Alfonso
Algo em sua expressão faz com que eu me sinta uma refeição. E, se fosse, eu seria uma refeição feliz, com certeza. Embora ainda esteja impaciente, sinto-me aliviado. Deduzi que ela acabaria mudando de opinião. Eu sabia que Anahí não conseguiria lutar por muito tempo contra o que há entre nós. É forte demais.E muito tentador.
— Se continuar me olhando desse jeito, você vai ter uma grande surpresa quando subir nesta moto — digo.
— Uma grande surpresa? — pergunta ela, um sorriso malicioso surgindo no canto da boca. —Ah, sei. Você está falando de algo pequenininho como um Tic Tac?
Adoro o seu senso de humor. É um pouco tímido, como ela, e surge nos momentos mais insólitos.Eu sorrio e estendo a mão.
— Então venha aqui e me deixe refrescar o seu hálito.
Ela ri. E, como sempre, imediatamente quero fazê-la rir de novo. Ela pensa demais,preocupa-se demais. Não sei com quê, mas ainda assim consigo perceber sua inquietação. Isso me faz querer melhorar o seu estado de espírito e proporcionar a ela tantos momentos de descontração quanto eu puder.Momentos de descontração recheados de prazer.Sufoco um gemido.Ela põe a mão sobre a minha e segura firme,enquanto pula sobre o assento, atrás de mim.Sem me virar, passo o capacete para ela. No espelho lateral, eu a vejo colocá-lo na cabeça. Ela fica muito sexy de capacete. Deve ter a ver com o modo como eu a imagino vestida de couro
preto, justo, inclinando-se para a frente na minha moto, enquanto estou atrás dela, com as mãos nos seus quadris...
Trinco os dentes. Maldita garota e seu corpo maravilhoso!
Em seguida, estico os braços, seguro a parte de trás dos seus joelhos e puxo-a para a frente.Posso sentir mais do que ouvir sua respiração ofegante, no momento em que sua virilha se aconchega nos meus quadris e seu peito se aplaina nas minhas costas.
Fico satisfeito com o fato de que provavelmente agora ela esteja se sentindo do mesmo modo que eu, na mesma sintonia. Mas então Anahí resolve apostar alto. Ela coloca os braços em volta da minha cintura, desliza as mãos perigosamente para baixo do meu estômago e as deixa descansando bem acima da fivela do cinto. Exatamente acima de onde, muito em breve, ela vai sentir meu pa*u duro, se não tiver cuidado.Respiro fundo, antes de dar a engrenagem na moto e
acelerar, para sair do meio-fio.Não posso deixá-la na faculdade muito rápido.
Ao nos aproximarmos do campus, ela aponta adiante, mostrando qual o caminho a seguir para deixá-la perto de onde ela tem de ficar. Quando chegamos, paro ao lado da calçada e pouso os pés no chão para estabilizar a moto, enquanto ela desce. Anahí para diante de mim e, após tirar o capacete, sacode o cabelo loiro para soltá-lo. Parece o gestual de uma garota em um comercial de xampu. Posso apostar que não faz ideia do quanto é sexy. Mas é. Cacete, ela é muito sexy !Então me entrega o capacete, mantendo o contato visual. Como não o tomo das suas mãos, ela
lança os olhos para baixo e de volta para mim, com uma expressão confusa. Ainda sobre a moto,afasto o capacete em vez de pegá-lo, passo as mãos pelo seu cabelo longo e a puxo para junto de mim, colando sua boca na minha.Embora obviamente surpresa, ela não recua e me beija com vontade. Como se quisesse mais.Bastaria um pedido, e eu a levaria direto para casa, e passaríamos o dia na cama. Mas quando
afasto o rosto e investigo os seus olhos grandes, percebo que ainda é um pouco cedo demais para isso. Ela está quase, mas não totalmente pronta.
Mas eu posso esperar. Não tenho escolha.
— Quando você vai dizer “sim”?
Ela não responde nada, enquanto me fita com aqueles olhos azuis como o céus . Seus
lábios estão vermelhos e inchados, e sua boca, ligeiramente aberta com a respiração ofegante.Sorrio. Certo, não vai demorar.
— Ligue para mim quando quiser que eu venha buscá-la — digo, dando um rápido beijo em seus lábios, antes de recolocar o capacete. Ela parece atordoada, o que me faz querer sorrir. —Não se preocupe. Você não precisa dizer “sim” hoje. Eu espero. Vai ser compensador para mim. — Antes de abaixar a viseira, dou um sorriso e uma e piscadela. — E para você também.
Em seguida, arranco e desço a rua. Quando olho o espelho lateral, vejo que ela ainda está exatamente onde a deixei, me fitando.