Fanfic: um amor infernal{dyc}
Capítulo 1 - 2ª parte
Dul levou uma das mãos até o pequeno crucifixo de ouro preso numa corrente que usava no pescoço, e se perguntou, pela milionésima vez naquela noite, como ela havia se metido naquela roubada?!
"Vamos lá, Dul. É minha grande chance, eu posso sentir!Você precisa me ajudar!" A voz melosa de Gastão ecoou na cabeça de Dulce, respondendo sua pergunta.
Gastão Diestro tinha sido o instrumento de sua queda, não porque fosse um peão de Satanás, exatamente; Gastão era apenas muito persuasivo. O mais novo de cinco filhos crescendo no bairro latino de Nova Iorque, com pais que trabalhavam sem parar para educá-los lhe deram um charme simplesmente irresistível, quando queria, é claro.
Dul gostava de se iludir, dizendo a si mesmo que não havia sido o charme de Gastão que a convencera, mas sua própria alma generosa e caridosa.
"Dul, por favor! Pascoal disse que eu podia usar o furgão e o equipamento reserva seu conseguisse arrumar alguém que me ajudasse a operá-lo. Por favor, é a minha grande chance!"
Seus grandes olhos castanhos imploravam para ela, e ele segurava a mão de Dulce como se ela fosse a sua salvação eterna. Meu Deus, ela tinha "otária" escrito na testa, ou o quê?
"Por favor, Du. Se você me ajudar, eu vou te agradecer pelo resto da vida. Eu vou te dever até depois da morte, eu juro. É só você me ajudar, por favor, por favor, por favor!"
O que ela podia fazer?
"Mesmo que eu tenha toda a fé do mundo, capaz de remover montanhas, se não for caridosa, eu nada terei."
Aquele não era realmente o momento mais apropriado para lembrar da passagem de Coríntios preferida de sua avó. A "caridade" que Dulce fizera para Gastão a tinha jogado tão perto da morte que ele havia mencionado, que ela até poderia dar conselhos de moda a São Pedro.
Ela devia estar meio zonza com o cheiro de fluído corretivo quando concordara em ajudar Gastão. Pelo amor de Deus, ela era uma estagiária de pesquisa. Uma Office girl de luxo! Ela nem merecia estar na mesma sala com uma câmera de TV, muito menos operar uma. Ou fingir que operava. Ela não sabia onde estava com a cabeça quando aceitou fazer aquilo!
Dulce Baker sempre tinha sido a chatinha, a garota mais Votada Para Ser Esquecida. O tipo de menina que dava um novo significado para o termo "bonequinha de porcelana". Não que as pessoas não gostassem dela, elas apenas costumavam... ignorá-la. Em parte devido à imensa timidez que a dominava desde os tempos de escola, mas a principal razão era por ser absolutamente comum. Dulce tinha feições comuns, cabelos pretos comuns (que ela pintara de ruivo, mas sem muito sucesso), e um corpo comum, ainda que razoavelmente bem proporcionado. A única coisa incomum nela era seus olhos, de cores diferentes, um azul e o outro castanho, e mesmo aquilo só deixava as pessoas perturbadas.
Na faculdade, ela havia aprendido a superar sua timidez, a duras penas. Ela conseguiu amigos, mas estes costumavam ser tão quietos quanto ela. Nenhum deles era muito ousado. Diabos, a maioria era até mais sem-graça do que ela!
Então por quê sua vida tinha que escolher justo aquele momento para se tornar interessante?
O som de pés correndo na sua direção fez com que Dulce se escondesse de novo. Ela sabia que aquela atitude furtiva não ia ajuda-la a sair da situação em que o cheiro do fluído corretivo a tinha metido, mas não ia desistir tão fácil de uma estratégia que estava funcionando. Ou parar de tremer de medo.
Autor(a): silksgt
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