Anahí
Algum tipo de campainha me tira de um estado agradavelmente inconsciente de relaxamento. Quando abro os olhos, sou surpreendida com a visão do corpo nu de Alfonso saindo da cama eandando até o banheiro para pegar a calça jeans no chão e vesti-la. Quando ele volta para o quarto e se dirige à porta, percebe que eu o estava observando. Ele sorri.
— Viu alguma coisa que gostou?
Sorrio em troca e levanto as sobrancelhas. Ele volta para a cama. Após levantar as cobertas,Alfonso se curva e passa a mão na minha coxa enquanto beija meu mamilo. Isso me deixa ofegante, imediatamente pronta para ele. Quando seus dedos estão bem perto de onde mais
quero que ele me toque, ele para. Em seguida, ergue a cabeça e abre seu sorriso mais malicioso e mais cheio de promessas.
— Fique pensando nisso até eu voltar. — Então me dá um selinho e sai em direção à porta que dá para a garagem.
Estou deitada na cama, sorrindo feito uma tola, quando ouço a voz de Rachel.
— Ela está aqui?
— Sim. Quer falar com ela? — Ouço Alfonso responder.
— Claro. Não vim até aqui só pra fazer uma simples pergunta. A menos que você queira recompensar minha viagem. — Sorrio e balanço a cabeça. Quase consigo ver o sorriso dela enquanto afia suas garras de tigresa no peito de Alfonso. Antes que ele, que sem dúvida está
perplexo, possa responder, ela continua. — Onde está aquela vaca sumida? Ela me deu um susto danado!
Olho o relógio. Não é de admirar que ela esteja tão aflita. São quase sete da noite. Eu devo ter dormido mais do que imaginei.
Puxo as cobertas mais para cima, em volta do corpo, e sento na cama no instante em que Rachel entra no quarto.
— Até que enfim — diz ela abrindo os braços. — Como eu suspeitei. Eu estava
superpreocupada enquanto você estava se deleitando em orgasmos múltiplos com o pê*nis de um deus grego. Claro!
— Desculpe, Rachel. Não queria preocupá-la. É aquele telefone vagabundo que estou usando. Mal posso esperar para pegar o meu de volta.
— Ah, sei. Conta outra. Mas tudo bem. Eu também mentiria, se aquilo estivesse me
esperando. — Com um sorriso, ela senta na beira da cama, junto de mim. — Tudo bem. Só estou feliz de ver seu galinheiro sendo cuidado por um galo tão maravilhoso. — Ela se inclina e
sussurra no meu ouvido — E o pin*to é maravilhoso, não é? — Não digo nada, apenas sorrio. Ela volta à posição anterior e pigarreia. — Eu já imaginava. Deus não estraga uma coisa daquelas —diz ela, apontando o polegar para trás, em direção a Alfonso, que está rondando perto da porta,claramente já entediado com a presença de Rachel.
— Não, Deus não estragou nadinha! — digo em tom malicioso.
— Sacanagem sua me provocar assim.Onde está o outro? São gêmeos. Ele deve ser tão perfeito quanto. Só um pouco menos... comprometido e fiel.
Rachel sorri e eu reviro os olhos, quando ouço a porta se abrir. Vejo Alfonso se virar em direção à garagem e logo ouço outra voz.
— Espero que seja um momento inoportuno — diz Miguel do seu modo rude. Ele dá alguns passos até a porta do quarto e olha para mim. — Caraca, você é sortudo mesmo. Adoro mulher que não se incomoda com uma companhia.
Se o ardor nas minhas bochechas for algum indício, meu rosto está vermelho com a insinuação dele. Antes que alguém possa responder, Rachel se vira para mim de olhos arregalados.
— Santa Maria, eles são trigêmeos!
Rachel volta a olhar na direção de Miguel , e meus olhos encontram os de Alfonso. Eu me controlo até ele piscar. Então, não consigo segurar. Ambos caímos na gargalhada.
— O que foi? — pergunta Rachel, virando-se para mim. Ela semicerra os olhos e suspira. — Você os escondia de mim de propósito! Sua obscena safada, safada! — Ela faz uma pausa por um segundo antes de lançar os braços no meu pescoço. — Nunca, nem nos meus sonhos mais loucos, eu imaginei você com três homens. Ainda por cima com trigêmeos! — Ela se inclina para trás e sorri para mim. — Você acaba de ganhar oficialmente as suas garras. Não as garras de uma tigresa papa-anjo, naturalmente. Você é muito jovem pra isso. Mas garras honorárias, só
por ser a única galinha em um galinheiro cheio de galos. Estou muito orgulhosa — diz ela em tom melodramático, cobrindo a boca com as mãos. Sei que ela está só brincando quando pisca para mim por cima das unhas bem-feitas.
— Nossa, você é incorrigível.
Ela abaixa as mãos e interrompe o drama.
— Eu sei. Mas é por isso que você me adora. — Em seguida se levanta e puxa a bainha da sua saia curta. — Bem, meninos, eu ficaria feliz de me juntar a essa festinha, mas estou achando que
já tem gente demais. Não seria legal da minha parte ofuscar ninguém com o meu brilho. Quem sabe uma próxima vez. — Com seu típico jeito de andar convencido, Rachel caminha para fora do quarto e coloca a mão para trás para dar um tapinha na bunda de Miguel ao passar por ele. Em seguida, se vira para ele e dá uma piscadela audaciosa enquanto se afasta.
— Quem é essa? — pergunta Miguel .
— É melhor não saber — responde Alfonso.
— Eu ouvi, hein — grita Rachel da garagem, sua voz ecoando até nós. Posso ouvi-la resmungar algo mais, alguns segundos antes de identificar outra voz.
— Olá?
Mia.
Puta que pariu!