Fanfic: Pretty - Do ódio ao amor (Emison) | Tema: Pretty Little Liars, Emison

Não vi Alison nos dois dias que fiquei no hospital, apenas Hanna, Spencer, Aria e outras garotas do time foram me visitar e falar da grande partida que fizemos, mas eu estava apreensiva, com medo de que aquele beijo não ter significado nada para Alison. Voltei antes do tempo determinado pelo médico ao colégio, menti dizendo que já não sentia nada, estava ainda com o braço engessado e ao adentrar o ST. Germain College fui recebida com aplausos pela partida e pela força de vontade que tive para jogar. Me senti como antes, como quando ainda era a estrela do time, e por um momento senti a antiga Emily ressurgir, mas sumiu assim que vi Alison de longe. Sai o pequeno grupo de garotas e fui correndo em sua direção e ela me arrastou para o banheiro.

-Porque fez isso?

Perguntei sem entender.

-Estão observando a gente depois do beijo na quadra.

-O que?

-Seus pais piraram na direção, falaram algumas coisas e a direção proibiu que nos aproximássemos, parece que de alguma forma eu te deixei impura, tirei seus bons modos, te deixei sem qualquer noção.

Fiquei surpresa.

-Eu não fiquei sabendo disso.

Falei.

-Devem te chamar... Aliás, disseram que você só voltaria na próxima semana... O que faz aqui hoje?

-Eu queria te ver... Pensei que não tivesse ido me visitar porque estaria com raiva de mim.

Ela ficou em silencio.

-Você não está com raiva, está?

Ela sorriu.

-Não... Não estou.

-Que bom. Eu senti sua falta.

Ela me abraçou por impulso, me pegando de surpresa.

-Eu fiquei muito preocupada com você... Muito! Não me deixaram te visitar e eu fiquei pedindo a Deus que não fosse nada grave, que melhorasse logo.

Apertei mais o abraço e afaguei seus cabelos.

-Eu te amo.

Ela falou e naquele momento uma lágrima saiu do meu olho.  Encostei minha cabeça em seu ombro e sussurrei em seu ouvido.

-Eu também te amo, e quero ficar com você.

Nos olhamos fixamente, mas antes que pudéssemos nos beijar ouvimos alguém abrir a porta. Corri para uma das cabines e Alison continuou por lá, fingindo que nada havia acontecido. Não sei ao certo quem havia interrompido, mas amaldiçoei várias vezes essa pessoa. Fiquei por lá cerca de dez minutos, ao sair me dei conta de que Alison não estava mais por lá e sai também. Logo fui chamada para a sala do diretor, que após dar broncas por jogar sem ter condições, beijar Alison na frente de todos – o que ele julgou como má conduta – e por ter voltado antes do tempo determinado ao colégio, disse que eu não poderia manter qualquer vínculo com Alison, além de algumas advertências. Fugir da regra poderia me render uma expulsão, e tudo o que eu não queria na reta final era justamente isso. Saí da sala indignada, nossos celulares foram confiscados enquanto estávamos no colégio para não conversarmos, o monitor me seguia ou a seguia como se fossemos criminosas. Meus pais evitavam falar sobre esse assunto, fingiam não existir, e para a minha surpresa as minhas amigas me apoiaram. Estávamos jantando, meu pai, minha mãe e eu, todos no mais absoluto silencio que eu resolvi quebrar após uma semana que eu havia voltado a estudar.

-Acho que não fui muito bem na prova de hoje.

Minha mãe largou o garfo e a faca no prato e me olhou.

-Por quê?

Perguntou.

-É difícil se concentrar em algo quando se está sendo vigiada o dia inteiro.

Falei enfatizando a última parte.

-Essa foi a única forma que encontraram para te impedir de fazer besteira.

Falou ela.

-Besteira? Que besteira?

-Fingir ser lésbica!

Falou, me deixando incrédula.

