Finalmente conseguimos deixar Miguel e Mia. Anahí não diz muito, apenas junta algumas coisas e as leva para o banheiro. Alguns minutos depois, ouço o barulho do chuveiro. Logo em seguida, escuto a água parar. Sendo o homem que sou, fico um pouco enfurecido por não ter sido convidado. Claro que eu poderia simplesmente entrar e me juntar a ela de qualquer maneira,mas se ela ainda estiver zangada comigo, não seria uma atitude muito inteligente.Tiro a roupa, deito na cama e apago as luzes, me acomodando enquanto espero por ela.Vamos ter que resolver isso antes do amanhecer, de um jeito ou de outro.A porta do banheiro se abre devagar. O quarto está muito escuro e a porta está fechada,portanto não consigo vê-la, mas posso ouvir seus passos leves, conforme ela se aproxima da cama. Suavemente, ela levanta as cobertas e deita ao meu lado. Espero até ela ficar confortável antes de falar.
— Há algo que quero que você entenda — começo. Ela suspira.
— O que é?
— Você me assustou pra cacete.
— Você achou que eu iria simplesmente dormir, sabendo que você está aflito? — Fico um pouco aborrecido com isso. — Só não entendo como você pode se preocupar tão pouco com o que poderia acontecer com a Mia — continua ela.
— Há várias razões, de fato. Primeiro, eu sei como ela é. Segundo, não posso esquecer tão facilmente o modo como ela te tratava. E terceiro, ela não é você. Desculpe, mas você é a
minha prioridade.
— Mesmo assim, como você poderia deixá-la vir aqui sozinha, sabendo que não é inteiramente seguro?
— Anahí , ela é adulta. Pode fazer o que bem entender. E não é verdade que ela não tinha nenhum lugar seguro para ir. Ela poderia ter ficado com o pai. Mas não quis.
— Só não entendo como você pôde ser tão frio em relação a isso.
— Posso dizer como. Não tem nada a ver com Mia. Nunca teve. Minha preocupação é você. Mantê-la segura. Não estou apaixonado por ela. Estou apaixonado por você. Não consegue entender que não quero viver sem você? Que eu não posso viver sem você? O que eu faria se
algo acontecesse a você? Eu não podia deixá-la vir aqui sozinha com ela. Não podia correr o risco. Nunca correrei o risco, se isso significa poder perder você. Nunca. Por que não consegue entender isso?
Acabo falando alto na minha agitação, o que torna o silêncio, quando paro de falar, muito mais pronunciado.Ela não responde, mas sinto o colchão se mexer quando ela se move. Então, sinto primeiro as mãos dela na minha barriga, numa carícia suave e quente.
— Alfonso? — sussurra ela.
— Sim?
Suas mãos deslizam no meu peito e rodeiam o meu pescoço no instante em que ela se deita em cima de mim. Então pressiona os lábios nos meus em um beijo delicado.
— Isso é tudo que você precisava falar.
— Você não me deu oportunidade — resmungo contra a sua boca.
— Na próxima vez, comece com isso — diz ela. Sinto seus lábios se estenderem sobre os meus. Sei que ela está sorrindo.
Rapidamente, enrolo os braços em volta dela e a viro de costas antes de me colocar entre suas pernas abertas. Ela está nua, e preciso de todo o meu autocontrole para não mergulhar
diretamente nela. Seu corpo me atrai como um banho quente em uma noite fria. Sua alma me atrai como um oásis refrescante no deserto seco. E seu coração me atrai como um porto seguro
seduz um barco perdido.
— Você quer dizer tudo se resume ao fato de que estou apaixonado por você?—pergunto enquanto provoco sua entrada com meu pê*nis já enrijecido e latejante.
— Sim. Sempre, sempre isso.
— Estou apaixonado por você, Anahí Portilla — sussurro ao penetrá-la. Sinto o seu suspiro,e suspiro também.
— Estou apaixonada por você, Alfonso Herrera.
Então saio de dentro dela, mantendo só a pontinha, e volto a penetrá-la, um pouco mais profundamente desta vez.
— Prometa que nunca vai me deixar. Fique comigo, Anahí . Volte pra casa comigo amanhã e fique.
Ela faz uma pausa, mas só durante um segundo. Quando fala, posso ouvir o sorriso em sua voz.
— Ficarei com você enquanto você me quiser.
— Quero você ao meu lado pra sempre. Nunca mais quero passar outra noite sem você.Nunca mais. Não posso suportar a ideia de que algo possa acontecer com você. Não posso suportar a ideia de nós brigarmos. Não posso suportar a ideia de você se sentir de qualquer outra
maneira que não delirantemente feliz. Comigo.
— Então me considere delirantemente feliz. Com você. Sempre.
— Sempre — repito, enquanto cubro sua boca com a minha. Ela suspira novamente quando me movo dentro dela. Desta vez, eu inalo a sua respiração, que se torna uma parte de mim, tanto quanto ela mesma se torna uma parte de mim. E é assim que eu gosto, porque não planejo
devolver nenhum dos dois. Nem agora, nem nunca.