Anahí
Alfonso não tira as mãos de cima de mim, enquanto tento me recompor e sair do banheiro. Sei que eu deveria estar preocupada ou envergonhada, e amanhã provavelmente estarei. Mas agora
estou em êxtase. Eu nunca tive um experiência sexual tão incrível e avassaladora em toda a minha vida.Por um lado, acho que deve ter sido Miguel quem esteve no meu quarto. Levando em
consideração este momento com Alfonso... Puta merda! Mas, ao mesmo tempo, esta noite Alfonso não perguntou se estou tomando anticoncepcional, o que me faz pensar que ele já sabia. E isso significa que foi ele no meu quarto.Mas não posso me esquecer de que algo impulsivo, como o que aconteceu esta noite,provavelmente tem muito a ver com a personalidade de Alfonso. Um cara como ele deve imaginar que eu me previna em relação à gravidez, por mais que eu não tenha falado nada.Outra vez, minha constatação só faz aumentar as minhas dúvidas. Mas, no momento, não quero saber. Estou consumida por Alfonso. inda sinto o seu toque. Ainda sinto seu cheiro. Ainda sinto... seu corpo, e é uma sensação que espero nunca desaparecer. Não consigo tirá-lo da cabeça e, por enquanto, me sinto bem com isso.Estou ajeitando o cabelo pela segunda vez, enquanto ele está atrás de mim,acariciando a minha barriga. Minha calcinha ainda está úmida e, deste jeito, não vai secar nunca.Ele segura o meu cabelo para afastá-lo do pescoço e começa a me morder, delicadamente.
— Temos mesmo que voltar lá para fora?
Não consigo evitar uma risadinha.
— Tenho certeza de que vai ter gente precisando usar o banheiro antes do fim da noite.
— Eles que se danem. Tem outro banheiro no bar.
Então rio de forma escancarada.
— Onde você vai ficar hospedado?
Ele encontra os meus olhos no espelho.
— Vou encontrar um hotel em algum lugar. Por quê? Está pensando em me fazer uma visitinha?
Hum, pode apostar!
Penso isso, mas não digo nada. Então, me viro de frente para ele.
— Olha, você veio até aqui para me ajudar. O mínimo que posso fazer é te oferecer um lugar para ficar. Mas meu pai vai estar lá,portanto...
— Portanto teremos que ser discretos — sussurra Alfonso ,balançando as sobrancelhas, de um jeito cômico.Eu apenas sorrio. Nem confirmo nem nego que vai rolar mais se*xo. Mas vai. Se ele tentar muito, com certeza vai.Lentamente, nos dirigimos até a porta. Respiro fundo e abro a fechadura.
— Vá na frente. Vou esperar alguns minutos. Assim não será tão óbvio — diz ele, num gesto ponderado.
Eu sorrio.
— Hum, com certeza não vai haver muita dúvida, mas é uma atitude bacana da sua parte, de qualquer maneira.
Em seguida me viro para abrir a porta, mas Alfonso põe a mão sobre a minha, para me impedir.Quando me volto para ele, seus lábios pressionam os meus, num beijo ardente, que me faz
reconsiderar sua sugestão de permanecermos no banheiro.Mas, infelizmente, não podemos.O restante da noite acaba se tornando uma das melhores que passei em muito, muito tempo.Alfonso não sai de perto de mim, sempre me tocando de algum modo breve, deixando a minha pele em brasa. Compartilhamos muitos sorrisos significativos e olhares de relance, que mantêm vivos os momentos do banheiro na minha mente. Não que dependessem disso para permanecerem nos meus pensamentos. Não tenho a menor dúvida de que ainda estarão presentes quando eu tiver 109 anos e não conseguir me lembrar de onde coloquei a dentadura. Mas sempre haverá Alfonso...no banheiro... no espelho...
Tanto ele quanto eu evitamos exagerar nas bebidas. Acho que ambos estamos dispostos a manter certo grau de sobriedade e não estragar a magia da noite. Quando todo o mundo vai
embora, Alfonso me acompanha até o carro da Rachel, para que eu a leve para casa. Estou completamente sóbria agora. E feliz assim.
— Vou segui-la para levá-la de volta.
— Tudo bem — concordo com um largo sorriso. Parece que não consigo parar de sorrir.Ele me dá um beijinho rápido nos lábios e nos separamos. Durante todo o percurso até a casa
da Rachel, eu me pego olhando no espelho retrovisor para o farol atrás de mim.E sorrindo. Claro, sorrindo.
