele dia nada fora do comum aconteceu, mas no dia seguinte... Era hora do treino, eu estava no vestiário feminino colocando o uniforme assim como as outras garotas da equipe, quando a treinadora chegou. Estava com a novata, a garota se mostrava tímida, e todas a fitaram.

-Garotas, essa é a nova aluna, o nome dela é Alison Dilaurentis. Ela veio de Orlando, é nova em Miami e foi destaque da equipe de vôlei do antigo colégio. Ela irá treinar com vocês hoje, somente o básico, e também vamos tentar a adaptação dela com o time.

As garotas resmungaram baixo, e eu olhei para a professora com o cenho franzido.

-E em que posição ela vai jogar?

Perguntei para a treinadora com os braços cruzados, mas a própria garota respondeu.

-Eu sou meio de rede.

Todas me olharam, temendo a minha reação. Era a posição em que eu jogava, e esperavam que fosse reagir negativamente, mas meu ego, naquele momento, me impediu de fazê-lo. Ainda de braços cruzados, olhei desafiadoramente para a garota, a fim de intimidá-la, mas era ela quem me intimidava. Mostrava calmaria, sorriu para mim quando a fitei e aquilo me fez odiá-la. Eu sabia que era a melhor, todos sabiam, e não seria aquela garota que tiraria o meu lugar no time. Talvez ela nem chegasse a jogar, talvez não fosse boa jogadora, tudo isso pairava na minha cabeça naquele momento. Vendo que ela tentava desviar do meu olhar desafiador, baixei um pouco a guarda.

-Tudo bem Emily?

Perguntou a treinadora.

-Sim, tudo ótimo.

Falei um tanto sarcástica.

-Ótimo, porque será você quem auxiliará e passará instruções para ela. Eu vou observar seu desempenho e espero que faça tudo certo.

Hanna tocou meu ombro, sabia que a última coisa que eu iria querer fazer seria auxiliar alguém que jogaria na minha posição. Tudo o que pude fazer foi concordar.

-Não precisa, eu sei me adaptar muito bem às equipes, então podemos começar treinando as jogadas.

Falou a novata, ou melhor, Alison.

-Que abusada!

Falou Hanna baixinho em meu ouvido.

-Vamos fazer o básico hoje e no próximo a gente treina as jogadas.

Falou a treinadora. Linda Tanner era quase uma carrasca. Eu conseguia me dar bem com ela, tinha bom desempenho nos treinos e nas partidas, mas um erro cometido, uma ordem que não era seguida ou qualquer comentário feito que não a agradasse eram motivos de castigo, como fazer sessenta polichinelos, ou correr ao redor da quadra por mais de uma hora... Ela dizia que não tínhamos que ser bons, e sim os melhores, e a cada treino eu me lembrava dessa frase.

-Tudo bem.

Alison respondeu. Tanner entregou a ela o uniforme e lhe mostrou o seu armário. Treinamos coisas básicas, corremos um pouco, falei a ela como a treinadora gostava de nos posicionar durante a partida... Faltava cerca de dez minutos para o fim de três horas de treino, eu estava sentada que ficava próximo à quadra, e comigo haviam mais três garotas. Ouvimos Tanner soprar o apito e a olhamos.

-Você, você e você.

Apontou para três garotas.

-Vão para o lado esquerdo, e você vem comigo.

Falou com Alison, que a acompanhou.

-Quero que me mostre o que tem. Saque, bloqueio, passe, ataque...

Alison concordou. Tanner chamou outras duas garotas para completar o “time” da novata. Nos quatro primeiros minutos ela estava perdida, não conseguia acertar as “jogadas” exigidas pela Tanner.

-Pensei que jogasse melhor!

Falou Tanner assim que pausou aquela minipartida. Alison se aproximou dela ofegando.

-Eu juro que agora eu consigo.

-Então vai lá.

Alison assentiu e voltou para a sua posição. E então surpreendeu. Conseguiu, em poucos minutos, deixar Tanner surpresa.

-Muito bem!

Falou a treinadora. Alison sorriu e eu revirei os olhos. Assim que voltamos ao vestiário Hanna se aproximou de mim.

-O que achou dela?

Sorri.

-Não sei, não deu pra ver potencial.

-As meninas estavam me falando que ela ganhou torneios intercolegiais, e que ela joga muito bem.

Fechei o meu armário e olhei para Hanna.

-Nessa equipe só tem espaço para uma de nós duas, e acredite, ela vai sair logo.

Hanna sorriu para mim.

-Pode contar comigo.

Pisquei para ela. Em seguida fui para o chuveiro, gostava de esperar as outras terminarem porque odiava ter que dividir com elas. Quando terminei, sai enrolada em uma toalha e estava enxugando meus cabelos. Naquela altura todas já teriam ido embora, mas quase tive um infarto quando vi Alison lá.

-O que está fazendo aqui ainda?

-O que?

Revirei os olhos e sai de perto sem responder, afinal era o vestiário do time. Quando já estava vestida e apenas penteando os cabelos ela se aproximou.

-Você não vai embora?

Perguntei. O jeito meio tímido daquela garota me irritava bastante.

-É que eu queria te pedir algumas dicas de jogo...

Cruzei os braços e a fitei.

-Dicas?

-Sim, olha, todas do time te admiram, e me disseram que a treinadora pode pegar muito no meu pé... E eu queria saber se você poderia me ajudar, sabe? Pra me integrar bem na equipe.

Eu ri dela. Ri não, gargalhei bem alto. Quando me acalmei, vi que ela ainda me olhava do mesmo jeito.

-Pode me responder agora?

Falou com naturalidade, me deixando quase pasma. Virei-me de costas, guardei minhas coisas na mochila e a coloquei nas costas.

-Num outro dia, quem sabe?!

Pisquei para ela e sai em passos largos. Ajuda? Eu jamais daria ajuda a alguém que pudesse competir comigo, era como se eu cravasse uma faca em mim mesma. Ao sair do colégio Noel me esperava em seu carro.

-Vamos gatinha?

Sorri e me aproximei do carro, entrando nele em seguida. Nos beijamos rapidamente e ele me levou para casa.