-Eu não estou fingindo nada!

Alterei meu tom de voz.

-Emily, se controle.

Falou meu pai.

-Eu amo a Alison, droga! Será que não percebem isso?

Minha mãe se levantou bruscamente.

-Meça suas palavras!

Apontou o dedo em eu rosto.

-Eu vou te levar amanha em uma psicóloga e você vai parar com essa coisa absurda, entendeu?

-Não!

Levantei-me também.

-Eu estou certa do que eu quero mãe! Você não vai conseguir impor outra coisa, não adianta!

Ela deu um tapa na mesa.

-Enquanto você viver debaixo do meu teto, comer da minha comida e vestir o que eu compro, vai fazer o que eu quiser e seguir minhas regras, ouviu bem?!

Olhou-me enfurecida e saiu de lá. Sentei-me e vi que o meu pai apenas observava tudo calado. Fiquei quieta olhando para a comida e pensando na discussão que tive com a minha mãe.

-Ela está nervosa com tudo que está acontecendo.

Falou ele, chamando a minha atenção.

-Não a culpe, não é fácil digerir isso.

-Mas pai...

-Emily, eu entendo você e vou falar com a Pam, não se preocupe. Mas evite confusões com a sua mãe, está bem?

-Me entende de verdade ou só quer me persuadir?

Ele riu.

-Eu entendo. É complicado, não é fácil mesmo, mas entendo.

Abracei meu pai, precisava de um porto seguro e ele era o meu naquele momento.

-Obrigada.

Ele me apertou em seus braços, me confortando. Mais tarde naquele dia pude ouvir meus pais discutindo sobre mim, minha mãe estava irredutível e meu pai tentava controlar a situação.

-Hanna, tem meia hora que eles estão discutindo no quarto, eu não aguento mais.

-Vem pra minha casa Em, não fica ai não.

-Não Hanna, eu tenho que ficar!

-Mas Em, sua mãe não vai aceitar tudo isso da noite pro dia! Tenta entender ela!

-Eu sei Hanna, mas eu estou desesperada!

-Quer que eu vá ai?

-Não, pode ser perigoso a essa hora.

-Eu posso tentar conversar com ela...

Eu ri nervosa.

-Nem o meu pai consegue conversar com ela!

-Em eu quero te ajudar.

Ouvi a porta do quarto dos meus pais se abrir e abafei o telefone para ouvir o que conversavam.

-Se você não consegue aceitar sua filha como é, então vou ter que tirá-la daqui! Sairemos ela e eu desta casa.

Falou meu pai em tom firme.

-Você não seria capaz...

Falou minha mãe.

-Quer apostar?

Ela ficou quieta e ele também.

-Hanna, meu pai disse que vai sair de casa e vai me levar com ele.

-Sério Em? Oh meu...

-Sério... Parece que pararam de conversar, e eu não sei o que vou fazer.

-Fica ai no seu quarto Em, fica esperando ai que falem com você.

-É isso que vou fazer Hanna... Eu estou com muito medo.

-Fica calma amiga, vai dar tudo certo.

-Obrigada Hanna, mas não estou tão confiante assim.

Ouvi a porta do quarto deles bater novamente e então coloquei a cabeça para fora do meu quarto, para observar se ainda estavam por ali.

-Acho que voltaram para o quarto.

Falei.

-Devem estar conversando de novo.

Falou Hanna.

-Sim, eu vou desligar pra tentar ouvir alguma coisa.

-Ta, me liga depois e conta tudo.

-Ok.

Desligamos e eu saí de fininho do quarto. Ouvi um barulho de carro sendo ligado e olhei pela janela, era meu pai saindo e eu não fazia ideia de onde ele iria. Aproximei-me da porta do quarto dos meus pais e pude ouvir minha mãe chorar, aquilo me cortou o coração, mas eu tinha que ser forte. Voltei para o meu e me deitei, mal conseguindo dormir naquela noite.