— Bem, acho que já sabemos quem você escolheu, Any — diz Rachel, de maneira arrastada,no banco do carona. Tenho um sobressalto. Estamos quase na casa dela e esta é a primeira vez
que ela fala alguma coisa. Pensei que estivesse desmaiada.
— Por que diz isso?
— Porque ele é um bad boy . E nós duas sabemos que você sempre escolhe o bad boy .
Então ela pende a cabeça para o lado, depois de me atingir com este comentário.Eu realmente sempre escolho o bad boy. E realmente sempre me arrependo. Será que estou
cometendo um grande erro com Alfonso?As palavras dela me atormentam, do momento em que a deixo em casa até o instante em que levo Alfonso ao seu quarto, depois do trajeto na sua moto.Após um beijo bem singelo, eu o deixo
para dormir, e começo a me afastar para ir para o meu quarto.Ele me faz parar, colocando a mão no meu ombro.
— O que houve? — sussurra. Sei que ele está intrigado por eu estar indo para a cama sem...ele. Afinal, Alfonso viu meu pai profundamente adormecido no andar de baixo.Tento demonstrar alguma sinceridade no meu sorriso, mas acho que não consigo, de jeito nenhum.
— Nada. A gente se vê de manhã. Durma bem.
Em seguida, vou para o meu quarto, fecho a porta em segurança, e me preparo para dormir.Já se passou mais de uma hora e ainda não peguei no sono. Então decido tomar um banho, na esperança de me sentir mais fresca e relaxada. Talvez os vestígios do bar estejam me impedindo de dormir.Estou de pé, debaixo da água quente e tentando não pensar muito, quando ouço os aros metálicos da cortina deslizarem. Enxugo os olhos e dou de cara com Alfonso, entrando no chuveiro.Não consigo evitar uma expressão abobalhada diante do seu corpo nu. Ele é ainda mais
perfeito do que eu imaginava. Seu tórax é largo, bronzeado e sem marcas, exceto pela tatuagem no lado esquerdo. Seu abdome é definido, em forma de tanquinho. Suas pernas são longas e
fortes. Nem um centímetro dele deixa a desejar, inclusive o seu membro rígido, imponente e avantajado, que faz minhas entranhas palpitarem.Sei que estou fitando essa parte do seu corpo, mas não consigo evitar. Só de olhar já fico toda molhada e no ponto.Um dedo sob meu queixo levanta meu rosto. A expressão de Alfonso é séria e doce, e seu rosto,incrivelmente lindo.
— Você se preocupa demais. Será que não pode apenas confiar em mim?
Seus olhos penetram os meus. Eu o quero tanto, mas simplesmente não sei se ceder a esse desejo é a coisa certa a fazer.Se ele fosse um pouquinho como Miguel ...
— Não sei — respondo honestamente.
Ele acena com a cabeça, em sinal de aceitação.
— Você vai aprender a confiar. Prometo.
Então, Alfonso me beija. É um beijo lento, intenso, que transmite emoção e significado, nenhum dos quais sei como interpretar.Recuo para falar, mas ele põe o dedo nos meus lábios, me silenciando.
— Shhh, me deixe apenas amar você, está bem? Não pense. Apenas sinta.
Seus olhos escuros e pecaminosos são insondáveis, mas sérios. Após vários segundos,concordo com um gesto de cabeça. Então ele sorri e me beija de novo. Ternamente.Com os lábios e a língua, ele lambe a água da minha pele: do pescoço, dos mamilos, da
barriga. Em seguida, ajoelha-se entre as minhas pernas e me traz à beira do êxtase por duas vezes, parando em ambas, como se esperasse por algo.Quando estou prestes a explodir uma terceira vez, ele para e me beija novamente, agarrando a parte de cima das minhas coxas e me erguendo para me posicionar na parede do boxe. Depois me abaixa, encaixando-me em seu pên*is, enfiando a língua na minha boca e imitando os movimentos do seu corpo.Gozam*os juntos. Ele engole os meus gemidos, sem dúvida por respeito ao meu pai adormecido. Quando terminamos, ainda dentro de mim, ele se vira e me mantém debaixo do
chuveiro. O jato quente da água me massageia e relaxa. Quase adormeço com a cabeça no seu
ombro.
Então ele fecha a torneira e pega a toalha que eu tinha separado para usar. Em seguida, me
seca da cabeça aos pés, me leva para o quarto ao lado e me deita na cama, nua.
— Apenas durma — diz Alfonso , baixinho. — Não pense mais. Vejo você de manhã.
E então ele vai.
E eu adormeço.