Fanfic: As músicas de Dulce Maria <3 | Tema: Vondy

28/08/2009

Aqui estou eu de novo. No México.

Não avisei minhas irmãs que eu estava voltando. Espero que elas não estejam em casa.

Abro a porta devagar, felizmente não tem ninguém na sala principal. Vou direto para as escadas. Subo sem fazer barulho. Entro em meu quarto. Que alivio chegar em casa. Definitivamente não sou do tipo de pessoa que gosta de viajar. Coloco minhas malas em cima da cama e pego meu celular. Mando uma mensagem para o Ucker:

Já estou no México. Pode falar.

Decido ir tomar banho. Fico minutos e minutos em baixo d`agua. Quando saio do banheiro, meu celular está piscando. Pego e vejo a mensagem:

Otimo. Me encontra na Dulce y Té.

Visto rapidamente minha roupa: Calça jeans, blusa polo e botas.

Chamo um táxi. Mas antes de descer, pego um saco plástico que estava no meu guarda-roupas e coloco todas as roupas que eu usei -e esqueci de devolver- do Ucker. Pego uma bolsa e coloco o saco plástico dentro.

Dentro de quinze minutos o táxi chega.

Quando chego na Dulce y Té a primeira coisa que vejo é a BMW do Ucker estacionada. Pago o motorista do táxi, entro na confeitaria e o Ucker está lá, com aquele tamanho todo atraindo olhares, mas quando eu sento de frente pra ele vejo algumas mulheres desviarem o olhar.

-Oi. - Digo.

- Oi. Tudo bem?

- Tudo. Bem... vamos direto ao assunto: O que você queria me contar.

A garçonete vem até a mesa e pergunta:

- Vão querer alguma coisa? - Digo que um chá de Abacaxi e o Ucker também.

Depois que ela sai, ele fala:

- Eu não sei como você vai reagir a isso, mas...

- Fala. Pode falar. - Ele se aproximou um pouco mais de mim e disse: - Já ouviu falar em acompanhantes?

- Acompanhate como um gigôlo ou acompanhante sem sexo?

- Acompanhante... Os dois.

- Já ouvi falar. Por quê?

- Eu era um acompanhante de mulheres.

- Era? Desde quando?

- Desde que eu te conheci. E ...

- Como? Você ficava comigo e com outras mulheres? - Aumentei um pouco a voz e algumas pessoas olharam para mim.

- Eu...

- Mas você saia com elas! Eu... Eu... Mesmo quando estava comigo? - Falei esta segunda pergunta bem baixinho, como se eu não quisese que ele ouvise e respondese "Sim".

- Só com uma.. Dulce eu quero que você me entenda, vo

- Não! Não! Não! Como... como pôde fazer isso comigo? Como? Eu era tão insignificante assim pra você?

- Não ,você não era insignificante para mim.

- Pôrque comigo...?

- Se você me deixar explicar...

- Então explica.

- Vamos andar um pouco?

- Tá.

Saimos do local e começamos a andar, então ele começa:

- Quando eu era mais novo, eu queria arrumar um jeito de ganhar dinheiro fácil. Eu não queria ser um garoto de progama ou me envolver com alguma coisa pior e ai anunciaram um leilão onde mulheres pagariam para homens e eles as acompanhariam por uma noite. E o dinheiro leiloado iria para algum tipo de ensino, eu resolvi me inscrever e deu ótimos resultados. Eu tinha dezoito anos na época e gostei de fazer isso, resolvi continuar. Fiquei nisso e sete anos depois, eu fui morar na Venezuela pra ver se me pagavam mais e deu certo. Sempre tinha um leilão e as mulheres ricas e de certa idade brigavam entre si pra ver quem conseguia o melhor homem pagando o mais alto valor. Três anos depois eu estava na estação de trem e conheci você. Foi a primeira vez que eu senti que tinha visto uma mulher de verdade. Então eu imaginei minha vida contigo, quantos filhos... E aí você sorriu e eu me esqueci em como pensar. Juro que no tempo que ficamos juntos eu só acompanhei uma mulher porque eu estava precisando de dinheiro. E fomos nos encontrando mais vezes até que eu tirei a sua

- Não precisa falar essa parte. - Ele ia falar: Virgindade, eu não queria ouvir isso dele.

- Parecia impossivel um homem como eu encontrar uma mulher vi

- Não precisa falar. - Pude ver pelo canto do olho que ele estava com um sorrisinho.

- E eu fiu me encantando mais e mais. As vezes eu me pegava pensando se existia um jeito de transformar uma pessoa em porcelana e guardar pra sempre, só assim eu poderia ter você comigo. Parece coisa de criança, mas eu pensava.

- Que egoista você! - Falei e coloquei a mão no peito fazendo drama.

- É serio. Eu queria você só pra mim e percebi que isso estava ficando muito intenso. Então pra não contar a verdade sobre quem eu era, eu inventei que tinha que ir ver meus pais. Fiquei viajando sem rumo, cada vez acompanhando uma mulher. Meses se passaram e eu percebi que não conseguia ficar longe de você. Voltei pra Venezuela e você não estava mais lá. Você era a unica pessoa que me fazia bem de verdade. Resolvi ir procurar trabalho de verdade, sorte que eu conhecia muitas mulheres que tinha cargos exelentes e poderia me ajudar. Comecei fazendo um curso de engenharia e aprendi tudo rápido e logo comecei a trabalhar. Me dei bem. Muito bem. Me formei.  Mas mesmo assim sentia falta de você.